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Linha 17-Ouro: atual estágio e perspectivas
JOSÉ ARAPOTY FRARE CAMARGO PROCHNO*, IVAN L. PICCOLI DOS SANTOS**, MAURO MONTEIRO***, RENATO PRADOS REALE****, CARLOS AUGUSTO DE FARIA*****, EDSON DE ÁVILA JÚNIOR******
INTRODUÇÃO
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Oprojeto da Linha 17Ouro, surgiu da compatibilização da ligação do Aeroporto de Congonhas à rede metroferroviária, contemplada na Rede Essencial do Metrô – 2020, divulgada em 2006 pela CMSP e, a partir de estudos de demanda, constatou-se que esta linha não requeria uma linha de alta capacidade para a sua plena operacionalidade. A condição levou à revisão da funcionalidade da linha inicialmente prevista, resultando na proposta de implantação com vias elevadas em monotrilho.
Estando também a conexão com o Aeroporto de Congonhas atendendo as diretrizes do planejamento estadual de ligação dos aeroportos com a rede metropolitana de transporte, a exemplo do Aeroporto Internacional André Franco Montoro em Guarulhos, atendido pelo Expresso Aeroporto implantado pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Pelo seu traçado, a Linha 17-Ouro possuirá importante papel articulador entre os eixos de transporte coletivo existentes, como o corredor municipal Santo Amaro operado pela SPTrans, e vias arteriais como Washington Luís, Vereador José Diniz, Jornalista Roberto Marinho, Engenheiro Luís Carlos Berrini, Nações Unidas e Prof. Francisco Morato, as linhas 1-Azul, 4-Amarela e 5-Lilás de metrô e 9-Esmeralda, da CPTM.
Ao integrar os sistemas de transporte existentes e a serem implantados na cidade, a Linha 17-Ouro potencializa as atividades das regiões lindeiras e, ao se integrar com os projetos municipais de requalificação urbana do Via Parque no Jabaquara e Paraisópolis no Morumbi, torna-se partícipe do processo de qualificação urbana, com um projeto de inserção favorável as vias elevadas e das características estruturais que possui.
Assim, o percurso da Linha 17-Ouro foi estabelecido buscando cumprir objetivos fundamentais sempre almejados Figura 1 - Traçado da Linha 17-Ouro
pela rede de metrô, com destaque para o estabelecimento de uma rede metroferroviária integrada e ligações de regiões cerceadas por barreiras naturais, como ocorre entre as regiões sul e sudoeste, configurando uma rede de distribuição de fluxos e possibilidades de caminhos periféricos ao centro, permitindo outras e novas articulações de deslocamentos às áreas centrais e demais áreas da região metropolitana e evitando que parcela de deslocamentos provenientes da Região Sul não necessitem mais passar pelo centro da cidade para atingir outras regiões.
O EMPREENDIMENTO
Concebida como uma linha de articulação radial do sistema, a Linha 17-Ouro possui traçado que se conecta à Linha 1-Azul na Estação Jabaquara, favorecendo o atendimento de demanda da Baixada Santista e Região Sudeste da Região Metropolitana de São Paulo; à Linha 5-Lilás na Estação Campo Belo, à Linha 9-Esmeralda da CPTM na Estação Morumbi e à Linha 4-Amarela de metrô na Estação São Paulo-Morumbi, bem como, com os atuais e futuros corredores radiais de ônibus nas região Sul e Sudoeste das Avenidas e Prof. Francisco Morato, Dr. Chucri Zaidan, Vereador José Diniz, Santo Amaro e Washington Luis, ofertando flexibilidade de percursos de deslocamentos e significativa redução do tempo de viagem dos usuários destas regiões.
Com um percurso total de, aproximadamente, 17,7 quilômetros de extensão, tem parcela significativa de seu traçado implantado no canteiro central da Avenida Jornalista Roberto Marinho e em área adjacente à Marginal do Rio Pinheiros, entre a Linha da CPTM e ciclovia.
Com uma população potencialmente beneficiada de aproximadamente 550.000 habitantes, cujas previsões de demanda indicam uma linha não pendular, apresentando carregamentos constantes nos dois sentidos a Linha 17-Ouro terá, quando totalmente implantada, 18 estações, 1 pátio de manutenção e manobra e 2 subestações, sendo a previsão de demanda para o Trecho 1 em 2022 estimada em 171.150 usuários dia/útil (figura 1).
Como estratégia de implantação, a Linha 17-Ouro foi dividida em 3 trechos: • O Trecho 1, é a primeira etapa de implantação e operação em execução, com aproximadamente 6,30km de extensão de vias, 8 estações, 1 pátio e 1 subestação, compreende o percurso desde a Estação Vila Paulista (exclusive) até oeste da Estação Morumbi-CPTM, também faz parte desta etapa de implantação o enlace e trecho de conexão entre as estações Brooklin Paulista e Congonhas. • O Trecho 2, com aproximadamente 6,44km de extensão de vias, 5 estações
e 1 subestação, compreende o percurso entre as estações Morumbi-CPTM e São Paulo-Morumbi (Linha 4-Amarela). • O Trecho 3, com aproximadamente 4,94km de extensão de vias e 6 estações, compreende o percurso entre as estações Jabaquara e Vila Paulista (inclusive), finalizando, assim, a totalidade de implantação do empreendimento.
Para o sistema monotrilho empregado na Linha 17-Ouro, sob o aspecto tecnológico, destacam-se como principais aspectos a utilização de tração elétrica sobre pneus, proporcionando baixo nível de ruído e emissão de poluentes; via elevada com restrita ocupação construtiva e implantação de paisagismo denso sob o percurso; emprego de sistema de sinalização e controle dos trens por comunicação via rádio (CBTC) sem a presença de funcionários a bordo (Driverless); ar condicionado, passagem livre e existência de câmeras no interior dos carros, e portas de plataforma em todas as estações, condições que permitem reduzir os intervalos entre trens e aumento do conforto dos usuários;
Sob o aspecto ambiental, com a implantação da Linha 17-Ouro, prevê-se que parte dos usuários que hoje utilizam ônibus, automóveis e motocicleta, irão migrar para este novo modal, tendo como tendência a alteração a menor dos índices de emissão de poluentes, gases de efeito estufa e consumo de combustíveis na região envolvida. A partir da adoção dos novos índices resultantes no cálculo dos Benefícios Sociais que representam as externalidades positivas geradas pela implantação desta nova linha, prevê-se a redução da emissão de poluentes em 369 toneladas/ano, redução de gases de efeito estufa em 38 000 toneladas/ano e do consumo de combustível em 16,8 milhões de litros/ano.
O TRECHO 1
O Trecho 1 da Linha 17-Ouro, considerado prioritário, ligará o Aeroporto de Congonhas às estações Campo Belo da Linha 5-Lilás e Morumbi na Linha 9-Esmeralda da CPTM, bem como permite a conexão com os corredores de ônibus Chucri Zaidan, Vereador José Diniz, Santo Amaro e Washington Luis, possui como principais características a construção de um Pátio de Manutenção e Manobra em dois níveis, oito estações, dois espaços subterrâneos de conexão e uma subestação, com um total aproximado de 131.000 m² de área construída, bem como a execução de 7,7km de vias operacionais com sobreFigura 2 - Características das estações



posição destas no trecho de enlace com o ramal que leva à Estação Congonhas e disponibilização de 14 trens com cinco carros cada.
As estações deste trecho, bem como dos demais, possui como principal característica serem elevadas e implantadas em canteiro central ou adjacente de avenidas, quase todas interligadas a dois acessos por passarelas sobre as avenidas e com livre acesso para o meio urbano. Como condição aproximada dos ganhos que somente o Trecho 1 da Linha 17-Ouro proporcionará no tempo de deslocamento entre suas estações terminais, quando comparado com o tempo estimado para a viagem nas condições atuais de 48 minutos, ou seja, sem monotrilho e utilizando-se o sistema ônibus da SPTrans, e o tempo estimado de 14 minutos para a mesma viagem com o monotrilho, temos uma economia para os usuários de aproximadamente 34 minutos (figura 2).
A IMPLANTAÇÃO DO TRECHO 1 - ATUAL CENÁRIO
Como todo processo de implantação de novas tecnologias e abordagens urbanas, geram novos e desafiadores paradigmas que, após a interação com os diversos atores envolvidos e ao serem superados, produzem importantes efeitos e aprendizagem a todas instituições envolvidas. Neste contexto a Linha 17-Ouro e a Linha 15-Prata, por introduzirem uma nova condição de inserção urbana em elevado diferente da condição clássica da configuração de utilização de apoio sobre lajes, e tecnologia de transporte pelo sistema monotrilho, inevitavelmente tiveram de enfrentar desafios na sua implantação, dos quais destacaremos a seguir alguns casos e o atual cenário em que se encontra a implantação do Trecho 1.
LICENÇAS AMBIENTAIS
O Licenciamento Ambiental da Linha 17-Ouro compreende uma única Licença Ambiental Prévia (LAP) para todo o empreendimento, que atualmente fora desdobrado em sete Licenças Ambientais de Instalação (LAI).
A razão da segmentação do processo de licenciamento para instalação das obras, ocorreu pelas características do avanço dos serviços e de condições similares de alguns impactos por trechos do traçado da linha e, como principais desafios destacam-se a necessidade de evidenciar ao órgão fiscalizador e à própria coletividade a capacidade de minoração dos impactos urbanísticos causados pela implantação de estruturas no eixo de avenida, condição superada pelo intenso desenvolvimento de soluções e divulgação das medidas mitigatórias à estes impactos, e consolidado no projeto de corredor verde incorporado ao paisagismo, de maneira a melhorar a condição urbanística anterior à implantação do novo modal e integração com futuras ações previstas pela municipalidade nas regiões do percurso da Linha 17-Ouro. Outra condicionante apresentada pelo órgão licenciador para minoração dos impactos da implantação da Linha 17Ouro, e que não fora incialmente previsto
pelo Metrô, é a implantação de ciclovia ao longo do Trecho 1, entre as estações Congonhas/Jardim Aeroporto e Chucri Zaidan, para uso cotidiano e em substituição à ciclovia anteriormente existente e que só é utilizada nos domingos e feriados.
Outra condicionante também incorporada ao projeto de urbanização e paisagismo, será o tratamento em configuração de praça urbana para toda área desapropriada pelo Metrô e remanescente, as quais deverão ser entregues à municipalidade.
Também como medidas atenuadoras dos impactos causados à comunidade lindeira ao empreendimento durante as obras, os mais diferentes aspectos ambientais foram tratados, como limpeza e conservação dos viários adjacentes aos canteiros, controle de ruídos, gases e material particulado em suspensão, manejo de vegetação, destinação de resíduos, preservação da integridade de corpos hídricos, desvios de tráfego com menor alteração no fluxo cotidiano, dentre outros.
Atualmente não há qualquer impeditivo de licenciamento ambiental para a plena execução das obras do Trecho 1, sendo que, semestralmente, o Metrô, elabora e encaminha Relatório de Acompanhamento das sete Licenças Ambientais de Instalação (LAI) para o órgão licenciador – Secretaria do Verde e Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo (SVMA) (figura 3).
DESAPROPRIAÇÕES E A OPERAÇÃO URBANA ÁGUA ESPRAIADA
As desapropriações para o Trecho 1 foram plenamente realizadas, totalizando 111 imóveis particulares, com destaque para a implantação do Pátio Água Espraiada que, pela ausência de terrenos com baixa ou pouca ocupação, bem como, para não interferir nas potencialidades de reorganização urbana preconizadas pela Operação Urbana Água Espraiada da municipalidade, optou-se por utilizar área aproximada de 70.000m² disponível sobre o Reservatório para contenção de enchentes (piscinão) existente na região, condição que otimizou recursos do processo de desapropriação, sem alteração da funcionalidade inicial deste.
REASSENTAMENTO: UMA QUESTÃO SOCIAL
No caso de reassentamentos, para a linha como um todo, ou seja, do Jabaquara ao Morumbi, foram decretados de utilidade pública 161 imóveis, sendo que nesse perímetro desapropriado e adjacente à Av. Washington Luis, haviam comunidades em situação irregular de uso do solo e vulneráveis socialmente, denominadas como “Comando”, “Buraco Quente” e “Buté”.
Com foco nestas questões relacionadas aos impactos ambientais decorrentes da implantação da Linha 17-Ouro, o Metrô firmou convênio com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), objetivando dimensionar a população vulnerável afetada, para posterior atendimento social e habitacional desses indivíduos e famílias, a partir dos critérios do Regulamento para Reassentamento de Famílias Vulneráveis Atingidas pelas Obras de Expansão do Metrô.
Até 2017, o programa atendeu 336 famílias/indivíduos que optaram por indenização por tempo de moradia, 125 famílias/indivíduos que optaram pela inclusão no programa habitacional da CDHU, um grupo de 27 edificações foram atendidas diretamente pelo Metrô por tratar-se de casos não contemplados pelo Convênio, três casos que se recusaram a ser atendidos e seis casos permanecem no local, mas que não serão mais necessários para a implantação das obras.
O Programa Habitacional ocorrerá em edifícios construídos nas áreas anteriormente ocupadas pelas favelas e não necessária para implantação das estruturas da Linha 17-Ouro, requalificando e melhorando a qualidade de vida dos envolvidos e a urbanidade da região.
Todas as edificações necessárias foram demolidas e não há mais atendimentos a serem feitos na área referente ao Trecho 1, que compreende a Estação Aeroporto – Estação Morumbi da CPTM, da Linha 17Ouro, estando o reassentamento concluído.
CONTRATAÇÕES
Para a implantação do Trecho 1, entre 2011 e 2013 foram realizadas contratações para a execução das estruturas civis em concreto e passarela metálica de emergência com bandejamento das vias, fornecimento do material rodante com 14 trens, sinalização, CCO, track-switches, rede de fibra óptica e máquina de lavar trens; para a execução da obra civil do pátio e outros dois outros para a execução das oito estações do trecho. Também, neste período, foram contratados para o Trecho 1, os fornecimentos de telecomunicações, escadas rolantes, elevadores e sistemas de energia e auxiliares, bem como o desenvolvimento dos projetos executivos civis e apoio.
Por diversas dificuldades apresentadas pelas empresas inicialmente contratadas para a implantação das vias, material rodante e




Figura 4 - Pátio corte esquemático
Figura 5a - Piscinão no início das obras e vista aérea do pátio - situação atual sistemas correlatos, bem como para a execução do pátio e parte das estações, estabelecido complexo processo administrativo, essas foram substituídas por outras que participaram da concorrência inicial ou, parte dos serviços remanescentes, foram incorporados aos novos processos de licitação, ora em curso.



PROJETOS
Estando com todos os projetos executivos referentes à obra civil, hidráulica, acabamentos, paisagismo, urbanização e luminotécnica das estações e pátio do Trecho 1 concluídos, restam por desenvolver parte significativa dos projetos executivos de sistemas e material rodante.
Possuindo projeto básico disponível, restam o desenvolvimento dos projetos executivos de sistemas e material rodante, urbanização e paisagismo das áreas remanescentes adjacentes às vias, centro comunitário e esportivo, e ciclovia, bem como, alguns outros relacionados ao atendimento das exigências ambientais ou de concessionárias, não contemplados nos contratos iniciais e vigas-guia a serem instaladas no pátio e diminuta parcela da via operacional.
Cabe destaque que todos estes projetos executivos faltantes fazem parte dos serviços remanescentes nos novos processos de licitação, ora em curso, ou de contratos de sistemas existentes.
OBRAS CIVIS
As obras civis das oito estações, pátio e quase totalidade das vias operacionais encontram-se praticamente finalizados, com um total de 75% já plenamente executado, e o que falta por executar fora incorporado nos serviços remanescentes dos novos processos de licitação, ora em curso, cabendo destaque ao que segue.
PÁTIO ELEVADO
O Pátio Água Espraiada foi concebido para ser implantado em dois níveis elevados, em terreno interno e sobre laje de fechamento do Reservatório Jabaquara (Piscinão), adjacente à Av. Jornalista Roberto Marinho e perpendicular ao Viaduto Deputado Luis Eduardo Magalhães na Av. Washington Luis, com capacidade de estacionamento para 27 trens e uma via de testes, possui 6.675m de vias singelas com dois acessos, um leste e outro à oeste (figura 4).
Com 84.440m² de área construída, distribuída em 15 edifícios/blocos, tendo as principais atividades de manutenção alocadas no 1º nível, estacionamento e áreas de inspeção e limpeza de trens no 2º nível. Tendo como principal edificação o Bloco A, com 12.750m² e 19m de altura, seis pontes rolantes para 3, 2, 5 e 12,5 toneladas, e capacidade para acomodar simultaneamente dez trens, é o local onde serão desenvolvidas as principais atividades de manutenção da frota da linha (figuras 5a e 5b).
ACESSO CONGONHAS: TÚNEL E TRANSFERÊNCIA DE CARGAS
Com 58,60m de extensão, este túnel é responsável pela interligação entre a Estação Congonhas e o conjunto de escadas e elevadores que dão acesso ao saguão do aeroporto.
Escavado pelo método NATM e secção de 59,40m², possui em seu traçado uma leve curva e a condição de ter sido realizado sob o túnel Paulo Autran, sem interromper o acesso da pista sentido bairro da Av. Washington Luis ao aeroporto e com previsão de conexão com o corredor central de ônibus a ser implantado pela SPTrans (figura 6).
Para acomodar o conjunto de escadas e elevadores que dão acesso ao saguão do aeroporto, foi necessário executar vala com 9.066m³ escavados, parte pelo método invertido e parte à céu aberto, sendo a parcela à céu aberto sob marquise tombada do aeroporto que suporta a pista de veículos superior.
Para manutenção do aeroporto em pleno funcionamento, foi necessário a desativação de parte das fundações existentes por meio de transferência de carga destas às provisórias, para posterior incorporação às definitivas, em processo meticuloso de execução e acompanhamento por instrumentação técnica, estando esta condição hoje finalizada e sem registro de qualquer impacto à funcionalidade do aeroporto (figura 7).
INTERLIGAÇÃO SUBTERRÂNEA CAMPO BELO
Com área de 1.148m² construídos e 8.972m³ escavados, este espaço será responsável por interligar as áreas tarifadas das estações

Figura 6 - Túnel Congonhas



Figura 7 - Transferência de carga e escavação do acesso no aeroporto
Campo Belo da Linha 5-Lilás com a Linha17-Ouro e acomoda até nove escadas rolantes e três elevadores.
Possui como principal característica ter sido escavada parte pelo método invertido sob o desvio da Av. Santo Amaro, e parte à céu aberto em terreno desapropriado e, adjacente e concomitantemente com a escavação da estação da Linha 5-Lilás, estando esta condição hoje finalizada e sem registro de qualquer impacto à funcionalidade da cidade (figura 8).
ESTAÇÃO
MORUMBI:
INTERVINDO
COM A CPTM
Por ser uma estação de interligação de modais, para implantação da Estação Morumbi, diante da nova realidade de fluxos, previu-se a construção de mezanino de interligação metálico sobre as vias e parte da sul plataforma existente na Linha 9-Esmeralda da CPTM com 1 775m², para acomodar escadas rolantes, elevador, bloqueios de controle e área de segregação para casos de contingenciamentos operacionais, e construção de extensão de plataforma ao norte da existente na CPTM.
Além de interferir diretamente com a operação da estação da CTPM, vez que parte da execução destas obras ocorre entre as vias ou sobre estas, foi realizado intenso trabalho colaborativo pelas duas empresas para o que hoje se encontra executado, situação que demandou reorganização pela CPTM para operar em alguns momentos em via singela e em outros com trecho sem circulação de trens com atendimento por sistema PAESE e paralisação total da via expressa da Marginal Pinheiros sentido centro, para lançamento das estruturas (figura 9 e 10).

SISTEMAS E MATERIAL RODANTE
Composto pelos sistemas de Controle Centralizado (CCO) no Pátio e posto de monitoramento no CCO-Vergueiro, Sinalização e Controle em CBTC com grau de automação UTO-GOA4 (sem operador/ atendente embarcado), Portas de Plataforma em todas as estações, Captação de Energia pelo Trem em 750Vdc, Bandejamento e Rede de Fibras Ópticas própria, Track-Switches ou aparelhos de mudanças de via, Escadas Rolantes e Elevadores, Telecomunicações (Multimídia com Cronometria, Sonorização – Comunicação Fixa, Telefonia e Rede Local – Comunicação Móvel de Voz e Dados – Monitoração Eletrônica CFTV – Controle de Arrecadação e de Passageiros – Rede de Transmissão de Dados – Controle de Acessos – Console da Sala de Supervisão Operacional SSO e Controle Local SCL), Alimentação Elétrica e Auxiliares (Média Tensão – Baixa Tensão – Tração – Subestação Primária - Ar Condicionado – Ilu-Figura 8 - Espaços da interligação subterrânea Campo Belo


Figura 9 - Estação Morumbi da Linha 17-Ouro – Elevação Sul


Figura 10 - Execução do mezanino de interligação das estações Morumbi do Metrô e CPTM
minação e Tomadas – Bombas e Controladores de Nível – Detecção e Combate a Incêndio – Ventilação de Salas Técnicas – Elevador de Carga – Aquecedores de Água – Pontes Rolantes – Posto de Abastecimento – Balança Rodoviária – Carreta de Espuma – Tratamento de Efluentes Industriais – Central de Ar Comprimido e Parachoque Móvel), e Material Rodante a Linha 17-Ouro incorpora as mais atuais tecnologias disponíveis no sistema metroferroviário mundial.
Cabe destaque, para os sistemas integrantes do Trecho 1 o Material Rodante com 14 trens de 5 carros e carregamento máximo de 8 passageiros/m² (AW4); o fornecimento de 19 equipamentos de Track Switches para a via principal e 17 equipamentos para o pátio, com requisito de desempenho para velocidade mínima no desvio de 25km/h com passageiros e tempo de movimentação máxima de nove segundos; sete para-choques móveis para a via principal e cinco para o Pátio, com desempenho mínimo de 15km/h para impactos de um trem em operação de reboque de outro trem carregado, cuja concepção e projeto executivo fora desenvolvido pelo Metrô.
Como atual estágio, os sistemas do Trecho 1 possui dois cenários: a suspensão dos contratos relacionados aos sistemas de Escadas Rolantes e Elevadores, Telecomunicações e Alimentação Elétrica e Auxiliares, e a incorporação das experiências adquiridas e atualizações tecnológicas nas especificações técnicas que subsidiam o processo de contratação em curso para os sistemas de CCO, Sinalização e Controle, Portas de Plataforma, Captação de Energia pelo Trem, Rede de Fibras Ópticas e Material Rodante, entre outros.
NOVOS DESAFIOS
Enfrentados e vencidos os desafios expostos, sobremaneira no que tange o atual cenário das obras civis realizadas e por realizar, aliados a formatação das novas contratações para os serviços remanescentes de civil e sistemas, os principais desafios da Linha 17-Ouro para o período de 2020 a 2022 cabe destaque: a efetivação da contratação dos serviços remanescentes, de maneira a permitir a conclusão da totalidade das obras civis com a retomada dos contratos de sistemas paralisados, e o desenvolvimento do material rodante em sistema de monotrilho para viga-guia já fisicamente existente e compatibilizá-lo com o traçado da via, estações e gabarito máximo já definidos.
* José Arapoty Frare Camargo Prochno
é engenheiro, gerente do Empreendimento Linha 17-Ouro do Metrô-SP E-mail: imprensa@metrosp.com.br ** Ivan L. Piccoli dos Santos é arquiteto, chefe do Departamento de Projetos Executivos da Linha 17-Ouro do Metrô-SP E-mail: imprensa@metrosp.com.br *** Mauro Monteiro é engenheiro, chefe do Departamento de Obra Civil da Linha 17-Ouro do Metrô-SP E-mail: imprensa@metrosp.com.br **** Renato Prados Reale é engenheiro, chefe do Departamento de Implantação de Sistemas da Linha 17-Ouro do Metrô-SP E-mail: imprensa@metrosp.com.br ***** Carlos Augusto de Faria é engenheiro, coordenador de Qualidade e Meio Ambiente da Linha 17-Ouro do Metrô-SP E-mail: imprensa@metrosp.com.br ****** Edson de Ávila Júnior é economista, coordenador de Planejamento e Escritório de Projetos da Linha 17-Ouro do Metrô-SP E-mail: imprensa@metrosp.com.br