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Camila Canterle Jornada (Mila Journée
Algumas inspirações...
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Camila Canterle Jornada (Mila Journée)
Aminha inspiração não tem relação em escrever sobre flores, mas eu acho tão bonito quando alguém consegue isso. O que me traz inspiração é tipo uma faísca ininterrupta, é um vento galopante que joga as pétalas de um lado ao outro, é um dia banhado pelo sol que seduz polinizadores. A minha inspiração... Ah!!! Ela mesma... Ao mesmo tempo que ama, apaixona, odeia e morde, eu beijo, afago, lasco e como... Como se fosse um doce! É lábio e boca, glicose, fita e fronha... Afronho e selo, um beijo inundado de puro amor e sem-vergonhice. O lábio já treme e arrepia, o toque me disforma, transborda, unta. Ah, todos possuem intenções, entende? Mas o Sol, ahhh quem dera, o Sol assim tão quentinho que faz o meu peito se encher de graça. Mas a minha desgraça consta na lista das minhas tramoias do bem, todas mal sucedidas. Quando eu via, já eram duas e mal eu sabia das graças. O que me conforma na ausência de inspiração é a reserva que tenho do amor, não sei se tenho de sobra, o que sei é que ele veio ao mundo antes de mim e por isso não ouso amar assim, do nada. Mas sei que do nada, o amor pode não sobrar. Mas que Sol, que céu de boca azul, que encostas aromáticas, que deserto que me Saara, que tudo nesse mundo pudesse ser a abundância das nossas inspirações pelas coisas que nos fazem bem e nos tragam presença, o olho no olho, o boca a boca, o feedback...
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Às vezes, o meu peito se fecha dentro de uma bolha doída de pura tristeza. Por outra, a natureza me contempla nas bolhas de sabão e eu não morro amanhã. Eu mordo hoje com leves atassalhadas nos cantos de uma boca mansa. E caso ela venha a se retorcer, já nem sei mais o que dizer, acho que o bom mesmo é calar a boca.
Mas a tua voz quando vez por outra some, visita o meu quarto na calada da noite e os teus lábios quando desertados alimentam minha sede para que eu não morra de amor na boca da noite.
Ah, inspirações no tempo, no café que me expressa, nas pessoas que se perpetuaram em livros e outras que ficaram apenas no prefácio, mas todas delas, de forma e ou de outra, inspiraram e partiram. A maioria se transformou em saudade, e outras no sentir falta. Cair no esquecimento seria pesado demais para escrever.
Mas uma das minhas maiores inspirações mesmo é o café:
Meu consolo diário, meu bom dia, meu dorme tarde, meu cheiro de felicidade, meu beijo de sabor intenso, meu amor extra forte, meu maior sossego, um café bem passado, minha fruta sabor morango, minha língua no grão, sem filtro, em fervuras, em poros, em sorvos, na boca, no bule, no gole.
Bióloga, escritora, Dj e Produtora Musical.