Revista Brasil Engenharia ed 01/2020

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BRASIL ENGENHARIA I METRÔ de São Paulo

Implantação de tecnologia 3D para contagem eletrônica de passageiros CLÁUDIO SHIGUEMOTO*, FERNANDO MARTINS DA SILVA**, FREDERICO DE CARVALHO BRAGA***, MARCO ROBERTO DE OLIVEIRA****, RAFFAELLO CLASER*****

A

RESUMO

tualmente, o sistema metroferroviário da cidade de São Paulo se utiliza de diferentes tipos de tecnologia para realizar a contagem de usuários nas regiões de transferência entre as diversas linhas em operação. Na Linha 5-Lilás, os usuários que realizam conexões nas estações Santa Cruz (Linha 1-Azul) e Chácara Klabin (Linha 2-Verde), são contabilizados através de Dispositivos de Contagem Eletrônica (DCE) instalados nas diversas linhas de transferência dessas estações. Como vamos explicar a seguir, através de sensores ópticos de alta sensibilidade alinhados ao uso de algoritmos de reconhecimento de padrão de imagem, este sistema possibilita realizar a contagem de usuários com taxas de acerto superiores a 97%.

DESCRIÇÃO DO SISTEMA As regiões de transferência das estações Santa Cruz (SCZ) e Chácara Klabin (CKB) são compostas por conjuntos de sensores ópticos (SO) utilizados para contabilizar os usuários que entram e saem do

domínio da Linha 5-Lilás e por direcionadores de fluxo (DF) utilizados para organizar o fluxo de usuários nos sentidos de entrada e saída. O gerenciamento desses dispositivos pode ser feito de forma local através dos servidores das estações SCZ e CKB, ou centralizado, através dos servidores localizados no CCO Vergueiro e Pátio Capão Redondo. A figura 1 ilustra a arquitetura do sistema DCE no projeto da L5. Com base na arquitetura da figura 1, os tópicos abordados a seguir destinam-se a descrever as características funcionais de cada um dos dispositivos que compõem a arquitetura do sistema DCE. Os switches não serão abordados pois são utilizados apenas para retransmitir os dados provenientes dos sensores ópticos e dos direcionadores de fluxo para a rede local da estação.

DIRECIONADORES DE FLUXO (DF) Os DF possuem duas faces de sinalização visual no corpo do equipamento, denominadas pictogramas, as quais orientam o sentido de entrada/saída do usuário na região de transferência. Conforme necessidade operacional, os estados desses pictogramas

podem ser alterados através de comandos executados via protocolo Modbus-TCP, tanto na interface Web Service instalada nos servidores do DCE quanto no supervisório do SCL (Sistema de Controle Local). Dentre os estados operacionais, os DF podem ser configurados em: • Modo de “Entrada”: efetua a contagem de usuários no sentido de entrada na L5. • Modo de “Saída”: efetua a contagem de usuários no sentido de saída na L5. • Modo “Fora de Serviço”: ocorre quando o equipamento entra no modo de manutenção, decorrente de alguma falha que impede a contagem dos usuários. Os alarmes gerados pelos direcionadores de fluxo: • Falha em módulo. • Mudança de estado operacional. • Ligado ou desligado. podem ser visualizados tanto na interface Web Service quanto no supervisório do SCL. Com relação a estrutura física do DF, o tamanho do corpo do equipamento foi dimensionado de forma a se ter vãos de passagem de usuários de 75cm e 120cm, sendo este último destinado para uso dos PCD (Portadores com Deficiência). A figu-

Figura 2 - Direcionador de Fluxo

Figura 1 - Arquitetura do DCE

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BRASILengenharia 01/2020

Figura 3 - Sensor Óptico www.brasilengenharia.com


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