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Os 45 anos de manutenção no Metrô – A história traduzida por fotos
Os 45 anos de manutenção no Metrô
A história traduzida por fotos
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CARLOS FREDERICO GUEDES PEREIRA*
Amanutenção do METRÔ, desde seu início, adquiriu um caráter inovador, tanto pelo desafio de elaborar um plano novo para um sistema que saía das pranchetas na década de 1970 e tomava forma transformando para sempre a cidade de São Paulo. Não haviam especialistas brasileiros na área de transporte público em trilhos. A herança da ferrovia antiga nos brindava com seu material que precisou ser adaptado à Indústria 3.0 na década de 1970 que trouxe algo revolucionário para a população, o “ATO” - Automatic Trafic Control (para os trens), símbolo da modernidade e inovação no Brasil.
A manutenção necessitou de um período de amadurecimento, onde a busca pela excelência foi inspirada pelos engenheiros alemães, projetistas das linhas.
Sim, as transformações foram muitas até a rede transportar 4 milhões de passageiros por dia e o brinde que se pode obter deste número é a confiança e a seriedade da administração deste sistema tão imprescindível para a população.
A manutenção recebeu a incumbência do “ser” e do
Foto: CARLoS FREDERiCo


Estacionamento de trens – Estação Ana Rosa
“permanecer”. Ser a melhor possível e permanecer mais disponível o possível. Sim, o possível, pois para engenheiros, 99,998% é diferente de 100%.
Para que este índice fosse o melhor possível de 1970 para cá, muitos procedimentos, equipamentos, roteiros de manutenção foram estudados, escritos e testados. O foco sempre foi a perfeição. A ferrovia acompanhou a transformação da Indústria.
A 1.0 iniciou-se por volta do século 18 com as máquinas dominando a força de trabalho, o vapor e engenharias tornando melhor a vida da humanidade. Em meados do século 19, a indústria iniciou a produção em série e a energia elétrica desponta, inaugurando a Indústria 2.0.

Túnel próximo a Estação Borba Gato

O Companhia do Metrô nasceu em 1968 e materializou-se em 1974, marco do desenvolvimento da Indústria 3.0, iniciada nos primeiros anos da década de 1960, quando as automações de sistemas inundariam o mundo dali por diante.
Podemos dizer que hoje adentramos a Indústria 4.0 com um termo Ferrovia 4.0, que abarca todo o tipo de inteligência artificial, tomadas de decisões assertivas, alta velocidade de informações e capacidades imensas de dados circulando e trazendo maior segurança e conforto aos passageiros, no caso do Metrô de São Paulo. As manutenções nasceram como as corretivas (falha ocorre antes da verificação), migraram para as preventivas (a partir de dados, é executada rotineiramente) e, em seguida, para as preditivas (que preveem e aumentam a vida útil de forma inteligente atuando em ciclos diferentes da preventiva).
A novidade que inaugura na Ferrovia 4.0 é a criação da manutenção PROATIVA, que monitora on-line todos os sistemas vitais para a operação do sistema e segurança dos passageiros.
O intuito do monitoramento contínuo é de trazer velocidade no que deve ser feito e na urgência de que se precisa. A quantidade de dados surpreende e a inteli-

Estação Praça da Sé, 1980
C o i S FREDER : CARL o oto F

Estação Praça da Sé, 2019


Veículo de manutenção de via, trecho Linha 2-Verde


o C i S FREDER : CARL o oto F gência artificial nos eleva a um patamar melhor, mais seguro e competitivo, tecnicamente falando. Saber intervir na hora certa é integrar a gestão da manutenção aos objetivos mais refinados da operação do sistema, oferecendo nitidez e decisão em conjunto nas mais diversas situações diárias.
Integrar todos os dados à administração financeira, contratos e gestão de materiais será um avanço do porvir.
Para se entender melhor do projeto, saberemos durante a operação comercial do Metrô quantos e quais problemas serão percebidos e ainda qual a prioridade de atuação em todos os sistemas vitais, on line, minimizando o tempo de interferência operacional e gastos, atuando de forma assertiva.
A integração dos dados permitirá automatismos nas ordens de serviço juntamente com requisição de sobressalentes necessários ao sistema. É o sistema metroviário se adequando à necessidade da população, que exige perfeição, rapidez e adaptabilidade.

Assim, vemos a manutenção evoluindo conforme os avanços da indústria, desenvolvendo e tornando cada vez menos necessárias as intervenções, utilizando ferramentas, como a confiabilidade dos materiais e sistemas atrelada ao mix entre as manutenções corretivas, preventivas, preditivas e proativas. A melhor estratégia desta utilização mostra a maturidade na qual a empresa está inserida, quais os focos e as respostas que se espera do negócio.
O Metrô de São Paulo é preparado para desafios, e estes precisam de pessoas capacitadas. A Ferrovia 4.0 alia a inteligência artificial com a inteligência humana, formando um par moldado para cada dificuldade. Centrando a gestão em pessoas forma o campo do futuro da manutenção, com o menor custo, menor intervenção e tempo de restabelecimento, maior eficácia e produtividade.
* Carlos Frederico Guedes Pereira é engenheiro civil, coordenador da Engenharia de Manutenção de Via Permanente e Estruturas Civis do Metrô-SP E-mail: imprensa@metrosp.com.br


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