Observar, ouvir, sentir… aprender com o património Helena Pinto mhelenapinto@gmail.com
Ao longo do meu percurso profissional com enfoque no ensino de História, mas sem nunca esquecer uma década de participação em escavações arqueológicas e outros tantos anos de colaboração com vários museus, ao nível da ação educativa, e de investigação em educação histórica e patrimonial, permaneceu um elemento comum e fundamental – o uso educativo dos objetos, o seu questionamento e possibilidades de interpretação por alunos de diferentes idades. Os objetos podem ser muito estimulantes no processo de ensino e aprendizagem, pois são concretos, palpáveis, relacionam-se com contextos próximos ou mais afastados no tempo e no espaço e, por isso, permitem a compreensão da complexidade, desde que as questões colocadas sejam adequadas e desafiadoras. Na cidade, nas praças, nas ruas, o olhar é comummente dominado pelos edifícios, pelos monumentos – e isso é evidente em Guimarães – mas há uma infinidade de objetos e detalhes em diversos espaços que, com uma observação mais atenta e curiosa, acompanhada de questões menos ou mais complexas, de hipóteses e tentativas de resposta, podem ajudar-nos a compreender melhor o nosso mundo, desde o meio mais próximo aos lugares afastados no espaço e no tempo, aos quais nos ligamos por intermédio dos objetos (Santacana e Llonch, 2012). Todos estes lugares podem proporcionar excelentes momentos de aprendizagem. Utilizar outros locais, além da sala de aula, pode proporcionar experiências desafiantes, diferentes e estimulantes para a aprendizagem. Os lugares onde essas experiências/atividades educativas acontecem podem ter um efeito marcante na forma como os jovens se envolvem no estudo de determinado assunto, curricular ou outro com ele relacionado. A aprendizagem fora da sala de aula pode ser integrada no planeamento educativo para todos os alunos e ao longo de todo o ano. É uma ferramenta poderosa, capaz de reforçar o desenvolvimento social, emocional e pessoal e contribuir para o bem-estar de crianças, jovens e adultos. Estas experiências expandem os seus horizontes, abrindo-os a áreas como a arte, o património, a cultura, o ambiente. Simultaneamente, são dadas 148