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Expansão da Linha 2-Verde
EDUARDO MAGGI*, FERNANDO ANDRADE BUARQUE DE GUSMÃO**, IRAN BENEDICTO CASSONI LEITE***, ARLINDO JOSÉ GIAMPÁ****, ANSELMO TEMPLE*****, SHINJIRO UCHIDA******
INTRODUÇÃO
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Projetada de forma perimetral, intercepta importantes eixos radiais, facilitando o deslocamento dos passageiros, bem como a ligação de sub centros importantes do Município de São Paulo, como Vila Prudente, Penha, Vila Carrão e Parque Novo Mundo, Ponte Grande e o Internacional Shopping de Guarulhos, no Município de Guarulhos.
Em junho de 2019 foram retomados os contratos suspensos, compreendendo a execução do projeto executivo, obra civil e via permanente, está prevista para ser concluída no ano de 2026 e ampliará sua extensão em 8,3 km.
Atualmente grande parte da população é obrigada a se deslocar até o centro da cidade, para acessar as regiões norte ou o sul do município, ou até mesmo a região da Av. Paulista, um dos principais polos administrativos e serviços da metrópole. Com a implantação do Trecho Vila Prudente – Penha, ocorrerá a opção de deslocamento pela malha metro-ferroviária através da integração na Estação Penha, da Linha 2 – Verde com a Linha 3 – Vermelha e também, com a Linha 11 – Coral da CPTM, minimizando assim a saturação dessas linhas que atendem a região leste.
Quando concluída a extensão, a Linha 2-Verde, de Vila Madalena a Penha, terá 23,1 km, 22 estações, conexão com vários modais de transporte (metrô, trem, ônibus, monotrilho) e será a linha mais extensa do Metrô).
A próxima etapa de expansão da Linha 2 – Verde a ser construída, partirá da Estação Vila Prudente até a futura Estação Penha (figura 1) acrescentando mais oito Estações (Orfanato, Água Rasa, Anália Franco, Vila Formosa, Guilherme Giorgi, Nova Manchester, Aricanduva e Penha), uma base de manutenção e estacionamento de trens no VSE Rapadura, uma subestação primária e aquisição de 22 novos trens.
Para implantação do empreendimento entre Vila Prudente (exclusive) até a futura Estação Penha foi necessária a desapropriação de 227 imóveis e, até outubro de 2019 foram realizadas 98% das desapropriações, dos quais 97% encontram-se demolidos.
Atualmente, com a Licença de Instalação obtida, estão sendo cumpridas as condicionantes para o início das obras, tais como a obtenção das autorizações de manejo arbóreo, gerenciamento de áreas contaminadas e a prospecção arqueológica entre outras ações.
MÉTODOS CONSTRUTIVOS
Para a escolha dos métodos construtivos, foram consideradas as seguintes diretrizes: - Minimizar desapropriações nas regiões mais adensadas do traçado; - Usar tuneladora de via dupla que permita manter a solução construtiva mesmo nas muitas regiões de AMVs (aparelhos de mudança de via). - Atender às necessidades operacionais da elevada demanda de passageiros prevista; - Adotar soluções de engenharia convencionais, com maior previsibilidade e menor risco; - Permitir a adequada conexão com linhas do Metrô e linhas da CPTM; - Atender ao material rodante da Linha 2-Verde, de bitola larga.
O trecho entre Estação Vila Prudente até a futura Estação Penha será em sua totalidade subterrâneo e na maior parte executado por tuneladoras EPB (Earth Pressure Balanced).
Os túneis de estacionamento de trens, localizados após as estações Vila Prudente e Penha, assim como na base de manutenção Rapadura, serão executados pelo método de escavação “NATM” – New Austrian Tunnelling Method.
A adoção das máquinas tuneladoras
Figura 1 Figura 2A



Figura 2B

Figura 3A


Figura 4
como método construtivo principal dos túneis de via tem como vantagens: - Maior segurança e rapidez na execução de túneis, - Maior previsibilidade de custos e cronograma; - Experiências anteriores com sucesso nas linhas 4-Amarela e 5-Lilás; - Minimização dos riscos de recalque na superfície, e danos aos lindeiros; - Menor interferência com o meio ambiente, face ao não rebaixamento do lençol freático; - Possibilidade de execução de trechos em solo e rocha eliminando a necessidade do uso de explosivos.
Em um primeiro momento a Tuneladora EPB - Earth Pressure Balanced (figuras 2A e 2B) executará as escavações partindo da

Figura 5A vala onde será construída a base de manutenção Rapadura, em direção a estação Vila Prudente e será desmontada no poço Falchi Gianini e transportada para a vala Penha e após sua remontagem, iniciará as escavações em direção ao complexo rapadura.
Tal estratégia possibilitará que as estações, Orfanato, Água Rasa, Anália Franco e Vila Formosa iniciem a operação comercial em 2025, enquanto a tuneladora executa as escavações entre a Estação Penha até o Complexo Rapadura que, concluídas as escavações, possibilitará o início da operação em 2026, quando então estarão concluídas as estações Guilherme Giorgi, Nova Manchester, Aricanduva e Penha.
As estações Orfanato, Água Rasa, Vila Formosa e Guilherme Giorgi serão executadas pelo método “NATM” – New Austrian Tunnelling Method (figuras 3A e 3B) método este que inicia-se pela execução de um poço circular de grande diâmetro, do qual emboca-se os túneis para execução do corpo da estação.
Para a execução das estações Anália Franco, Nova Manchester e Penha, será adotada o método de Vala a Céu Aberto - “Cut and Cover” (figura 4) que consiste em grandes escavações cujas estruturas de contenção ocorrem por meio de “paredes diafragma”, mais usualmente com paredes diafragma, associadas a tirantes provisórios. A solução adotada para a Estação Aricanduva será a de “Poços secantes circulares múltiplos”, desenvolvida através da escavação de poços de grande diâmetro executados alternadamente, sendo que nesta estação será a primeira vez que o Metrô adotará esta solução com seis poços (figuras 5A e 5B), solução esta cada vez mais utilizada para reduzir a área de ocupação na superfície.
ASPECTOS GEOTÉCNICOS
O traçado da extensão da Linha 2 – Verde parte da região sudeste da bacia de São Paulo, indo em direção à nordeste, cruzando os rios Aricanduva, Tietê e Cabuçu. Ao longo do traçado há significativas dife-
Figura 6 - Perfil longitudinal da extensão da Linha 2-Verde renças de cotas referentes à altitude, conforme ilustrado (figura 6), variando de 800 metros na região da Água Rasa até cerca de 730 metros na região das planícies de inundação do Rio Tietê. A visualização do perfil geológico permite avaliar a complexidade envolvida na escolha da melhor posição para passagem da tuneladora e a adequação com as soluções das unidades construtivas que são transpostas por ela, e ainda compatibilizando com as restrições Geométricas impostas pelo material rodante (trem). * Eduardo Maggi é arquiteto, Gerente do Empreendimento Linha 2 – Verde no Metrô-SP E-mail: imprensa@metrosp.com.br
** Fernando Andrade Buarque de Gusmão
é engenheiro, Chefe de Departamento de Projetos da Linha 2 - Verde no Metrô-SP E-mail: imprensa@metrosp.com.br *** Iran Benedicto Cassoni Leite é engenheiro, Assessor Executivo do Gerente da Linha 2 - Verde no Metrô-SP E-mail: imprensa@metrosp.com.br **** Arlindo José Giampá é engenheiro, Chefe de Departamento de Obras da Linha 2 - Verde no Metrô-SP E-mail: imprensa@metrosp.com.br ***** Anselmo Temple é engenheiro, Chefe de Departamento de Sistemas da Linha 2 - Verde no Metrô-SP E-mail: imprensa@metrosp.com.br ****** Shinjiro Uchida é engenheiro, Coordenador de Planejamento da Linha 2 - Verde no Metrô-SP E-mail: imprensa@metrosp.com.br
