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Nunca tal houvera visto

Nunca tal houvera visto! Confinados Afastados Ditos idosos Desditosos Estamos metidos nisto.

A culpa de tudo isto Dizem ser do Diabo. Valha-nos o Santo Cristo!

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Ensinaram-nos que o Diabo Tem cascos e é Rabudo Tem chifres como um chibo, Pé de Bode e Chifrudo”.

E ensinaram-nos que As coisas malignas são Causados pelo Dito Cujo, Maligno, Porco e Sujo.

Disseram-nos que as coisas más São obra de Satanás.

Disseram-nos ser o Diabo

Ardiloso e Tinhoso.

Salgado Almeida

jasalgadalmeida@gmail.com

Tinha orelhas de Jerico E olhos vermelhos O Mafarrico.

Disseram-nos que o Pestilento Era Porco e Sarnento!...

A fome, peste e guerra Trazia no ventre a Besta

Senhor das Moscas, Carcará

Coisa Ruim e Coisa Má.

E mais coisas nos disseram E nós aprendemos. Aprendemos a fazer o sinal da cruz E dizer, ai Jesus!...

Aprendemos a dizer –Avé Maria E que água benta O Diabo apoquenta.

Lúcifer

Disseram-nos ter sido anjo, Um grande anjo, anjo da luz Que tem pavor à cruz.

Por ser grande

E revoltoso Contra o Todo-poderoso Virou Príncipe das Trevas Reinando nas profundezas

E disseram-nos do Anjo Branco Do Anjo da Guarda Que por nós olhava.

Um anjo lindo Como todos os outros. O Dito Cujo não Pois nunca fora Anjo bom.

Quando criança Tinha um quadro no meu quarto Com um anjo, lindo, lindo E mais um menino e menina Junto duma ravina.

E durante muito tempo Esse anjo Era a companhia Que por mim olhava E protegia. Pensava.

Depois Desapareceu.

Nesse tempo Tinha medo da noite Que o Demo andava à solta. Era depois das trindades.

Confesso que o que via Eram apenas ratos Ratos com asas. Por isso Para mim Os morcegos serem o Demo.

E o tempo passou Hoje já não digo – Aí Jesus! Nem faço o sinal da cruz. hoje já não rezo à Senhora. Apenas canto. Canto porque gosto.

Mas pese embora Prefiro Gregoriano E o bom canto profano.

E se deixara de ver o Dito Eis que voltou o Maldito Os morcegos Outra vez.

Querermos cantar Sorrir, falar. Mas o Demo não deixa.

Cada um para seu lado Só assim é que cantamos. Mas do que gostamos É do coro e harmonias Com os arranjos do Dias.

Esperem pra ver Que um dia qualquer Voltará a acontecer!

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