Da Arquitectura. Sua criação e sua reabilitação Miguel Frazão Diretor do Departamento de Serviços Urbanos e Ambiente da CMG
Chamava a atenção o Professor Arquitecto Fernando Távora para a circunstância de Guimarães ter a apoiar a reabilitação do Centro Histórico, uma tradição de preservação do seu património e do seu legado histórico muito precoce, que remonta aos finais do século XIX, o que criou na sua população um sentimento de orgulho e de pertença que muito contribuiu para a aceitação e adesão à iniciativa que o Município estava então a ter neste particular pedaço do nosso território e que veio a ter o seu ponto alto com o seu reconhecimento pela UNESCO há vinte anos atrás. Guimarães teve também, desde muito cedo, o concurso de excelentes arquitectos que aqui deixaram a sua marca indelével e certamente que estes dois aspectos se interligam. Do primeiro, regista-se já nas últimas décadas de oitocentos uma preocupação pela preservação daqueles edifícios mais icónicos para Guimarães e para o País, nomeadamente os que, à luz dos conhecimentos da época, se entendiam ligados à fundação da nacionalidade, tão invocados por Alexandre Herculano. São célebres as reações à intenção de desmantelamento do Castelo e destaca-se, nessa altura, o primeiro restauro da Capela de S. Miguel liderado por Francisco Martins Sarmento, cuja influência no interesse pelo conhecimento e valorização das nossas origens é também inegável. Muitos destes edifícios mais notáveis são classificados ainda em tempo de monarquia, ou logo no primeiro ano da primeira República, mas é com o Estado Novo, quando Salazar elege Guimarães como um dos polos das “Comemorações dos Centenários - 1140, 1640, 1940”, que os restauros liderados pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais se vão suceder, primeiro no Monte Latito (Castelo, Capela de S. MiMonte Latito, Foto de Paulo Pacheco guel, Paço dos Duques de Bragança), apelidado 118


































