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Sophia Abe Roveda Os “nem nem”

contingente enorme que estará fora do mercado de trabalho por um bom tempo. Desta forma não ajudando o pib brasileiro aumentar, assim as escolas vão continuar recebendo pouco e nem recebendo investimentos. Um estudo recente mostrou que se o Brasil tivesse uma educação de qualidade por um tempo razoável não seria suficiente para melhorar os salários e impactar na distribuição mais igualitária de renda do trabalho no país. A pesquisa foi realizada pelos sociólogos Marcelo Medeiros, do Instituto de Pesquisas Econômica Aplicadas (Ipea), Rogério Barbosa, da Universidade de São Paulo (USP), e Flávio Carvalhes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). As escolas do país devem ter conteúdos e atividades que chamem a atenção dos alunos, para que eles se interessem pelas matérias e assim contribuir na aprendizagem e diminuir a vontade de sair da escola, e que tenham cursos profissionalizantes para caso ele saia tendo experiência na área.

Sophia Abe Roveda

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Os ”nem nem”

Um dos maiores problemas da educação no Brasil é a evasão escolar. Por conta da educação formal não ser atrativa para jovens de baixa renda, muitos acabam largando a escola e vão à procura de trabalho. Mas[.] por não serem formados e muitos trabalhos oferecidos a esses jovens oferecerem condições precárias, a maioria acaba não fazendo nenhum dos dois, assim sendo chamados de “nem nem”.

Segundo a Revista Educação, em um estudo recente apresentado em Brasília no início de março, os jovens reconhecidos como “nem nem” (nem trabalham e nem estudam) representam 11 milhões de pessoas na faixa etária dos 15 aos 29 anos (cerca de 20%). É um percentual enorme de pessoas que provavelmente estará fora do mercado formal por muito tempo, comprometendo muito a mão de obra brasileira e assim perpetuando que as famílias continuem com baixas condições financeiras. Mas por que os jovens largam a escola? Segundo a Revista Educação, de 16 de maio de 2018, os jovens abandonam o estudo por não haver um atrativo na educação, e[,] ao invés de estar estudando, estão em busca de emprego ou trabalhando em condições precárias. Essa reportagem nos mostra dois exemplos: o primeiro é de um jovem chamado Vítor, que tem 19 anos, não terminou o ensino médio e por isso ficou mais difícil arranjar um emprego. O segundo exemplo é de uma menina chamada Carla, de 17, que teve de largar os estudos para cuidar de seu bebê, ela não consegue trabalhar e vive na casa da mãe.

O ponto em comum nessas histórias é o fato dessas duas pessoas serem jovens de baixa renda, que não conseguem uma saída para a falta de estudos e consequentemente ao desemprego e acabam se encontrando em uma situação de vulnerabilidade social.

Para que os problemas de evasão sejam evitados, a escola precisa se tornar um ambiente atrativo e preparatório, para manter os alunos interessados. A escola deve orientar esses alunos no segmento universitário e profissional, assim abrangendo assuntos importantes para que no mínimo esses estudantes tenham em mente a importância da busca pela formação e como isso os afeta no mercado de trabalho.