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Aparência X Essência
Erilaine Perez
M
oda. Palavra que tem definido as ações das pessoas em muitos sentidos e não mais apenas em se tratando do que vestir e calçar. É algo que já vem desde a Revolução Industrial,
eu sei, e até parece chover no molhado escrever sobre isso. Todavia, tenho observado o ditar da moda crescer em outros campos da vida e, criticamente, quando se fala em aparência física feminina. Ora, as mulheres lutamos historicamente pela independência econômica e pelo direito de controlar a natalidade para que não fôssemos mais vistas e entendidas apenas como meras reprodutoras e donas de casa. Gabamo-nos por termos alcançado igualdade de condições (ainda não ideais) com os homens em postos de trabalho e em outros direitos tantos. Afirmamo-nos como cidadãs dignas de respeito e nos definimos como “fortes” e “empoderadas”. É verdade! Nós conseguimos e, seria hipocrisia dizer que tudo permanece igual ao passado. Não obstante, um movimento contraditório a esse dito “empoderamento” se alarga entre o público feminino, e toda essa “força” conquistada por nossas antepassadas cai por terra no momento em que as mulheres mostram – por palavras, gestos e ações – que não estão com essa bola toda, se o assunto é encarar com naturalidade o processo natural de “envelhecer”. Sim! As mulheres foram tomadas por uma “onda de rebanho” e passaram a desejar ser jovens para sempre! Será que exagero? Penso que “as manequins dessa nova onda” comprovam os absurdos que têm sido impostos aos corpos e rostos