Revista Brasil Engenharia ed 01/2020

Page 105

I ENGENHARIA BRASIL ENGENHARIA I METRÔ DE SÃOTRANSPORTE PAULO

A evolução do BIM no Metrô de São Paulo

A

adoção do BIM (Building Information Modeling ou Modelagem da Informação da Construção) no Metrô de São Paulo teve seu ponto de partida há cerca de 9 anos e sua evolução é assunto de grande importância, uma vez que é conhecido seu expressivo potencial para geração de benefícios. Este artigo apresenta a avaliação dos resultados obtidos nos primeiros projetos desenvolvidos em BIM e as melhorias concebidas para os próximos empreendimentos. Além disso, relata a chegada do BIM aos projetos executivos e as novas iniciativas em andamento com a criação de um núcleo específico para tratar deste assunto dentro da Companhia. RESULTADOS DOS PRIMEIROS PROJETOS E O DESENVOLVIMENTO DE MELHORIAS Os dois primeiros trabalhos que contemplaram o uso do BIM desde o edital de contratação foram os projetos básicos das estações Ponte Grande, da Linha 2-Verde, e Ipiranga, da Linha 15-Prata[1]. Ao final de cada um deles, foi realizada uma pesquisa com os envolvidos, que expressaram sua percepção quanto aos resultados obtidos com o uso do BIM. Estas informações, somadas às recomendações da literatura técnica, às boas práticas de mercado e ao próprio aprendizado dos metroviários com suas experiências trabalhando com o BIM, formaram um relevante conjunto de dados de entrada para o desenvolvimento de melhorias. Embora a elaboração de modelos BIM nestes projetos tenha se concentrado nas disciplinas de arquitetura, estruturas e instalações hidráulicas, outras especialidades (como geotecnia, sistemas eletrônicos e eletromecânicos e o setor de operação metroviária) também colaboraram na análise destes modelos, fazendo comentários pertinentes à sua área de atuação. Participaram da pesquisa tanto os arquitetos e engenheiros responsáveis pela análise do projeto da

www.brasilengenharia.com WWW.BRASILENGENHARIA.COM

FERNANDO JOSÉ FEDATO*, ANTONIO IVO MAINARDI**

Figura 1- Percepção de benefícios pelos envolvidos no projeto básico da Estação Ponte Grande (Fonte: Saccomano, D. M. 2015[2])

respectiva disciplina quanto os que atuaram como colaboradores. A projetista contratada também enviou suas contribuições, respondendo às perguntas propostas. Os aspectos de maior destaque são mostrados a seguir. Benefícios alcançados e estratégias para ampliá-los O resultado das pesquisas, tanto para Ponte Grande quanto para Ipiranga, mostra que os principais benefícios percebidos pelos participantes com relação ao projeto foram a facilidade na visualização, a antecipação de problemas e a maior compatibilidade ( conforme se observa nas figuras 1 e 2).

Tais resultados correspondem ao que era esperado, visto que estes benefícios estão entre os mais comumente alcançados nas primeiras experiências com a utilização do BIM. E, ainda que existam outras possibilidades de ganho a serem exploradas, a obtenção de resultados como a antecipação de problemas de projeto gera vantagens de grande relevância, visto que resolvê-los em etapas posteriores seria muito mais custoso e trabalhoso ( como se pode notar na figura 3 ). A avaliação dos gráficos da figura 3 permite perceber também a correlação com outro aspecto abordado na pesquisa: dois em

Figura 2 - Percepção de benefícios com o uso do BIM no projeto básico da Estação Ipiranga. Valores mais próximos de 5 (tonalidades azuis) indicam maiores ocorrências destes benefícios (Fonte: pesquisa realizada pelos autores)

BRASILengenharia 01/2020 01/2020 BRASILENGENHARIA

105


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook

Articles inside

As perspectivas para os profissionais de metrôs e ferrovias

29min
pages 233-244

Metrô de São Paulo e as universidades paulistas

3min
page 225

Emerald Book da ITA/FIDIC: condições contratuais para obras subterrâneas

30min
pages 226-232

da via permanente da Linha 5-Lilás

12min
pages 221-224

Subestações compactas, oportunidade de receitas acessórias para o Metrô • Protótipo para homologação em laboratório do sistema massa-mola

17min
pages 216-220

Metrôs, espinha dorsal da mobilidade móvel e das cidades sustentáveis

12min
pages 213-215

Companhia do Metrô, uma visão atual de quem a viu nascer

12min
pages 208-212

O Metrô de São Paulo no seu início

8min
pages 206-207

Os 45 anos de manutenção no Metrô – A história traduzida por fotos

4min
pages 199-205

• Os impactos das obras de expansão do Metrô na sociedade e as estratégias de relacionamento com os públicos de interesse

10min
pages 189-193

Linha 15-Prata: trecho São Lucas – São Mateus

16min
pages 182-186

Metrô Consulting

8min
pages 187-188

A comunicação visual das estações do Metrô de São Paulo – processo evolutivo

14min
pages 194-198

corredor verde como elemento de requalificação urbana • Gestão de interferências do meio urbano nas obras civis das estações da

18min
pages 177-181

Ações de relacionamento inclusivas: experiências do Metrô de São Paulo

14min
pages 170-173

Novas tecnologias no relacionamento com o passageiro

17min
pages 165-169

A manutenção para eficiência operacional

8min
pages 159-161

Estratégias de trens direto no Metrô de São Paulo

8min
pages 156-158

A gestão integrada de ação operacional do CCO do Metrô-SP

8min
pages 153-155

Padronização dos processos de fiscalização dos empreendimentos de expansão do Metrô-SP

12min
pages 149-152

• Escavação de túneis da Linha 4-Amarela sob o Córrego Itararé, Pontilhão da Av. Professor Francisco Morato e Adutora de Água Sabesp

13min
pages 144-148

Linha 17-Ouro: atual estágio e perspectivas

19min
pages 138-143

Expansão da Linha 2-Verde

6min
pages 134-135

História da Ouvidoria do Metrô

6min
pages 136-137

Metodologias construtivas e a concepção das estações subterrâneas – O futuro em desenvolvimento

18min
pages 127-133

Dos trilhos às vigas

4min
page 117

A arquitetura das estações do Metrô de São Paulo

29min
pages 109-116

Fechamento entre vigas-guia do monotrilho da Linha 15-Prata

17min
pages 121-126

A evolução do BIM no Metrô de São Paulo

13min
pages 105-108

controle nas extensões de linhas metroferroviárias

17min
pages 101-104

A evolução tecnológica nos novos trens do Metrô • Desafios na implantação do sistema de sinalização e

17min
pages 94-100

Recursos para a automação metroferroviária

17min
pages 91-93

de vibrações e ruídos secundários no Metrô

18min
pages 82-87

• Subestação retificadora móvel e “flex” para obras de expansão metroferroviária e testes de material rodante • O desenvolvimento em mais de duas décadas dos sistemas de amortecimento

9min
pages 78-81

Track Switch, aparelho de mudança de via do monotrilho

3min
page 71

Material rodante da Linha 15-Prata

13min
pages 74-77

Implantação de tecnologia 3D para contagem eletrônica de passageiros

9min
pages 88-90

Subestação Primária São Lucas

5min
pages 72-73

Requisitos de sustentabilidade nos empreendimentos do Metrô-SP

10min
pages 63-65

A importância dos trilhos para as cidades

12min
pages 60-62
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.