Revista Brasil Engenharia ed 01/2020

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BRASIL ENGENHARIA I METRÔ

O Metrô de São Paulo no seu início A construção da Linha 1 e o começo da Linha 2 PLINIO ASSMANN*

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e lá viram o sistema em início de implantação do moderníssimo sistema de controle tráfego de trens por circuitos eletrônicos. Foi nessa época que se decidiu pela prioridade da construção da linha Norte-Sul em relação à Leste-Oeste e deu-se início às primeiras do Metrô de mudança de tráfego quando da implantação das obras na cidade o que mais tarde daria origem ao Departamento de Engenharia de Trânsito da SMT. Muito importante para a CMSP foi sua mudança para um prédio próprio na Rua Augusta. Até então a Cia. operava na Rua Florêncio de Abreu, a diretoria no mesmo prédio da Secretaria de Finanças e as equipes técnicas num outro prédio na mesma rua. A CMSP organizou seu departamento de pessoal, que denominou de forma pioneira Recursos Humanos, RH, a quem coube a tarefa de recrutamento do pessoal e treinamento daqueles que viriam a ter a responsabilidade de levar adiante a Cia. do Metrô. Para o recrutamento, o RH usava métodos

de seleção de pessoal com critérios impessoais usando o método PMK, incluindo-se uma entrevista do selecionado com o presidente da Cia. A quem cumpria a missão de expor uma mensagem de futuro da empresa. A gestão da CMSP adotou a Gestão Participativa modelo pelo qual os quadros técnicos participavam do processo decisório de escolha, contratação e gestão de todos os contratos licitados pela empresa. Assim a Cia. ficava segura da escolha da melhor proposta com a garantia de que o processo seletivo dos contratos realizados era participado por aqueles que exerceriam, entre outros, a sua fiscalização. O Metrô entendeu desde o início de suas obras o quanto elas interfeririam na vida normal da cidade. Por isso deu conta que todos seus atos e decisões deveriam ser dados ao conhecimento da cidade feito pela imprensa. Fossem o que fossem, favoráveis ou não. Assim, certa vez, o jornal O Estado de S.Paulo deu em manchete na primeira pá-

FOTO: ARQUIVO/METRO/SP

após da II WW significou um processo desenvolvimento industrial que dominou a pauta de desenvolvimento do Brasil sediando-se em São Paulo, principalmente. O Brasil atingiu recordes de desenvolvimento mundial na época e o reflexo na cidade de São Paulo foi direto. A cidade seguia de perto o Rio de Janeiro, então a maior cidade brasileira e capital da República, mas já se delineava o que a cidade seria no futuro próximo. Na época surgiram as primeiras ideias de um metrô para a cidade. Foi na gestão do prefeito Faria Lima que a realização da implantação tomou início. Foi então criado o Grupo Executivo do Metrô (GEM) com a finalidade de sua realização o que iniciou-se com a contratação da HMD Hochtief-Montreal-Deconsult, consórcio de firmas alemãs e brasileira, especializadas em obras, consultoria e operação. E o GEM era constituído por Francisco de Paula Quintanilha Ribeiro, secretário de Finanças da PMSP, como presidente e com a coordenação de Marco Antônio Mastrobuono e um punhado de jovens engenheiros brasileiros. Não demorou logo, as divergências entre os engenheiros brasileiros sequiosos de um sistema moderno e os alemães, conservadores. Os alemães propunham um sistema de ‘vala aberta’, cut&cover, para as obras do trecho Sé-São Bento enquanto os brasileiros falavam em shield, o tatuzão. Trens controlados pelo sistema ‘cames’, em aço carbono, enquanto os brasileiros, propunham aço inoxidável. Trilhos sobre base de balastro versus trilhos soldados em viga de concreto. Essas contradições sem solução no âmbito do GEM, eram levadas à decisão para o prefeito Faria Lima, engenheiro, enquanto que Quintanilha, um economista. O apoio de Faria Lima às ideias dos brasileiros foi não somente decisiva para o Metrô a ser construído, como também estimulou a equipe brasileira. Foi então que uma missão de técnicos brasileiros foi à S.Francisco, Califórnia

Implosão do Edifício Mendes Caldeira em 16 de Novembro de 1975.

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