Brasil, Brazil, Breazail: utopias antropofágicas de Rosa Magalhães

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Voltariam a aparecer, as caçarolas e as frigideiras, no último carro alegórico do desfile que Rosa Magalhães desenhou para a São Clemente, em 2016. Intitulado O Manifesto do Palhaço, o carro exibia um gigantesco boneco articulado com roupas em verde e amarelo, cara branca e nariz redondo vermelho (imagem 120). Nas mãos, duas tampas de panelas. O boneco sintetizava a ideia defendida pela autora no final da sinopse de Mais de mil palhaços no salão: “a garotada que saiu de cara pintada, fazendo barulho pelas ruas, seguindo o exemplo dos nossos palhaços. A eles, a pátria agradece.”396

Imagem 120: Última alegoria do cortejo de 2016 da São Clemente, O manifesto do palhaço. Batendo tampas de panelas, o imenso boneco articulado misturava as manifestações contra os governos de Fernando Collor e Dilma Rousseff, uma generalização. Foto: Wigder Frota. Acervo pessoal.

VII. 2. 4 – Onisuáquisólamento Há uma ambiguidade curiosa, no palhaço batedor de panelas. Ele é turvo, conflituoso: qual o rosto por debaixo da maquiagem? Não há qualquer dúvida no que tange às inclinações políticas do enredo de 2018 da Paraíso do Tuiuti, que pode ser lido

396

MAGALHÃES, Rosa. Mais de mil palhaços no salão. Sinopse do enredo do carnaval de 2016 do Grêmio Recreativo Escola de Samba São Clemente, presente no Livro Abre-Alas daquele ano (disponível para consulta no Centro de Memória do Carnaval – LIESA).

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VIII – Referências bibliográficas

18min
pages 324-336

VII – Conclusão – Utopias antropofágicas

48min
pages 293-323

IX – Anexos

6min
pages 337-342

VI.2.3 –A carne é fraca, é isso aí

6min
pages 285-288

VI.2.4 – Onisuáquisólamento

6min
pages 289-292

VI.2.1-Pirão de areia e sopa de vento

4min
pages 281-282

VI.2.2-Pirataria S/A

2min
pages 283-284

VI. 2 – O panelaço brasileiro

2min
pages 279-280

VI.1.7- O carnaval nosso de cada ano

16min
pages 269-278

VI.1.6 – A folia de cocar

3min
pages 267-268

VI.1.3 – No coração da floresta

2min
page 260

VI.1.5 – O medievo de lá pra cá

4min
pages 265-266

VI.1.1- O sertão que não é só lamento e a mítica Bahia

8min
pages 254-258

VI.1.2 – No balanço da expedição

1min
page 259

VI.1.4 – Pianópolis – Rua do Ouvidor

8min
pages 261-264

V.1.12- Tutti-multinacional

4min
pages 247-250

V.1.11 – Toda a América Pré-Colombiana foi saqueada em suas riquezas

1min
page 246

V.1.10 – Tambor africano, solo feiticeiro

5min
pages 243-245

V.1.9 – Nobreza holandesa

1min
page 242

V.1.8 – Fado tropical

1min
page 241

V.1.7 – Nesse feitiço tem castanhola

2min
pages 239-240

III. 3 – As distopias e o pop-nostalgia

24min
pages 169-181

V.1.4 – Folias geladas

5min
pages 235-237

V.1.3 – Vive la France

12min
pages 229-234

IV. 3 – O céu não é o limite

22min
pages 211-221

V.1.2 – Orientalismos

4min
pages 227-228

IV. 2 - Diários de navegação

31min
pages 187-210

V.1. 1 – Os mitos que enlaçam antigas tradições

2min
page 226

III. 2 – De luta, esperança, amor e paz

19min
pages 157-168

II. 4. 2 - Utopias e heterotopias: Michel Foucault, navegador

23min
pages 122-132

II. 3. 3 – Pau-Brasil

21min
pages 98-108

II. 4. 3 – O heterotópico Carnaval Carioca: invocando Mário de Andrade

22min
pages 133-144

II. 2. 3 – Breazail: metanarrativa metálica

16min
pages 74-80

I – Por mares nunca dantes navegados

1hr
pages 17-43

II. 3. 2 – Cabo Frio, o cenário do clímax

19min
pages 88-97

II. 2. 2 – Uma ilha chamada Brasil?

13min
pages 67-73
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