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20 anos de Guimarães Património Mundial da Humanidade, consagrado pela UNESCO
Armindo Costa e Silva Presidente do Conselho de Administração da Vimágua
É como vimaranense, genuinamente apaixonado pela sua cidade, que me proponho apresentar um singelo testemunho a propósito da comemoração do vigésimo aniversário da consagração do Centro Histórico de Guimarães como Património Mundial da Humanidade. O nosso Centro Histórico apresenta esta singularidade, a de arrebatar e seduzir não apenas aqueles que aqui nasceram, mas todos aqueles que aqui fixaram a sua residência, aqui trabalham, estudam ou nos visitam. A sua monumentalidade, a singularidade e beleza do seu edificado, que soube preservar materiais tradicionais e técnicas construtivas ancestrais, o desenho das suas ruas, os seus belíssimos largos e praças, convidam as pessoas à sua contemplação e à sua plena fruição. Este nosso tesouro vivo de história e tradição foi apropriado pelos vimaranenses como o seu espaço de eleição para os seus encontros, para os seus convívios e para apresentar e fruir as mais diversas manifestações culturais. Importa salientar o trabalho inestimável desenvolvido pela Câmara Municipal, pelos moradores, pelas associações, pelos comerciantes, pela hotelaria e restauração, pelos serviços, pelo contributo de todos os vimaranenses, que conduziu à obtenção do estatuto de Património Mundial da Humanidade. Um trabalho, um envolvimento e um compromisso que se mantêm atuais, cujo exemplo paradigmático é a recente reabilitação do Largo de Donães, permitindo ganhar um novo espaço público em pleno Centro Histórico, tendo como efeito imediato a reabilitação de um conjunto de edifícios adjacentes e o surgimento de novas atividades económicas. Aqui, a preservação do património constitui-se como um verdadeiro acervo de memórias de um passado distante, mas que, também, constrói memórias, esteve sempre aliada à reinvenção dos espaços, tornando-os aprazíveis e atribuindo-lhes as mais diversas funcionalidades. O Centro Histórico é feito de pessoas, das suas rotinas e das suas vivências, pelo que a sua autenticidade depende, em grande medida, das pessoas que o habitam e das que aí trabalham. Nesta conformidade,
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deveremos privilegiar políticas de reabilitação que promovam a captação de novos moradores e que propiciem uma coexistência harmoniosa com as atividades económicas, designadamente, com o comércio, a restauração e a hotelaria.
Universidade das Nações Unidas – Zona de Couros.
Um outro espaço que está a ser reinventado, na zona baixa da cidade, sob o olhar atento do lugar cimeiro da cidade, o Castelo, é a Zona de Couros, de cariz, iminentemente, industrial, dedicada que foi, no passado, à indústria dos curtumes, e de que ainda são prova os tanques e vários edifícios, que tem sido objeto de uma requalificação notável, preservando a nossa memória coletiva e acolhendo escolas da Universidade do Minho e da Universidade das Nações Unidas, criando naquela área da cidade um novo espaço de cultura, de investigação e de ciência, um novo Campus Universitário. O desígnio de alargar o estatuto de Património Mundial da Humanidade à zona de Couros constitui um importantíssimo passo no caminho que vimos trilhando no reforço do prestígio e da projeção internacional de Guimarães, que mobiliza e convoca todos os Vimaranenses.