Revista Brasil Engenharia ed 01/2020

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BRASIL ENGENHARIA I ME TRÔ DE SÃO PAULO

Gestão de interferências do meio urbano nas obras civis das estações da Linha 15-Prata: trecho São Lucas - São Mateus RODOLFO SZMIDKE*

INTRODUÇÃO

A

execução de obras dentro da mancha urbana modifica o meio ambiente e gera interfaces com infraestruturas já consolidadas tais como redes aéreas com cabeamentos elétricos e de utilidades, passando por instalações ao nível do terreno como postes de iluminação e de trânsito, ou ainda subterrâneas como redes de água, esgoto e cabeamentos. Um dos componentes de risco durante a execução de um empreendimento é a gestão das interferências, visto a precariedade comumente observada nos cadastros das utilidades subterrâneas, aliado a possíveis erros de execução destas utilidades. As estações do trecho São Lucas – São Mateus da Linha 15-Prata se encontram distribuídas ao longo das avenidas Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello e Sapopemba. Dada a importância destes eixos viários, são diversas as redes de concessionárias neste trecho, passando por redes aéreas da AES Eletropaulo (atual Enel Distribuição São Paulo) e empresas de TV a Cabo e Telefonia, redes subterrâneas da

Sabesp, Comgás, Transpetro, Vivo, bem como galeria e redes de águas pluviais. A figura 1 ilustra as interfaces com as concessionárias no trecho. De modo a avaliar os impactos que as interferências podem ter na execução do empreendimento, diversas possibilidades foram inclusas na planilha geral de mapeamento de riscos do empreendimento da Linha 15-Prata e foi realizado o acompanhamento dos riscos até sua conclusão. Em vista da diversidade de interferências presentes ao longo do trecho, foram tomadas diferentes decisões para cada tipo de interferência mapeada.

CONVIVÊNCIA E MONITORAMENTO DE INTERFERÊNCIAS Em muitos casos devido à dificuldade de remanejamento de determinadas interferências, seja pelo alto custo para a execução do serviço, ou mesmo pela falta de tempo disponível, se a locação das mesmas não interferir diretamente com as estruturas de concreto do empreendimento, pode-se buscar conviver com elas.

Esta situação foi viável na execução das fundações do Acesso Norte da Estação Jardim Planalto, onde devido a proximidade de uma adutora de 2 500mm da Sabesp (Adutora Rio Claro) em tubos de concreto armado com idade aproximada de 70 anos, localizada a aproximadamente 3,20m de profundidade e a uma distância média de 4,50m em relação às fundações em estaca raiz, foi emitido um projeto de instrumentação, com a instalação de 14 tassômetros distantes 3m e 5m entre si, com 5 marcos refletores ao longo da rede. Ao longo da execução dos serviços, foram emitidos relatórios com o acompanhamento das eventuais movimentações da rede. Na Estação Sapopemba, diversas redes de utilidades subterrâneas tiveram impactos no andamento das obras da estação, tais como rede de gás (Comgás), combustíveis (Transpetro) e uma adutora de água (Sabesp). Devido à complexidade para o remanejamento das mesmas com impactos significativos no tempo e no custo do empreendimento, foram necessárias adaptações nos projetos de

Figura 1 - Mapa das estações do trecho São Lucas - São Mateus e interfaces

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