137
Sobre a Impermanência
Lígia Rosso “Nada é fixo nem permanente. A única coisa permanente é a impermanência.” Monja Coen
E
ssa frase da Monja Coen me trouxe profundas reflexões neste período de autocuidado e recuperação. Sinto-me muito melhor a cada dia e em breve já estarei totalmente reestabelecida. Po-
rém, quando passamos por momentos assim, é importante silenciar e voltar-se para si mesmo em busca de algumas resoluções internas. Foi num desses momentos que abri um caderno antigo de anotações e me deparei com esta frase escrita em destaque. Realmente é essencial assimilarmos que nada é permanente, nada. Nós não somos daqui, nós estamos aqui. Entre os verbos SER e ESTAR há muitas diferenças. Podemos ser os instantes, mas eles passam, não há como retê-los. O tempo é como a água que flui, não podemos controlá-lo, apenas vivê-lo. Se quisermos controlar o tempo, ele escorrerá por entre os dedos ou nos dará um susto por meio de acontecimentos que nos mostrarão que ele não é dominável. Nós agimos, existimos no aqui e agora, mas na realidade não temos controle de nada. É uma escolha: ou fluímos com a vida da forma mais harmônica possível ou batemos de frente com o tempo e o espaço e nos machucamos, tal qual uma criança teimosa levando laçaços das ondas do mar.