Prefácio Adelina Paula Pinto Vereadora da Cultura da câmara municipal de Guimarães
Em 13 de dezembro de 2021, Guimarães celebra o vigésimo aniversário da classificação do seu Centro Histórico como Património Mundial da Humanidade. Uma data redonda, reconhecidamente fundamental para Guimarães, para aquilo que é hoje e para o futuro que se desenha. Ao pensar na forma como o deveríamos comemorar, muitas interrogações se nos colocaram. Celebrar aquele dia frio de 2001, onde a alegria vimaranense (principalmente a da saudosa Francisca Abreu) aqueceu as temperaturas negativas de Helsínquia? Celebrar a visão e todo o trabalho feito antes de 2001 e que levou a este reconhecimento da UNESCO? Celebrar a centralidade do nosso centro histórico e a sua importância turística? Celebrar a humanização do mesmo, com moradores, turistas, comerciantes? Celebrar as novas praças, assumidas como novos espaços de Cultura? E porque celebrar os vinte anos do Centro Histórico é celebrar tudo isto, decidimos convidar Osmusiké, através do seu Presidente Jorge do Nascimento, meu amigo de longa data, para editar OsmusikéCadernos (estavam já publicados dois) sobre esta celebração. O “caderno de encargos” solicitado foi uma visão imparcial, não institucional, do nosso Centro Histórico. E Osmusiké conseguiram ir muito além do esperado, como sempre. Apresentam assim um trabalho exaustivo, plural, aclamatório e crítico, celebrando o passado e antevendo o futuro. Um trabalho que tentou ouvir todos: os técnicos e políticos envolvidos à data, os historiadores, os artistas, os escritores, as associações e as pessoas em geral. Estes Cadernos levam-nos numa viagem inimaginável ao Centro Histórico, ora conduzida pelos historiadores, ora conduzida pelos políticos, ora conduzida por uma associação. Viagens poéticas, viagens diacrónicas, viagens reflexivas, viagens artísticas, viagens críticas, viagens que apontam futuro. Viagens que nos trazem sempre de volta ao mesmo local e à relação entre este património edificado e as pessoas, todas as pessoas! Tenho de deixar um enorme agradecimento ao Jorge do Nascimento e a todos que com ele trabalharam, às dezenas de contributos que aqui se encontram. Acredito que esta é uma obra da comunidade e que reflete o verdadeiro sentir duma população, ora orgulhosa, ora crítica, ora insatisfeita. É esta comunidade que se faz ouvir e que deve servir de base a quem toma decisões, a quem define o futuro. Este documento tem essa 19