O valor educativo de um Centro Histórico Património da Humanidade Helena Pinto CITCEM / AEVST
O desafio lançado por este terceiro número de OsmusikéCadernos é especial, sobretudo, pela celebração dos 20 anos da classificação do centro histórico de Guimarães como Património Cultural da Humanidade. Foi também há 20 anos que, no âmbito do mestrado em Património e Turismo (U. Minho), a educação patrimonial se tornou o principal motor da minha atividade de investigação que articularia, entretanto, com a educação histórica no âmbito do doutoramento. Ainda em relação à classificação acima referida, saliente-se que não se trata de algo terminado, até porque há uma série de condições a cumprir para que a área do centro histórico, ou parte dela, não seja incluído na lista do património em risco. Por outro lado, trata-se de um processo de classificação em permanente construção – atualmente está a preparar-se a candidatura do alargamento da classificação à área de Couros (anteriormente apenas incluída na zona tampão). Também a educação patrimonial é um processo de construção de conhecimento e de tomada de consciência em relação ao património – ele próprio em construção permanente – seja qual for a sua tipologia. O interesse, centrado inicialmente nos monumentos de maior significado histórico, alargou-se posteriormente aos centros históricos e, mais recentemente, iniciou abordagens ambientalistas e ecologistas, tentando contrariar as agressões provocadas pelas rápidas mudanças urbanísticas e pelas massivas alterações das paisagens. Em relação ao centro histórico, diversos espaços revelam marcas da atividade humana no passado, coexistindo, por vezes, diversas estruturas em uso, embora com funções diferentes das que tiveram originalmente. Por outro lado, nem sempre há consenso sobre se deveriam separar-se estruturas que tiveram uso simultâneo, como o que resta do castelo, o núcleo do centro histórico e os arrabaldes, ou se esse contraste poderia ser devidamente explorado, elucidando sobre as alterações verificadas ao longo do tempo. Isto sem esquecer a toponímia, crucial para a compreensão dos espaços urbanos, sobretudo quando já não há vestígios materiais visíveis. O progressivo reconhecimento da historicidade do património pode constatar-se nas políticas de 80


































