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Subestação Primária São Lucas Primeira subestação isolada a gás do Metrô de São Paulo (GIS) FABIO CRESTANI*
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Figura 1 - Fotos da Subestação Primária São Lucas
o dia 22 de outubro de 2019 o Metrô de São Paulo inaugurou a Subestação Primária São Lucas, que passou a ser a responsável pela alimentação elétrica do Monotrilho da Linha 15-Prata. Assim esta linha passou a ser, do ponto de vista elétrico independente, pois até então, recebia alimentação elétrica da Subestação Tamanduateí da Linha 2-Verde. A Primária São Lucas, possui dois transformadores de 88/138kV-22kV com potência de 33,3MVA cada um, que são responsáveis pela alimentação dos sistemas de alimentação elétrica (média tensão, tração dos trens e baixa tensão) e auxiliares (iluminação, tomadas, escadas rolantes, elevadores, ventilação principal e auxiliar e sistema de ar condicionado). Esta subestação foi um passo importante na história do Metrô, pois trata-se de uma tecnologia nova na Companhia e assim
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quebra de um paradigma ao adotar a solução GIS (Gas Insulated metal-enclosed Switchgear), em tradução livre, chave isolada a gás com invólucro de metal, ao invés de uma subestação convencional. Sua compacidade permite que em um único equipamento estejam abrigados disjuntores, chaves seccionadoras, chaves de aterramento, transformadores de potência, transformadores de corrente e barramentos. O conjunto de equipamentos está dentro de um invólucro de metal aterrado e pressurizado com SF6, um gás inerte e altamente isolante. Este arranjo físico compacto proporciona a construção em áreas de difícil desapropriação. No caso da Subestação Primária São Lucas, o Metrô ao escolher os terrenos a serem desapropriados demonstrou o respeito ao dinheiro público e gestão eficiente, pois ao adotar a solução GIS, teve além do ganho de conhecimento técnico, economia com os custos da desapropriação de terrenos meno-
res, menor custo com obra civil, menor custo com a montagem dos sistemas, materiais elétricos e eletromecânicos e menor custo de manutenção, uma vez que a primeira manutenção completa deve ocorrer após 17 anos, algo que não ocorre em uma subestação convencional onde a manutenção completa é realizada a cada três anos. Para disseminar o conhecimento da solução GIS, foram treinados 24 empregados da Companhia de diversas áreas, como manutenção, engenharias da manutenção e implantação, implantação e inspeção. Vale lembrar também, que a escolha da localização se deu pelo fato de as vias do Monotrilho e as linhas de transmissão para derivação do Ramal Aéreo do Cliente (RAC) serem próximas aos terrenos, gerando economia com infraestrutura, como banco de dutos e cabos. Outro ponto importante a ser destacado é que nesta localização, também iria ocorrer posteriormente o alteamento das linhas
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