BRASIL ENGENHARIA I ME TRÔ DE SÃO PAULO
Novas tecnologias no relacionamento com o passageiro
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ntes mesmo da popularização dos computadores pessoais e muito distante do advento da internet no mundo já se encontravam cuidadosamente implantados, na infraestrutura das operadoras de transporte metroferroviários, procedimentos e sistemas voltados a prover relacionamento e informação aos passageiros, o atendimento nas estações e a segurança pública de forma estruturada. Em meados da década de 1980, enquanto algumas pessoas orgulhosamente utilizavam relógios digitais de pulso com calculadora eletrônica integrada, tecnologia japonesa de ponta vestível para a época, algumas equipes – por exemplo, de operação e de engenharia do Metrô de São Paulo – redefiniam novas formas de aprimorar a comunicação com os passageiros, baseando-se na vivência operacional acumulada na operação comercial ao aplicar os recursos tecnológicos até então disponíveis. Embora a comunicação visual nas estações, o sistema de bilhetagem, os anúncios e mensagens públicas, através do sistema sonorização, foram mantidos praticamente conforme concebidos há cerca de meio século, sutis melhorias foram paulatinamente incorporadas ao longo desse período visando melhorar o relacio-
FELIPE COPCHE* namento com os passageiros, tais como os assentos preferenciais, reserva de espaço e intercomunicador para cadeirantes nos trens, banco para obesos, aumento da acessibilidade nas estações e trens, monitoramento de pessoas com mobilidade reduzida (PMR) e pessoas com deficiência (PCD), mensagens de voz pré-gravadas, adesivos com alertas e orientações aos passageiros nos trens, mapas dinâmicos de linha no salão de passageiros, mensagens audiovisuais de próxima estação, alerta para fechamento iminente de portas, displays com informações operacionais e de entretenimento, novos leitores de cartões com chip nos bloqueios, redes sociais e canais virtuais, dentre outros sistemas que possuem interface com os passageiros. Recentemente tem se estudado, por exemplo, a modernização e padronização dos mapas dinâmicos de linha do salão de passageiros dos trens, para as frotas existentes e de novos empreendimentos, verificando a viabilidade na aplicação da tecnologia Display TFT nos painéis informativos, ao invés da indicação da localização do trem utilizando pontos luminosos em LED representando as estações sobre um sinóptico fixo da linha. Uma grande vantagem do uso dessa recente tecnologia
Figura 1 - Conceito FIND de mapa dinâmico de linha para a frota R211 do metrô da cidade de Nova Iorque (MTA) www.brasilengenharia.com
para os operadores de transporte metroferroviários é permitir a atualização remota e padronizada das informações nos mapas de linha de toda a frota pelo centro de controle, seja pela inauguração de uma nova estação, uma nova integração, transferência de trens para operar em outras linhas, mas também em prover informações dinâmicas aos passageiros sobre a próxima estação, informações da região de cada estação como, por exemplo, a indicação de bicicletários, até mesmo reservando uma área nesse painel destinada para veicular vídeos sobre alertas e mensagens operacionais. Apesar da aplicação dos mapas dinâmicos de linha convencionais em LED ter inquestionavelmente resultado em ganhos em relação à orientação dos passageiros no trem, principalmente em trechos de túneis, minimizando a possibilidade de algumas pessoas perderem o momento de desembarque por descuido, melhorando o dinamismo do posicionamento dos passageiros dentro do salão, qualquer nova adição de informação no mapa da frota requer um custo extra, equipe e tempo de retrabalho considerável. Uma vez que a posição dos mapas dinâmicos sobre as portas é considerada como uma área nobre do salão em termos de comunicação visual com os passageiros, além do potencial de receitas acessórias em publicidade, custos operacionais podem ser poupados também na redução da quantidade de adesivos sobre alertas, orientações e procedimentos aplicados no interior do salão de passageiros, se for reservado um espaço para prover informações dinâmicas para esse fim. Visando otimizar o desembarque de pessoas nas estações, alguns segundos antes do trem parar na plataforma, a operadora de transportes MTA da cidade de Nova York está desenvolvendo um conceito de mapa de linha para sua nova frota de metrô e que pode ilustrar, antecipadamente, a localização das saídas para cada plataforma de desembarque, tais como escadas, elevadores e acessos de transfeBRASILengenharia 01/2020
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