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Parabéns Humanidade
Parabéns Humanidade6
César Machado
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Com a primeira sessão de trabalho da passada semana, junta-se a Assembleia Municipal aos restantes órgãos no mandato agora iniciado. Facto novo diante de todos nós e dos órgãos da autarquia, certamente presente no futuro coletivo de Guimarães, é a elevação do Centro Histórico à categoria de Património Cultural da Humanidade. Celebrado o feito, comemorada a distinção, recordado o processo histórico que conduziu à atribuição daquele título, importa começar a refletir serenamente sem o efeito do fogo de artifício. Se Guimarães tem sérios motivos de júbilo por sentir justamente reconhecido o esforço de recuperação e preservação do seu centro histórico, suponho que é sobretudo a Humanidade que está de parabéns. Foi a Humanidade que ficou subitamente enriquecida chamando seu ao património de que já todos usufruímos. Assim, Parabéns Humanidade. E, passadas as felicitações, importa perguntar: - que fazer com este título? Seria um bom início encarar a elevação do Centro Histórico a Património Cultural da Humanidade como parte do nosso património que já é histórico. E, como passo seguinte, lançar o debate entre os que estão interessados em intervir na construção do futuro da cidade. Definir objetivos, apontar as ações a desenvolver, eleger os meios. Assim, a título de exemplo: - pode a cidade, com a empenhada intervenção do movimento associativo, transformar a oferta cultural na aposta estratégica futura, reforçando e diversificando a - já hoje rica - atividade cultural, de modo tal que habitue vimaranenses e visitantes a olhar Guimarães como local de acontecimento permanente de espetáculos, exposições, colóquios, debates, o que quer que seja, que crie e traga mais e melhores públicos? Pode isto desenvolver-se a ponto de um visitante saber que, se passar um fim de semana em Guimarães, pode razoavelmente contar com um concerto, um bailado, uma exposição, uma peça de teatro? Poderá a elevação a Património da Humanidade constituir o clique que faltava para tentarmos transformar a oferta cultural na pedra de toque específica de Guimarães, o seu traço distintivo? E será esse um caminho possível?
6. Este texto foi escrito e publicado pelo Autor no semanário “O Povo de Guimarães”, de 8 de fevereiro de 2002, por ocasião de outros, no mesmo local, relativos à possibilidade de ser a cultura o “traço distintivo de Guimarães”, constituindo a Capital Nacional da Cultura, ou Capital Europeia da Cultura “o desafio de uma meta próxima”