Revista Brasil Engenharia ed 01/2020

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BRASIL ENGENHARIA I ME TRÔ DE SÃO PAULO

Metodologias construtivas e a concepção das estações subterrâneas O futuro em desenvolvimento FRICARDO LUIZ LEONARDO LEITE*, ILVIO SILVA ARTIOLI** HUGO CASSIO ROCHA***, GERSON LUIZ MARTINES****

INTRODUÇÃO

A

concepção de uma estação subterrânea é definida pelas metodologias construtivas que serão empregadas para sua construção. Cada uma delas estabelecerá as formas estruturais da futura estação, os materiais que serão empregados em sua construção e os impactos que causará ao meio ambiente e urbano. A escolha dos métodos construtivos depende das características do sistema viário e da intensidade do tráfego de veículos e pedestres, do porte, da densidade e das condições estruturais das edificações lindeiras, dos tipos e dimensões das redes de utilidades públicas, enterradas ou aéreas, da topografia e da geologia e geotecnia, entre outras. A arquitetura das estações pode ser constituída por apenas um tipo de

método construtivo, como por exemplo a Vala a Céu Aberto (VCA) ou pela composição de vários métodos como túneis e poços. Ao longo de sua existência o Metrô de São Paulo desenvolveu metodologias construtivas e fomentou a formação de técnicos e aquisição de conhecimentos nesse campo, em conjunto com empresas contratadas especializadas em projetos e construção de obras subterrâneas. O resultado foi o domínio e o repositório das competências essenciais para planejar, desenvolver soluções, projetar e construir linhas subterrâneas de metrô. Essas competências permitem seguir expandindo a rede metroviária em uma das maiores concentrações de pessoas do planeta, exigindo ampla mobilidade com rapidez e segurança, constituindo-se em um constante e complexo desafio. A complexidade da cidade de São Paulo,

com edifícios cada vez mais altos e de rápida construção, ocupando densamente o espaço urbano nas últimas décadas, representa uma enorme dificuldade à implantação de um sistema de alta capacidade como o do metrô, com seus limitantes raios de curvas e declividades de vias, tornando um desafio a inserção do traçado entre os prédios e, ainda, somando-se a isso o atual estágio de conscientização da sociedade quanto aos seus direitos e as legislações, como as de cunho ambiental, acessibilidade e segurança, que trazem cada vez maiores custos e restrições nos padrões de desempenho para a implantação das obras de uma linha de Metrô. Nesse cenário, o desenvolvimento de novos métodos construtivos, ou a composição deles, não é apenas uma necessidade, mas sim uma questão de sobrevivência desse meio de transporte.

Figura 1 - Evolução dos diâmetros da tuneladoras segundo fabricante europeu (fonte: Herrenknecht) www.brasilengenharia.com

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