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BRASIL ENGENHARIA I ME TRÔ
Subestações compactas, oportunidade de receitas acessórias para o Metrô
A
companhia do Metropolitano de São Paulo teve sua primeira linha inaugurada em 1974, um importante salto para o transporte público e a mobilidade da capital paulistana. A Linha Norte-Sul, depois rebatizada de Linha 1-Azul, contava quando completa com uma extensão de 16,7 km e 20 estações. Em 45 anos a cidade de São Paulo viu sua malha ser ampliada, possuindo hoje em operação cinco linhas de metrô e uma de monotrilho totalizando 100km em linhas. Inúmeros foram os desafios de engenharia enfrentados com soluções sempre na vanguarda da tecnologia. As inovações no campo de mobilidade urbana sempre foram um dos pontos fortes do Metrô de São Paulo e dentre as opções de alto impacto tecnológico disponíveis está a compactação de subestações de alta tensão em regiões urbanas. O objetivo principal das subestações compactas é a otimização de espaço. Nos grandes centros, a falta de terrenos para construção das infraestruturas necessárias ao sistema de transporte, como as subestações elétricas, bem como o alto custo para aquisição dos mesmos encarece a expansão da rede de metrô. Por outro lado, as subestações compactas possuem confiabilidade
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BRASILengenharia 01/2020
PAULO BENITES* MOISÉS FERREIRA DE SOUZA** mais elevada e custos de manutenção e operação significativamente menores. Tendo em vista que o Metrô já possui uma rede implantada, com subestações em operação em áreas altamente valorizadas, uma oportunidade se vislumbra no desenvolvimento de empreendimentos que possam gerar rendimentos não operacionais, com a participação de parcerias privadas. Neste artigo, a ser apresentado mais a frente, fizemos um estudo de caso hipotético, aplicando a solução de compactação GIS para duas subestações muito próximas, sen-
Foto 1 - Subestação GIS abrigada instalada no Metrô da Linha 4 do Rio de Janeiro
do uma do Metrô de São Paulo e a outra da concessionária de energia ENEL, com vistas a viabilizar os investimentos a partir de receitas geradas pelo aproveitamento imobiliário de áreas de alto valor comercial.
SUBESTAÇÃO COMPACTA GIS As subestações compactas são conhecidas pela sua sigla GIS, que vem do inglês Gas Insulated Substation ou Subestação Compacta Isolada a Gás. Seu uso não é tão difundido no Brasil, mas a tecnologia GIS não é nova, ela surgiu em meados dos anos 50 do século passado. Os primeiros estudos desta tecnologia foram feitos nos Estados Unidos, em 1939 pela General Electric, e nas décadas seguintes surgiram os primeiros disjuntores isolados a SF6 (hexafluoreto de enxofre). No Japão, em 1967, foi apresentada a primeira solução completa de compactação, tendo os disjuntores e os transformadores isolados a gás SF6, ligados por barramentos também isolados a gás. O que motivou o desenvolvimento desta tecnologia, contudo (conforme citado no 12th CLAGTEE, 2017 - Latin-American Congress on Electricity Generation and Transmission / R. Oliveira, R. L. dos Anjos, G. C. Fernandes, T. K. B. Silva, E. J. Oliveira ), diferente do que se pensa, não foi apenas a www.brasilengenharia.com