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Thaís Cortes Sagrilo
Perdão, não sei se mereço não
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Thaís Cortes Sagrilo
Espero um dia receber de vocês um perdão Por tê-los colocado nesse mundo de ilusão Onde a natureza sofre com a destruição E a sociedade em desunião
Espero que me perdoem por eu ter pensado apenas em mim Quando eu quis trazer vocês em um mundo assim Não lembrei que eu teria fim E que vocês precisarão de mim
Usei apenas o coração E guardei a minha razão Onde estava a minha percepção, Quando não lembrei da falta de pessoas para estender a mão?
Vocês me ensinaram a olhar E com isso eu passei a pensar Que aqui não seria um bom lugar Para quem está disposto a amar
Não pensei no preconceito Quando mal haviam nascido direito E já haviam pessoas batendo no peito
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Que vocês não eram perfeitos Para eles perfeição está atrelada A todos viverem igual a uma manada Imersos em uma ilusão compartilhada Em uma vida preenchida de nada
Espero que eu consiga compensar Oferecendo aqui um lugar Onde vocês passam cantar, dançar, brincar E principalmente voar
Eu não sei o que será do mundo, enfim Mas no que depender de mim Farei tudo que puder, sim Para que esse mundo não seja em todo ruim
Pensando bem, não mereço perdão Que mãe colocaria os filhos nesse mundo de exclusão, Cheio de incompreensão? Entretanto, saibam que o meu colo sempre terão.
E que a nossa visão idealizada, pode até não dar em nada Mas onde houver uma pessoa sendo amada, E a natureza preservada Lá ela será compartilhada.
Poesia escrita para os meus filhos, dois meninos autistas.