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Foral MMXXI

Firmino Mendes

Para vós todos, homens e mulheres que vieram povoar a cidade e para todos os que a vieram e a virão habitar, saúde e fraternidade! Solenemente declaramos que não mais haverá súbditos nem vassalos dentro e fora de muralhas e que todos serão livres e iguais, qualquer que seja a sua origem, religião, sexo ou etnia e que ninguém será discriminado pela sua cor de pele ou orientação sexual Solenemente declaramos ainda que os habitantes da cidade trabalharão a pedra bruta e acenderão tochas nas curvas das ruas mais escuras por onde caminharão para o futuro entre carícias que o amor propicia e mais declaramos que só entrará na cidade quem trouxer as mãos limpas de sangue e de ódio, sem quaisquer fobias aos outros seres humanos, sejam eles quem forem e a cidade permanecerá livre dos defensores da pena de morte ou da prisão perpétua e assim viverá para sempre, sob a brisa da tolerância e da justiça assim sobreviverá a cidade até ao fim dos tempos, quando os netos dos netos dos netos e todos os que hão de vir depois tiverem o sorriso sempre aberto e os olhos pousados na beleza haverá cravos e rosas em todas as varandas e outras flores abertas a todas as névoas trazidas por todas as madrugadas onde o orvalho e a vida sempre se acumulam e que esta carta que por boa paz e boa vontade concedemos à cidade seja conhecida de todos os cidadãos e cidadãs e sempre divulgada e propagada, sem necessidade de qualquer selo real

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