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20 anos de elevação de Guimarães a Património da Humanidade

António Pastor Colecionador

A justiça que Guimarães merecia veio no dia 13 de dezembro do ano de 2001. O nosso Centro Histórico foi considerado pela UNESCO como “um exemplo excecionalmente bem preservado e autêntico da evolução de um povoado medieval para uma cidade moderna, graças à utilização consistente de técnicas e materiais de construção tradicionais”. Faz, portanto, neste ano de 2021, 20 anos que recebemos esse galardão que veio enaltecer enormemente aquilo que nós, vimaranenses, já há muito tínhamos como um bem de invulgar beleza, singularidade e monumentalidade. Do meu ponto de vista pessoal causava-me mal-estar que outros centros históricos deste país já há muito tenham sido agraciados, enquanto Guimarães ficava para trás. Enfim, esse dia glorioso acabou por aparecer e eu, como vimaranense, sempre atento àquilo que a Guimarães diz respeito, lá estava nesse dia no Largo da Oliveira, ao lado do nosso Presidente da Câmara, Dr. António Magalhães, à espera da notícia vinda de Helsínquia por um representante do nosso município, que creio ter sido a vereadora Drª. Francisca Abreu. Quando essa notícia foi recebida, o júbilo e o contentamento das cerca de 40 pessoas que se encontravam neste largo emblemático da nossa urbe foi de exaltação, como seria de prever, a merecer uma taça de espumante que, espontaneamente, logo ali apareceu. Depois de recolhidos os “foguetes”, eu, como colecionador, não descansei e, logo de seguida, comecei a trabalhar para dar largas à minha imaginação que, como é lógico, visava tirar partido de Selo comemorativo

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tão importante momento para a história de Guimarães e enriquecer o meu pecúlio colecionável. Comecei, portanto, a preparar o material que melhor se ajustava ao acontecimento. Assim, além de tudo o que ia aparecendo, quer dos CTT quer de desenhadores e pintores, e também da lavra pessoal, fui criando um espólio, preparando pagelas para receber o carimbo que foi posto à disposição das pessoas, os dois selos, as pagelas e os envelopes. Ao meu gosto, fui deste modo recriando folhas com tratos da nossa cidade, fiz postais, de preferência com motivos antigos, apondo-lhe sempre o selo comemorativo, muito sugestivo, porque apresenta um trecho das casas da Praça S. Tiago.

Selos comemorativos

mede 24 de junho – batalha de S. MaAproveitei ao máximo recantos do Largo da Oliveira, do Museu Alberto Sampaio, da Praça de S. Tiago, fiz desenhos, compus pagelas com símbolos da nossa nacionalidade, aproveitei alguns desenhos dos nossos consagrados pintores como Pantaleão, Arménio Sá, João Soares, Vasco, Coelho Teixeira, António Lino e outros.

Foi, portanto, com inspiração que criei um acervo relacionado com o título de “Guimarães, Património Mundial da UNESCO”, que servirá, por exemplo, para futuras exposições. Sou colecionador, especialmente dedicado às coisas de Guimarães e nesse sentido gosto de mostrar o que vou fazendo ou adquirindo, porque dessa ma-

neira vou contribuindo ou enriquecendo o imaginário deste torrão.

Guimarães, cidade aristocrática e nobre, bem mereceu este título, pois, como nenhuma outra, soube tirar partido das suas excecionais condições, quer no aspeto edificado e monumental, quer no aspeto paisagístico, e que agora com os eventos dos parques e jardins, ciclovias e caminhos pedonais, está a tornar-se um caso sério de qualidade fora do comum.

E o que dizer do “novo” velho Bairro C? Outra relíquia que estava escondida e que, mercê do labor da nossa Câmara, está aí a mostrar aquilo que vale. Parabéns por isso a todos os vimaranenses. Procurei, neste texto, realçar o valor estético e sentimental da monumentalidade do património vimaranense.

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