ISABEL BERSOU RUÃO
Me disseram que teria mais liberdade
Seu desejo de espelhação
Que poderia escolher
Não
Mas como, se me direcionam
Meu respeito por você não é admiração
E limitam?
Serei aquele que nunca veio antes Mesmo que tantos outros me sejam
Me moldam para que eu vá ser Mas se esquecem que já sou
Admissões precisam ser feitas
Mudar? Posso
Não sei por onde vou mas não vou por onde você foi
Mas não cabe a você me dizer para o quê
Preciso que segure a minha mão Mas não Não me guie
“Não vá por aí, meu jovem, que não tem chão” Pois então cairei E cairei duro
Talvez minha ideia de liberdade esteja equivocada
Quero que meu corpo se molde pela minha própria sina
Mas entende que não importa?
Não é que não penso que não quer me ajudar
Digo a mim o que sou
Ou que não o respeito
E eu grito mais alto, velho
Apenas quero a liberdade de poder formar os meus próprios calos
Entenda o prazer do desafio Pelo simples fato de desafiar
Não me diga que ando fácil
Porque quero
É duro
Porque posso
Não sou senhor da dor
Meu controle de eu está acima do seu
Mas não pense que não a conheço
Se quiser não ser pelo simples fato de não querer
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