Revista Cristo Rei - Agosto 2023

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A coragem de pais e filhos na decisão vocacional

A família é responsável por transmitir valores, crenças e tradições, o que também influencia as escolhas vocacionais. Esse é o ideal, sem dúvida alguma. Não tem um pai ou uma mãe que possa desejar algo diferente do que o seu sucesso na vida. Esse é o pensamento a partir da lógica do universo profissional, a lógica do mundo, na qual culturalmente as famílias estão mergulhadas de que o sucesso se dá pela profissão, emprego e remuneração. Emergir para a lógica de Deus é compreender que são outras as razões da existência humana.

Os pais, como principais figuras de referência, têm a força de reconhecer e incentivar as potencialidades de seus filhos. Também é deles a missão de abrir as possibilidades para que adolescentes e jovens conheçam a vida sacerdotal e religiosa e como se dá o tão comentado “chamado” que inicialmente pode ser apenas para conhecer, mas que depois pode ser para viver um período de discernimento, até quem sabe chegar o ponto de dizer “sim” ao compromisso de vida.

A Sagrada Escritura ensina que Deus conhece cada pessoa intimamente antes mesmo dela nascer. “Antes que no seio fosses formado, eu já

te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado, e te havia designado profeta das nações” (Jr 1,5). Nesse sentido, a vocação sacerdotal é vista como um dom de Deus que Ele concede a alguns homens para que possam cumprir uma missão específica na comunidade cristã. Por meio da oração, orientação espiritual, formação e reflexão, a família e a Igreja contribuem para que o discernimento aconteça até que venha florescer a resposta ao amor e à vontade de Deus. “Devemos prestar atenção aos próprios detalhes do nosso dia a dia, aprender a ler os acontecimentos com os olhos da fé e manter-se aberto às surpresas do Espírito” (Papa Francisco, 55º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, 2018).

Neste Ano Vocacional, em todas as celebrações acontece a seguinte oração: “Senhor Jesus (...), continuai a encantar famílias, crianças, adolescentes, jovens e adultos, para que sejam capazes de sonhar e se entregar, com generosidade e vigor, a serviço do Reino, em vossa Igreja e no mundo”. Que ela seja a força que ambos, pais e filhos, precisam para tomar uma decisão consciente e madura da vocação.

Família: fonte de vocações e de entrega total ao Plano de Deus

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“Realmar a Economia” é lançado na Diocese de Toledo

Mutirão quer evitar que consumidores entrem no superendividamento

Aleitamento Materno: direitos e proteção ao bebê Milho

Ano XXVII - nº 294 - Agosto de 2023
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Ano XXVII - nº 294 - Agosto de 2023 Revista mensal da Diocese de Toledo
nova edição do Missal Romano” é tema de encontros nos Decanatos
vai para fora ou fica no mercado interno? 06 10 26 66 73 84

Vocação é chamado à vida com Cristo e em Cristo

A Igreja no Brasil vive a plenitude do terceiro Ano Vocacional. O tema e lema iluminam nossa reflexão: “Vocação: Graça e Missão” – “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33). “A vocação aparece realmente como um dom de graça e de aliança, como o mais belo e precioso segredo de nossa liberdade” (cf. Documento Final de nº 78). “Jesus chamou e enviou os que Ele mesmo quis” (Mc 3, 13-19): a origem, o centro e a meta de toda a vocação e missão é a pessoa de Jesus Cristo.

“Quando o olhar amoroso e criador de Deus nos atinge de maneira totalmente única em Jesus, nossa vida muda. E na medida em que o acolhemos, tudo se torna um diálogo vocacional, entre nós e Deus, entre nós e os outros. Um diálogo que, vivido em profundidade, nos revela quem somos. Na vocação ao Sacerdócio ordenado: ser instrumento da graça e da misericórdia de Cristo; na vocação à Vida Consagrada: ser louvor de Deus e profecia de uma nova humanidade; na vocação ao Matrimônio: ser dom recíproco e gerador e educador da vida” (cf. Francisco, Mensagem para o 59º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, Roma, 8 de maio de 2022).

A vocação é sempre uma surpresa, surge do Amor que Deus semeou em nossos corações no Batismo. Em um determinado momento, inflamado por este amor, somos convidados a dar sentido a toda nossa existência através do chamado de Deus. É como se fosse uma reação em cadeia ca-

paz de suscitar transformações que pouco a pouco mudará o coração e transformará o mundo (Bento XVI, Homilia por ocasião da 20ª Jornada Mundial da Juventude, Colônia, 21 de agosto de 2005).

Recordar a obra criadora de Deus na própria vida, reconhecer o seu olhar amoroso e criativo que nos alcançou em Jesus e encontrar um espaço para contar a sua força e simplicidade é uma oportunidade para reavivar as raízes da própria vocação e contemplar a maravilhosa presença do Espírito que age em nossa vida. É um convite que a Igreja nos faz para redescobrir aquele traço essencial do “amor que foi semeador em nossos corações” para caminhar juntos no caminho da salvação, da santidade, da felicidade. (Bento XVI, Spe salvi, 11). É um caminho que não pode ser percorrido sozinho. Nele somos peregrinos e não errantes sem destino, somos convidados a manter o olhar fixo na meta do Reino dos Céus que nos espera e que começamos a devemos construir aqui e agora.

O chamado à uma vocação específica não exige nada de sensacional: o convite de Deus vem da realidade em que estamos inseridos, da Palavra e de nosso desejo de dar sentido à vida. Para ouvir o chamado e responder precisamos olhar ao nosso redor e ver o que Deus está realizando em mim e nos outros. Vamos recordar de tudo o que vivemos até aqui e perceber o caminho que Deus fez conosco e que marcaram a nossa vida. Foi o que aconteceu com Abrão, Moisés, Maria e muitos homens e mulheres que contemplaram a ação de Deus em suas vidas e aceitaram o chamado de Deus para servi-lo amando os irmãos e transformando o mundo.

“É preciso ter um sentimento de Igreja, ou seja, pertencer a uma comunidade e se sentir responsável por ela. Ninguém é chamado exclusivamente para uma determinada região, comunidade ou movimento eclesial, mas para a Igreja e para o mundo. A eclesialidade é o sinal de uma vocação autêntica e madura. Neste sentido, a comunidade se torna a casa e a família onde nasce a vocação. Isto faz com que a pessoa vocacionada aprenda a conhecer e amar os irmãos e irmãs criando vínculos fortes de comunhão” (Papa Francisco).

D. João Carlos Seneme, CSS Bispo da Diocese de Toledo
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FAMÍLIA: FONTE DEVOCAÇÕES E DE ENTREGATOTALAO PLANO DE DEUS

Uma das mais bonitas expressões da relação pai e filho está presente nesta edição da Revista Cristo Rei, a Revista da Comunidade Católica. Em perfeita união, nossa capa sintetiza os sorrisos, alegria, felicidade e, no abraço afetuoso, a segurança de que a caminhada vocacional se realiza pela ação de Deus dentro de um processo de discernimento que cada um pode realizar individualmente, mas com o apoio da família.

O diácono Leonardo Ribeiro de Souza Castro e seu pai Benedito materializam tudo aquilo que se ouve falar sobre o papel da família na formação humana e, neste caso específico, a sua contribuição para a vocação sacerdotal. Fica mais evidente que a família deve se esforçar todos os dias para ser fonte de vocações. Como diz Pe. Marcelo Ribeiro da Silva, assessor diocesano da Pastoral Vocacional: “Que ao menos se dê essa oportunidade aos jovens”.

A vocação é construída diariamente pelos bons exemplos de pais e mães na relação conjugal, sobretudo pelo testemunho de fé que possibilitam aos filhos, desde o simples convite à oração em casa até a participação nas missas. Retiros e outros eventos de caráter formativo são elementos que abrem esse espaço para o jovem conhecer a realidade existencial e, com a experiência proporcionada, inclusive pela Igreja, acender essa chama que continua a inquietar adolescentes e jovens que ingressam nos seminários da Diocese de Toledo.

A beleza da família reside no seu princípio de estar a serviço da vida. Uma vez exercendo essa missão, os casais “formam os filhos para a vida, de modo que cada um realize plenamente o seu dever segundo a vocação recebida de Deus”. Essa é o ensinamento do Papa São João Paulo II, em 1981, quando publicou a Exortação “Sobre a função da família cristã no mundo de hoje” –Familiaris Consortio, que vale a pena

meditar: “O ministério de evangelização e de catequese dos pais deve acompanhar também a vida dos filhos nos anos da adolescência e da juventude, quando estes, como muitas vezes acontece, contestam ou mesmo rejeitam a fé cristã recebida nos primeiros anos da vida. Como na Igreja a obra de evangelização nunca se separa do sofrimento do apóstolo, assim na família cristã os pais devem enfrentar com coragem e com grande serenidade de ânimo as dificuldades que o seu ministério de evangelização algumas vezes encontra nos próprios filhos”. Com isso, fica claro que a Igreja considera todos os pontos mais sensíveis que os pais eventualmente enfrentam no diálogo com os filhos sobre a fé. Para seguir firme e com coragem nessa árdua e ao mesmo tempo sublime missão, a família não está sozinha quando se permite acolher a Palavra.

O Diácono Leonardo vê na sua família esse esteio de oração e vivência na fé que, segundo afirma, contribuíram

para que ele tivesse esse desejo de se aproximar ainda mais de Jesus Cristo, Mestre e Salvador. Pode até ser que seus pais, Benedito e Angela, tenham feito tudo o que fizeram pensando em outro resultado para o futuro do filho – assim como muitos pais fazem projeções profissionais –, mas quando Deus age, Ele acaba alargando a compreensão do sentido da existência humana.

É por isso que esta reportagem especial reúne esse momento único da ordenação presbiteral do Diácono Leonardo, no dia 5 deste mês de agosto, na Igreja Nossa Senhora do Carmo, em Assis Chateaubriand, com o Dia dos Pais e a Semana Nacional da Família. São duas vocações que se encontram: a Matrimonial, do senhor Benedito, e a sacerdotal, do filho Leonardo, mas que carregam em si a forma que toma a felicidade nesta relação muito próxima de pai e filho que provém de uma cumplicidade fortalecida pelo incentivo e experiência de fé na família.

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Diácono Leonardo descreve o apoio da família para sua vocação Foto: ReAll Image Studio (@reallimage)

UMA CAMINHADA PERSEVERANTE E DE RESPEITO

A entrevista começa tendo presente a foto de capa desta edição da revista da comunidade católica. Ela é de uma das ruas que direcionam ao Seminário Maria Mãe da Igreja, em Toledo, a casa formativa onde o Diácono Leonardo viveu desde 2015 e que certamente lhe ofereceu os bons ensinamentos para assumir esta missão por meio do ministério ordenado. Ali, ele estudou os conteúdos próprios da Filosofia e Teologia, realizou sua experiência seminarística, recebeu muitas orientações diante das inquietações próprias do período de discernimento e, certamente, soube aproveitar para o bem da sua vocação.

Olhar para aquela direção foi como revisitar esse passado não tão distante, mas que já faz parte da sua história vocacional. A imagem já mostra que estar naquele ambiente com seu pai tem familiaridade, emoção e muito esforço na educação para a formação de seu caráter, por meio das palavras de incentivo em vista da sua caminhada vocacional.

“Registrar esse momento nesta rua que dá a perspectiva do Seminário, mas fora dele, mostra que algumas coisas não mudam: a relação com a família. Uma relação marcada pela presença do pai, tanto no incentivo vocacional para o ingresso no seminário, quando no período ali vivido e agora nesse processo de ordenações. Graças a Deus eu posso contar com minha família para tudo isso”, afirma o diácono Leonardo. Para o senhor Benedito, essas palavras são recebidas com alegria. “Temos um carinho recíproco entre nós, um bom

relacionamento entre pai e filho e agora, fazendo essa foto, bem próximo da ordenação e coincidindo com o mês dos Pais, é uma alegria para toda a família”, complementa o pai.

Depois realizada a foto, no caminho em direção à Cúria Diocesana, onde aconteceu esta entrevista, Benedito diz ter recordado da época em que o filho ingressou no Seminário. “E aí passa um filme na cabeça: todo tempo que ele passou no Seminário, as confraternizações que participamos com ele e seus colegas seminaristas, enfim, fica muito essa imagem de convivência. Foram muitas idas e vindas, e depois em casa eu e a esposa Angela dialogando sobre o que havíamos conversado com o Leonardo. Tudo isso vem à nossa memória”, diz.

Por sinal, o então seminarista Leonardo nunca havia deixado de partilhar suas alegrias e até inseguranças em determinados momentos da caminhada vocacional. Ele mesmo confirma que sempre houve esse diálogo aberto com os pais. “Nossa relação é de muita proximidade e de confiança, como deve ser a família. Nunca deixei de expor minhas tensões, mas também as minhas alegrias nos principais momentos de reflexão”, revela.

Quando a perspectiva profissional está envolvida, os pais cobram mais esforço, mais determinação, mais força e compromisso dos filhos para seguir adiante e não desistir. Muitas vezes, esse tipo de atitude pode causar frustrações. Mas com Leonardo, a família

teve outra postura. “Nunca fizemos uma cobrança ao Leonardo com relação a ele permanecer no Seminário ou exigindo que ele fosse um sacerdote. Sempre o deixamos bem à vontade para fazer o amadurecimento da sua vocação. O que sempre fizemos é rezar pelas vocações, confiando em Deus”, garante Benedito. Para Leonardo, o apoio recebido da família, ao ficar bem à vontade para o discernimento vocacional, proporcionou a liberdade, como ele mesmo descreve. “Nos trabalhos de motivação vocacional percebemos que muitas vezes é a família que deseja muito que o filho seja padre e vai pressionando um pouco o candidato que nem está no seminário. Graças a Deus eu não tive isso em casa. Até no início, quando trouxe a notícia de que queria ingressar no seminário, meus pais até pensaram ‘Como assim’? E depois isso, eu senti total apoio. De minha parte também conversava na época com eles que esse era um processo de discernimento e que poderia mudar. Lembro a única coisa que meu pai pediu: ‘Não abandonando a fé em Cristo, o resto está tudo certo’”, conta o diácono. Esse comportamento dos pais em relação à sua permanência no Seminário é o que ele caracteriza como liberdade. “Isso me deu também tranquilidade, afinal não me sentia pressionado em dar passos para corresponder à expectativa de alguém que não fosse a mim mesmo. Isso faz com que a caminhada se torne muito saudável e a resposta vem com essa liberdade”, complementa.

Aos poucos, parece que a missão do senhor Benedito, como pai, está cumprida. Para alguns, até pode significar que de agora em diante ele não precisa mais se preocupar. Passou o processo formativo, filho encaminhado, vocação estabelecida, ordenação agendada. Será que é isso mesmo? Leonardo responde antes do pai: “Acho difícil”. Mais uma vez, mostra-se a força da relação entre os dois.

“Em casa, sempre fomos muito apegados, muito próximos. O Leonardo está aí para ser ordenado e continuamos os mesmos, com muita proximidade. Isso é muito forte entre nós. Acho que é

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“NÃO MUDAMOS O QUE É VONTADE DE DEUS”
Pais de Leonardo bastante emocionados no dia de sua ordenação diaconal Juliano Kelniar/Fábio Cembrani

natural da família que está bem próxima de Deus”, entende Benedito.

Nesse momento da entrevista, o senhor Benedito não conteve as lágrimas de felicidade ao recordar todo esse apoio dado à decisão de Leonardo quando ele mesmo teve a atitude de ingressar no Seminário. Esse momento representa muito para Benedito, interpretando como se Deus estivesse conversando com ele que preparava algo diferente para Leonardo. Assim que ele lembrou do Evangelho de João, a emoção o alcançou e uma breve pausa na entrevista foi necessária para um amparar o outro. Realmente, algo muito forte nesse contexto familiar e vocacional. “Toda família pensa na escolha da profissão, mas a questão da vocação sacerdotal e religiosa cabe muito naquele versículo ‘Não foste vós que me escolheste, mas eu vos escolhi’ (Jo 15,16). Já tínhamos uma boa caminhada na Igreja como família e para mim e a Angela foi um chamado de Deus quando o Léo ingressou em 2015 no Seminário. Creio que era Deus que colocava sua mão, e tudo que é sua vontade não mudamos”, disse Benedito emocionado, agora abraçado com o filho.

“No momento que eu falei que ingressaria no Seminário o pai esboçou um certo espanto porque estávamos

nos propondo a outro caminho, com perspectiva de outro futuro. Naquele momento ele fazia um investimento educacional em mim, pensando numa resposta profissional. Lembro que ele me perguntou se era isso mesmo e se eu tinha certeza. Então, passamos por aquele momento do ‘baque’, de uma certa estranheza, mas logo em seguida veio o apoio irrestrito”, lembra o diácono. “Foi um baque, mas depois vimos que era um chamado”, completa o pai

A PROXIMIDADE DA FAMÍLIA COM DEUS

Quando Beneditou conheceu Angela e disseram sim um ao outro, recebendo o Sacramento do Matrimônio, assumiram um compromisso de formar família, e vieram os filhos: Leonardo e Rafael.

Muitas situações ocorreram na vida da família, como acontece com todas na preocupação com o trabalho, sustento do lar, saúde e educação, entre tantos desafios. Mas o que os mantém é a fé.

Como pai, Benedito compreende que a caminhada na Igreja deu sustentação muito grande para a família. “Lembro que o Leonardo tinha três meses e já estava conosco no Encontro de Casais com Cristo. Também fizemos o Cursilho, Renovação Carismática Católica e participamos muito ativamente, inclusive como Ministro Auxiliar da Comunidade. Essa caminhada na Igreja ajudou a estruturar a família na parte espiritual, na convivência, na superação de muitos desafios e provações que aconteceram, na saúde, no trabalho e na tomada de

admitindo que havia imaginado outro futuro para Leonardo. “Todo pai passa por isso. No ensino médio falávamos sobre profissões e não tínhamos ouvido do Leonardo sobre a possibilidade de ser sacerdote. Esse nunca foi o assunto. Era sempre falar de uma boa profissão, fazer uma faculdade. Essa era a nossa perspectiva para o Léo. Mas quando ele disse que para nós que entraria no seminário, o apoiamos da mesma forma”, destaca.

decisões. Nós sempre falamos em casa que tudo é graça de Deus, basta confiar. Sempre vimos que o que passamos foi

para que pudéssemos colher frutos. Acredito que isso contribuiu muito para a vocação do Leonardo porque os pais

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Leonardo recebeu o ministério de Acólito no período de pandemia O amparo de ambos recompõe a emoção de Benedito
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participando da Igreja e fazendo essa caminhada com os filhos juntos, queira ou não, influencia na decisão. Poderia até ser uma vocação matrimonial, mas eu acho que esse foi o ponto-chave para que o Leonardo pudesse dar o sim à vocação sacerdotal. Enquanto criança ele estava junto conosco, mas na juventude

já ‘desvencilhou’ e foi caminhar com as próprias pernas, sempre com alegria”, recorda entusiasmado.

O diácono Leonardo carrega consigo outro exemplo de seu pai: o sentimento de doação de si para a família. “É um modo de amar que vejo como exemplo para o ministério presbiteral, porque

não sou padre para mim. O padre é para os outros. É um amor que precisa sempre ser dado, exposto, doado. Do testemunho do pai, além da honestidade, honradez e firmeza de caráter, carrego comigo esse amor-serviço, um exemplo de doação, de se entregar ao outro”, garante.

OS VALORES FAMILIARES NA MISSÃO DO SACERDOTE

Todo pai tem grandes responsabilidades com sua família. O padre, na tradução do italiano, é pai também, com a diferença na quantidade de “filhos”. Chegando ao fim desta entrevista, o pai Benedito deseja que o filho Leonardo, futuro pai das comunidades de fé junto de Cristo, viva a plenitude desta missão como sacerdote.

“Desejo que seja um grande pai para as comunidades onde ele servir a Igreja; um bom pai, um bom pastor para conduzir os fiéis, os filhos, na fé. Que ele possa ser essa pessoa que leve Deus às pessoas como o pai de uma grande família. Imaginar o tamanho da missão, quantos filhos, eu acho que é muito semelhante a missão do padre com a missão do pai de família que é cuidar bem dos filhos e dar o suporte na fé, principalmente”, afirma.

Ao ouvir isso do pai, o diácono Leonardo faz uma reflexão sobre esse momento em que está diante da missão de Jesus, que muitas vezes parece não ser fácil de compreender, por conta das suas exigências. “Eu acredito que é isso que faz o ministério manter a sua beleza. O que Cristo nos dá são princípios, que a Igreja legisla, mas ainda assim a existência sempre guarda suas surpresas. Lembro Seminário quando ainda era tomado por uma ‘síndrome de Superman’ – que o padre era um pai com superpoderes, polivalente, sem grandes fragilidades – e quando você começa a tocar a existência humana, e a própria existência inclusive, caímos em si e vemos que o padre pode ser eu. Mas o que faz com que um homem, como ser humano, com potencialidades, características positivas, mas também fragilidades e limitações, pode tomar sobre si tamanha responsabilidade que é participar

desse sacerdócio de Jesus Cristo? É aqui que entramos na dinâmica da graça de Deus. Eu faço a minha experiência da misericórdia de Deus, e acredito que todos nós fazemos. Você não barganha misericórdia, mas como todas as outras pessoas somos convidados, todos os dias, à conversão e crescimento interior, e isso se dá no relacionamento com Deus. Todos precisamos ter consciência de quem somos e não nos arrogarmos diante de Deus”, pondera.

Como sacerdote, Leonardo tem consciência dessa responsabilidade, mas a percebe não como um grande fardo, e explica porque: “Não sou eu por mim mesmo que estará dando conta deste ministério; ele tem a minha parcela, mas se eu não estivesse sustentado pela graça de Cristo e à luz de Deus, não aguentaria tamanha missão”, compreende.

Para o diácono, tomar o sacerdócio numa perspectiva pragmática, sabendo o que o padre tem que fazer e suas responsabilidades, é um caminho. Contudo, para ele, o sacerdócio deve ser muito mais do que isso. “Quando

se está diante de uma pessoa que vem buscar um direcionamento; no momento em que se está diante do presbitério e Cristo está se dando na Eucaristia, naquele pão e naquele vinho, por meio das suas mãos e da oração – que também é uma oração da Igreja, em comunhão – vai muito além de mim”, diz. É por isso que ele tem para si que no dia da ordenação sacerdotal toda a comunidade está celebrando não o eleito, mas o ministério que está sendo confiado. “É só por ter conseguido chegar a essa consciência que hoje consigo responder. É o suporte espiritual que faz com que nos sintamos seguros para fazer aquilo que não temos poder necessariamente, mas que vem de Deus e nos foi dado por meio da Igreja, mas ainda assim, senão por sua graça, nada posso e nada consigo fazer. Se não estou nessa dinâmica da graça seria impossível aceitar esse ministério ou achar que ele é possível. Eu vejo que o padre tem suas potencialidades humanas, mas muito mais a graça de Deus. Somos instrumentos, porque é Deus quem faz. Mais do que uma ideia, isso é real”, sublinha.

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A missão de evangelizar tem sua continuidade na transmissão dos valores cristãos

“A nova edição do Missal Romano” é tema de encontros nos Decanatos

A partir do 1º Domingo do Advento, em 3 de dezembro, em todas as missas celebradas no Brasil passará a ser obrigatório o uso da tradução brasileira da 3ª edição típica do Missal Romano, o livro no qual consta todo o rito da celebração da Eucaristia. Há muitas iniciativas sendo organizadas pelos regionais da CNBB e as dioceses.

Em vista de um maior conhecimento desta nova realidade, a Pastoral Litúrgica

Confira a programação

- Dia 21 de agosto: Segunda-feira, 19h30 às 21h30 – Decanato de Rondon, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Marechal Cândido Rondon.

- Dia 22 de agosto: Terça-feira, 19h30 às 21h30 – Decanato de Toledo, na Catedral Cristo Rei, Toledo.

- Dia 24 de agosto: Quinta-feira, 19h30 às 21h30 – Decanato de Palotina, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Terra Roxa.

- Dia 25 de agosto: Sexta-feira, 19h30 às 21h30 – Decanato de Assis, na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, Assis Chateaubriand.

da Diocese de Toledo promove encontros de formação nos Decanatos, com o tema: “A nova edição do Missal Romano”, com assessoria da Ir. Veronice Fernandes, das Pias Discípulas do Divino Mestre, coordenadora do Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard e Mestra em Liturgia. Estão convidados todos os que atu-

am na Pastoral Litúrgica, as Equipes de Cantos, Ministros Auxiliares da Comunidade, Catequistas e, de modo especial, os Leitores que proclamam a Palavra nas celebrações e demais agentes de pastorais e movimentos. As inscrições deverão ser feitas na Secretaria Paroquial ou com a Coordenação Paroquial de Liturgia.

São Pedro do Iguaçu celebrou padroeiro com missa e almoço

A Paróquia São Pedro, de São Pedro do Iguaçu, festejou o Padroeiro no começo de julho no espírito de seu testemunho de fé e de unidade cristã. Com a participação da comunidade, a celebração e a confraternização contaram ainda com a presença de visitantes da região. O Centro Comunitário Alcebíades dos Santos serviu de espaço para acolher os participantes desta festa religiosa.

A programação celebrativa contou com a missa solene de encerramento do Tríduo do Padroeiro, e foi seguida de almoço de confraternização, tendo como prato principal o tradicional Costelão ao Fogo de Chão. A festa popular seguiu na parte da tarde.

Segundo relatos da comunidade, a Festa do Padroeiro é também patrimônio cultural da população são-pedrense

e integra o calendário de festividades do município. Este ano, ela contou com apoio da Itaipu Binacional. “Este evento marca a manifestação de fé e religiosidade da comunidade católica e ajuda a reunir o povo de Deus em torno da evangelização, num momento propício de alegria e confraternização”, comenta o pároco, Pe. Valdeci Gaias.

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Ir. Veronice será assessora da série de encontros programados para este mês
Divulgação
Dia do Padroeiro seguiu com almoço e festejos populares Durante celebração do Tríduo do Padroeiro, Pe. Valdeci administra o rito de bênção na renovação das promessas matrimoniais dos casais Abílio e Gorete Kolling (40 anos), e Maria Helena e Celestino Viganó (45 anos) Foto: Alisson Eduardo Alves Gonçalves

Convidados a rezar na 3ª Jornada de Oração pelas Vocações

Data Paróquia Responsável

31/07 Paróquia Menino Deus – Toledo

01/08 Paróquia Sagrada Família - Panorama – Toledo

02/08 Paróquia São Roque – Nova Aurora

03/08 Paróquia Cristo Rei – Entre Rios do Oeste

04/08 Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Guaíra

05/08 Paróquia Santa Rita de Cassia – Toledo

06/08 Paróquia Nossa Senhora de Fátima - Vila Nova –Toledo

07/08 Paróquia

08/08

Já está em andamento, a 3ª Jornada Diocesana de Oração pelas Vocações da Diocese de Toledo. Ela prossegue até o dia 31 deste mês de agosto, numa iniciativa da Pastoral Vocacional. Todas as comunidades de fé estão convidadas a rezar o Terço em prol das Vocações neste período. Uma atividade simples, mas com dimensão espiritual grandiosa.

Na Diocese, cada paróquia assume um dia do mês para se dedicar à Oração do Terço Vocacional em comunidade, seja englobando todos os membros numa única atividade ou promovendo vários momentos no decorrer daquele dia com diferentes públicos, tais como Catequese, Infância e Adolescência Missionária, jovens, pastorais, movimentos, entre outros.

12/08

13/08

São Vicente Palotti – Palotina

14/08 Nossa Senhora Aparecida - Ouro Verde do Oeste

15/08 Paróquia Santo Antônio - Formosa do Oeste

16/08 Paróquia Santa Margarida – Marechal Cândido Rondon

17/08 Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Maripá

18/08 Paróquia São Francisco de Assis – Toledo

19/08 Paróquia Sagrado Coração de Jesus - Rondon

20/08 Paróquia Maria Mãe da Igreja – Marechal Cândido Rondon

21/08 Paróquia Nossa Senhora de Lourdes – Tupãssi

22/08 Paróquia São Pedro e São Paulo – Toledo

23/08 Paróquia São Pedro – São Pedro do Iguaçu

24/08 Paróquia Quase Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Toledo

25/08 Paróquia Nossa Senhora das Graças – Novo Sarandi

26/08 Paróquia Nossa Senhora do Carmo – Assis Chateaubriand

27/08 Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes – Guaíra

28/08 Paróquia Sagrada Família - Dez de Maio – Toledo

29/08 Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Mercedes

30/08 Paróquia Santa Rosa de Lima – Nova Santa Rosa

31/08 Paróquia São Luiz Gonzaga – Pato Bragado

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– Toledo
Cristo Rei - Catedral
Paróquia
Paróquia
Nossa Senhora da Gloria – Quatro Pontes 09/08
Nossa Senhora Aparecida – Terra Roxa
10/08 Paróquia São Francisco de Assis – Assis Chateaubriand
11/08 Paróquia São Cristóvão – Toledo
Paróquia
Santo Inácio de Loyola – Jesuítas
Paróquia
1ª Jornada de Oração na Diocese em 2021 Fiéis são convidados a rezar o Terço pelas Vocações 2ª Jornada de Oração na Diocese em 2022

Fazenda da Esperança

celebra 23 anos em Toledo

A Fazenda da Esperança Cristo Rei se prepara para celebrar seus 23 anos de caminhada na Diocese de Toledo. Voltada ao acolhimento de pessoas com dependência química, ela tem cumprido sua missão em oferecer uma proposta de recuperação por meio do tripé: espiritualidade, convivência e trabalho. Para celebrar essa data, alguns eventos estão programados. No aniversário neste mês de agosto, o primeiro evento é um jantar beneficente, tendo como prato principal a macarronada, que será servida na Comunidade Nossa Senhora do Rocio, pertencente à Paróquia São Francisco de Assis, de Toledo. Ela fica localizada na Linha Rocio, muito próxima da Fazenda, na Rodovia PR-317, trecho entre Toledo e Ouro Verde do Oeste. Esse jantar será no dia 12 deste mês de agosto, com

início às 19h30. As fichas já estão sendo vendidas ao valor de R$ 50,00 para adulto e R$ 25,00 para criança de seis a dez anos.

A festa de aniversário, propriamente dita, ficará para outubro. Naquele mês, no período do dia 23 ao dia 29, o funda-

dor da Fazenda da Esperança, Frei Hans Stappel, estará em Toledo, segundo informa o arcebispo emérito de Maringá, D. Anuar Battisti, que companha a unidade local com o diretor espiritual. A celebração eucarística do aniversário será no dia 29. A celebração está sendo preparada com muito entusiasmo, até porque também serão comemorados os 40 anos da Fazenda da Esperança no mundo, com mais de 140 unidades atualmente acolhendo dependentes químicos.

Mas antes, em setembro, um ponto alto do aniversário de fundação da Fazenda da Esperança será a audiência com o Papa Francisco, no Vaticano, agendada para dia 29 de setembro. Alguns membros da Fazenda da Esperança de Toledo participarão desta audiência, de acordo com D. Anuar.

Semana Nacional da Família é aberta com celebrações nas comunidades de fé

A Semana Nacional da Família será aberta neste dia 13 de agosto, em toda Diocese de Toledo. Como proposta de unidade em torno da programação e para motivar a participação das famílias e o envolvimento de seus agentes, a Pastoral Familiar convida para a celebração eucarística de abertura do evento aí na sua comunidade de fé.

Para a tradicional missa da comunidade, segundo informa o casal coordenador diocesano da Pastoral Familiar, Joari e Sueli Vieira, todas as paróquias receberam uma sugestão para a cele-

Símbolo para entrada nas celebrações que abrem a Semana Nacional da Família está inserido no Ano Vocacional

bração de abertura que inclui a apresentação do ícone do Ano Vocacional, com o tema da Semana Nacional da Família gravado à laser. Outra ação é a distribuição de adesivos aos interessados em contribuir com a divulgação do evento que prossegue até dia 18. Por ser realizada no contexto do Ano Vocacional, o tema escolhido para celebrar esta Semana é “Família, fonte de vocações”, mantendo-se inspiração bíblica: “Corações ardentes, pés a caminho” (Lc 24, 32-33).

Os passos da família, como fonte de vocações, devem conduzir as novas

gerações, indicando o caminho da fé, da esperança e da caridade. Crianças, adolescentes e jovens precisam de referenciais para descobrir o chamado e a família deve ser sempre o apoio que vai dar o suporte para os filhos.

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Sueli e Joari, casal coordenador da Pastoral Familiar, apresentam símbolo e adesivo para a Semana Nacional da Família na Diocese de Toledo

Escola Catequética: os Companheiros de Emaús a serviço da Palavra

“Catequese é o caminho que conduz o discípulo à missão. Catequista a serviço da Palavra, construamos a Igreja em comunhão”. Os versos entoados pelo coordenador diocesano da Animação Bíblico-catequética representam o louvor a Deus e a motivação aos catequistas a seguir na missão. Fernando da Rocha buscou esse trecho de um dos hinos da Escola Catequética Companheiros de Emaús para inspirar a continuidade da caminhada dos catequistas que realizaram a etapa formativa em meio aos desafios impostos pelo período de pandemia de Covid-19, que incluiu aulas on-line até a retomada presencial.

Bastou a introdução a esse cântico e o coro se formou em resposta como verdadeiro sinal de unidade entre aqueles que se colocam à disposição da educação da fé nas comunidades e que, portanto, estão comprometidos a serviço da Palavra.

A ação de graças, realizada na Catedral Cristo Rei, celebrou as bênçãos de Deus sobre os estudos proporcionados nesta 13ª turma do projeto diocesano de formação permanente dos cate -

quistas. A cerimônia não tem outra descrição senão pautada pela gratidão, alegria, amizade e completada com o brilho no olhar de cada um dos catequistas que receberam os certificados de conclusão da Escola Catequética promovida pela Diocese de Toledo em parceria com a Pontifícia Universidade Católica (PUCPR), por meio do Câmpus de Toledo. O bispo diocesano, D. João

Carlos Seneme, externou os sentimentos de gratidão pela perseverança e compromisso destes que concluíram os estudos referentes a esta Escola Catequética, sublinhando a disponibilidade individual dos catequistas, mas também o apoio de seus familiares a esta missão realizada em benefício da própria comunidade de fé onde são atuantes.

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D. João agradeceu aos concluintes da Escola Catequética Companheiros de Emaús Celebração reuniu catequistas e familiares Ação de graças pela formatura da turma de catequistas
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Paróquia São Francisco de Assis – Assis Chateaubriand Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Guaíra Paróquia Nossa Senhora da Glória – Quatro Pontes Paróquia Santa Rita de Cássia – Toledo Quase-Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Toledo Paróquia São Roque – Nova Aurora Paróquia Cristo Rei – Entre Rios do Oeste Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Marechal Cândido Rondon Paróquia Nossa Senhora do Carmo – Assis Chateaubriand Paróquia Sagrada Família – Dez de Maio
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Paróquia Menino Deus – Toledo Paróquia São Francisco de Assis – Toledo Paróquia Santo Antônio – Formosa do Oeste Paróquia São Cristóvão – Toledo Paróquia Cristo Rei – Catedral Paróquia Maria Mãe da Igreja – Marechal Cândido Rondon Paróquia São Pedro e São Paulo – Toledo Paróquia Sagrada Família – Toledo Seminário Maria Mãe da Igreja – Toledo Paróquia São Vicente Palotti – Palotina

Auxílio Fraterno atualiza Documento para agentes e confirma cadastro digital

A Pastoral do Auxílio Fraterno, com uma caminhada de 31 anos na Diocese de Toledo, é expressão da caridade cristã que, por óbvio, não é acomodada, mas inquieta com o sofrimento das pessoas, e por isso mesmo pratica cotidianamente o propósito de uma Igreja em saída em favor dos pobres.

Com todo o engajamento de seus agentes, atualizou seu Documento-base orientativo para implantação nas paróquias e ação na comunidade de fé e confirma, para breve, o lançamento do cadastro digital das famílias atendidas. A meta é dinamizar ainda mais seus serviços em toda a diocese.

Debate coloca no centro um dos grandes desafios na ação evangelizadora junto ao público jovem

Segundo a coordenadora diocesana, Maria Inês Mânica, o Documento-base do Auxílio Fraterno, datado de 2015-2019 agora está atualizado até 2025, estando em sintonia com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e conforme o Plano Diocesano da Ação Evangelizadora. Além da atualização de alguns itens, ele agregou conteúdos complementares advindos das reflexões produzidas pelos agentes e coordenações dos quatro decanatos ao longo da caminhada pastoral. “A essência do Documento-base permanece, com conteúdo rico tanto no que se refere a mística como no que se refere a cidadania, uma Igreja em saída, em missão. Importante dizer que seu conteúdo é fruto da base, de encontros de formação nos decanatos e encontros diocesanos”, afirma. Esta informação, partilhada no 20º Encontro Diocesano que trans-

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Assessores diocesano O gigante time de agentes da Pastoral do Auxílio Fraterno no 20º Encontro Diocesano realizado em Terra Roxa Encontro diocesano anima trabalhos dos agentes de Pastoral

correu no final de junho na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Terra Roxa, se soma a outra novidade que promete dinamizar ainda mais os atendimentos e a atuação da Pastoral do Auxílio Fraterno. É a realização do cadastramento digital das famílias. “O programa de informática ainda está sendo desenvolvido, e muito em breve teremos formações sobre ele nos quatro decanatos”, anuncia. O objetivo é ter cadastradas todas as famílias atendidas na Diocese de Toledo, identificando suas características, condição financeira, composição familiar, onde estão mais concentradas, dentre outros importantes aspectos. “Poderemos compartilhar entre paróquias as informações básicas, o que facilitará o serviço pastoral no momento que a família solicita ajuda. E ainda poderemos ter relatórios sobre os diversos aspectos familiares econômicos, sociais, educacionais, religiosos”, destaca a coordenadora.

A realização desta edição do encontro diocesano contou com mais de 170 participantes, o que surpreendeu a equipe de organização do evento que, aliás, foi muito elogiado, especialmente pelos temas estudados: as Bem-aventuranças, com reflexão conduzida pelo diácono Leonardo Castro; a compreensão da Santa Missa na perspectiva da caridade cristã, conduzida por Pe. Hélio Bamberg, assessor diocesano da Pastoral do Auxílio Fraterno; e a reflexão sobre a pessoa humana na sua dignidade e no desenvolvimento de ações em vista ao bem-comum, com Pe. Mauro Cassimiro, pároco da Paróquia São Pedro e São Paulo, de Toledo. Esta reflexão tomou por base a Doutrina Social da Igreja, que por sinal esteve conectado às formações decanais do 1º semestre deste ano, ocasião em que foi trabalhado o tema “Acolhimento e Escuta” a pedido dos agentes de pastoral. “Todos saíram motivados tanto espiritualmente como com conhecimentos adquiridos, e cada vez mais preparados para realizar o que Papa Francisco nos pede: acolher e estar ao lado de nossos irmãos necessitados”, conclui Maria Inês.

Ministério do Catequista provoca reorganização da Escola Catequética

A conclusão da 13ª turma da Escola Catequética Companheiros de Emaús coloca o projeto diocesano de formação permanente dos catequistas em fase de reformulação. Isso ocorre em razão da nova possibilidade apresentada pelo Papa Francisco de instituir o Ministério de Catequista para aqueles que poderão assumir um compromisso ainda mais intenso com sua comunidade, assim como já é visto pela atuação dos Ministros Auxiliares da Comunidade (MAC), obviamente com características próprias. Por conta disso, ao menos neste primeiro momento, não há previsão da abertura de inscrições para nova turma da Escola Catequética com início em 2024. A reestruturação no projeto permanente de formação diocesano voltado para catequistas levará em conta ao menos duas realidades: a

acolhida e formação para catequistas iniciantes e a formação daqueles já atuantes, pensando na possibilidade do Ministério.

Logo, neste segundo semestre de 2023 começam a ser dados os passos neste sentido para que tanto uma quanto a outra realidade sejam atendidas em prol da comunidade de fé.

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Com base nos conteúdos propostos, a motivação é presente entre os agentes Reformulação do projeto diocesano servirá para atender demanda do Ministério do Catequista Projeto da Escola Catequética entra em período de estudos

Dízimo é atenção para as necessidades da evangelização

“O dízimo é uma contribuição sistemática e periódica dos fiéis, por meio da qual cada comunidade assume, corresponsavelmente, sua sustentação e a da Igreja. Ele pressupõe pessoas evangelizadas e comprometidas com a evangelização”. É o que ensina o Documento 106 da CNBB como forma de criar a consciência dos fiéis acerca desta atenção para as necessidades da evangelização. Muito mais do que apontar a falta de algo na comunidade paroquial ou de capela, é necessária a ação prática dos cristãos que dela participam.

No mais recente encontro diocesano da Pastoral do Dízimo, realizado com “casa cheia” no Centro de Formação – Instituto São João Paulo II, em Toledo, ficou mais que evidente esse compromisso para que o Dízimo não seja a realidade de uma Pastoral, mas que passe a ser realidade de todas as Pastorais e Movimentos. É o que destaca o coordenador diocesano, Valdemar Soares Pereira. “Essa é a nossa missão: trabalhar para que o Dízimo chegue em todas as Paróquias, em todas as Pastorais e Movimentos, para que no mínimo a ação evangelizadora da Igreja seja mantida pelo Dízimo”, observa.

Com uma programação muito participativa, os agentes da Pastoral do Dízimo ouviram as palavras do assessor diocesano, Pe. Neimar Aloísio Troes, que motivaram a to-

dos na missão em vista da implantação e organização da Pastoral do Dízimo nas comunidades de fé, bem como a proximidade do tema com a Catequese para uma consciente participação dos fiéis na ação evangelizadora por meio do Dízimo. O bispo diocesano, D. João Carlos Seneme, Pe. Luiz Carlos Franzener e Pe. Laudemir da Rocha, também marcaram presença no evento.

O professor José Francisco de Assis

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Participação dos agentes da Pastoral do Dízimo no encontro diocesano Fotos: Fábio Cembrani D. João Carlos Seneme, bispo diocesano, marcou presença no evento Professor Dias trouxe sua mensagem aos participantes do encontro Na celebração, Pe. Neimar recordou aspectos do Dízimo no Documento 106 Coordenador diocesano, Valdemar Pereira, salienta a missão dos agentes Dias também ministrou uma palestra durante o encontro diocesano.

Paróquia Nossa Senhora do Carmo abre Ano Jubilar pelos seu 60º aniversário

Está aberto oficialmente o Ano Jubilar em que será feita uma caminhada de espiritualidade para comemorar os 60 anos da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, de Assis Chateaubriand. A partir de agora, três grandes momentos estão anunciados como propósitos para marcar esse tempo forte de espiritualidade em torno da fé, devoção e união, pautados pelo tema “Ontem, hoje e sempre com a Mãe do Carmelo” e do lema “O Todo Poderoso fez em mim maravilhas” (Lc 1,49).

O primeiro deles acontece já neste mês de agosto, com o início da série de celebrações eucarísticas para as quais os devotos estão convidados à participação. O propósito é que, além das celebrações contidas no calendário, os fiéis se reúnam no dia 16 de cada mês até alcançar a Festa Jubilar do ano que vem, sempre contemplando a unidade cristã e a espiritualidade mariana para que os devotos irradiem a luz de Deus nos corações das pessoas com as quais conviverem ou se encontrarem ao longo do período, assim como Nossa Senhora ensina.

Neste contexto jubilar outra iniciativa é a formação bíblica dos fiéis. Para tanto, está sendo organizado um roteiro de encontros que terão por finalidade

aprofundar a espiritualidade a respeito da participação de Nossa Senhora na história da Salvação. Atualmente, mais de 250 pessoas participam ativamente dos encontros quinzenais desta formação bíblica que dedicará o primeiro semestre do ano que vem a oferecer este conteúdo.

Essas iniciativas apresentadas pelo pároco, Pe. Lucimar Antonio Castellani,

associam-se ao desafio da comunidade de fé começar o processo de revitalização da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Assis Chateaubriand. Conforme anúncio feito na celebração eucarística por ocasião da Festa da Padroeira, em julho último, as instalações do templo passarão por um período de reformas que envolvem investimentos na cobertura, forro, climatização e iluminação,

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Fotos: Janete Pascuti Alves, Eliton da Silva Lopes e Paulo Sérgio Bazoti / Foto do Zinho Entronização da imagem da Padroeira durante a celebração Devoção mariana em homenagens com rosas a Nossa Senhora Rito devocional de coroação da imagem de Nossa Senhora

com previsão de nove meses em obras. Com seus 60 anos de evangelização, a Paróquia Nossa Senhora do Carmo, assim como as demais, revela-se como expressão da presença de Cristo nesta região do Oeste do Paraná. Ao contemplar a Parábola do Semeador no dia das festividades da Padroeira, chamou a atenção esse aspecto vocacional da comunidade de fé que fez produzir frutos das sementes lançadas com o passar dos anos e que somente Jesus Cristo para chamar a todos ao serviço do Reino, capaz de transformar a história. Um novo capítulo desta história se escreve com a ordenação presbiteral do Diácono Leo -

nardo Ribeiro de Souza Castro, neste 5 de agosto.

O Senhor continua semeando para que a própria comunidade produza frutos. A semente em si guarda força para germinar, mesmo caindo em terrenos difíceis, inóspitos, mas ela precisa de pessoas para contribuir no seu próprio processo. Nossa Senhora do Carmo ensina seus devotos a viverem abertos às manifestações de Deus, à escuta da Palavra para que assim creiam e coloquem em prática toda sua dinâmica de vida. Neste período jubilar, abre-se um tempo muito intenso do aprendizado mariano de que Deus vem

A Paróquia e suas capelas

em atenção daqueles que praticam a conversão e acreditam em suas obras. Até porque a própria comunidade é uma obra de fé na medida em que passa a olhar para si e percebe a ação de Deus na partilha, no atendimento aos pobres, na orientação espiritual, na busca pelo sentido da vida. Em todos esses anos, a comunidade se construiu na unidade em Cristo e pelo auxílio de Nossa Senhora. Agora, é tempo de louvor, gratidão e responsabilidade com esta herança dos antepassados porque, assim como em Nossa Senhora, Deus fez e continua fazendo maravilhas na vida das pessoas que perseveram na fé.

Criada em 1964 por D. Armando Círio, a Paróquia Nossa Senhora do Carmo conta atualmente com 15 comunidades de fé, além da comunidade matriz, com seus santos padroeiros, sendo:

- Nossa Senhora das Dores – Jardim Sheila e Itaipu

- Nossa Senhora Aparecida – Terra Nova

- Nossa Senhora Aparecida – Alto Alegre

- São Paulo – Silveirópolis

- Sagrado Coração de Jesus – Jardim Alvorada

- Nossa Senhora do Rocio – Jardim Panorama

- São João Batista – Ramal Soipe

- Cristo Rei – Ramal Aroma

- São Miguel Arcanjo – Jardim Progresso

- Nossa Senhora de Fátima – Barreiro

- São Cosme e São Damião – São Cosme e Damião

- Santa Rita de Cássia – Jardim Bela Vista

- São Bento – Jardim Araçá

- São Pedro – Estrada para Terra Nova

- Nossa Senhora dos Navegantes – Estrada para Umuarama

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Gesto devocional em que são depositadas rosas aos pés da imagem da Padroeira Bispo diocesano, D. João Carlos Seneme, presidiu a celebração que foi concelebrada pelo pároco, Pe. Lucimar Castellani, e pelo vigário paroquial, Pe. Jociel Cristiano de Almeida Bênção dos motoristas na Festa de Nossa Senhora do Carmo Garoto recebe de D. João o escapulário, reconhecido pela Igreja há sete séculos e que representa o compromisso de seguir Jesus Cristo, assim como Nossa Senhora do Carmo Dia de Carreata pelas ruas de Assis Chateaubriand

Escola de Diáconos Permanentes avança na formação

Com a realização da caminhada formativa nesta fase propedêutica, a Escola de Diáconos Permanentes da Diocese de Toledo promoveu no final de julho o retiro de espiritualidade, momento de profunda reflexão com tema próprio. Assim, o cronograma segue seu ritmo que visa a promoção deste discernimento que realizam os candidatos ao diaconato permanente.

E não são apenas eles que participam. Como esta abertura da Igreja exige um compromisso ainda maior, por se tratar de um ministério ordenado, também as esposas dos candidatos tiveram um momento dedicado para conhecer um pouco mais esta realidade que se apresenta para a família.

Na 5ª etapa, elas conheceram melhor a importância e protagonismo ao bem da comunidade de fé que o diaconato proporciona aos fiéis,

pela ação que seus maridos poderão exercer. A reflexão foi conduzida por Pe. Marcos Denck da Silva, responsável pela escola diocesana, e pelo Diácono João Augusto da Silva, da Diocese de Foz do Iguaçu. Ele foi ordenado diácono permanente em

2015. Também participaram o Diácono Adilson e sua esposa, da Diocese de Umuarama, que conduziram a temática “Família, comunidade e o trabalho. A esposa e o Diaconato Permanente. Os filhos e o Diaconato Permanente”.

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Participação das esposas contribui na compreensão da missão Candidato ao diaconato permanente no Rito da Palavra Com a formação ofertada, casais compreendem o ministério do diácono Diácono Permanente João Augusto falou aos candidatos e esposas Celebração Eucarística com a participação das esposas dos candidatos Rito da Palavra na celebração realizada durante o encontro D. João Carlos Seneme, bispo diocesano, com Pe. Marcos e os candidatos ao diaconato permanente e suas esposas
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“Realmar a Economia” é lançado na Diocese de Toledo

O Papa Francisco propôs aos jovens estudantes, em 2019, “um pacto para mudar a economia atual e atribuir uma alma à economia do amanhã”. Em sua reflexão sobre o assunto, o Papa defende uma correção dos modelos de crescimento que, segundo ele, são incapazes de garantir o respeito pelo meio ambiente, o acolhimento da vida, o cuidado da família, e equidade social, a dignidade dos trabalhadores e os direitos das gerações vindouras. Para o Santo Padre, é necessário por em prática um modelo econômico novo, pautado na comunhão, fraternidade e equidade. E a inspiração vem de São Francisco de Assis, exemplo da atenção aos frágeis e à uma ecologia integral. Esse apelo foi ouvido por Ana Carolina Fernandes Alves e Augusto Luís Pinheiro Martins, membros da rede de Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara (ABEFC). Com esse propósito, o casal lançou em Toledo o Livro “Realmar a Economia”, uma produção coletiva organizada por Eduardo Brasileiro, no qual são coautores do artigo “Educar para novas economias”,

escrito em conjunto com Ricardo Pereira Alves do Nascimento. Em 320 páginas estão reunidas produções que propõem pensar um novo pacto econômico, mais inclusivo e de cuidado com a criação para que ninguém fique para trás.

Catequista: um eterno aprendiz

Quer saber detalhes do livro? Acesse!

Quando se fala que o catequista é um eterno aprendiz e que, por essa razão, é inspiração para muitos, um

bom exemplo vem da Paróquia São Vicente Pallotti, de Palotina. A Animação Bíblico-catequética paroquial

realizou ainda no primeiro semestre deste ano, um grande encontro com a participação de 130 catequistas,

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Livro é apresentado em coletiva de Imprensa na Cúria Diocesana de Toledo, que contou ainda com a apresentação da linha de ação “Economia Popular Solidária”, da Cáritas Diocesana “Pela tua missão, você acende no mundo as luzes de Deus”. Essa frase inspiradora acolheu os catequistas de três paróquias que participaram do evento

tendo como ênfase a formação. A vontade de aprender era tamanha que, pelo programa do evento apresentado, alcançou os objetivos. Assim, com admirável envolvimento, catequistas e coordenadores de Catequese acompanharam conteúdos bastante atuais e apropriados para a missão, como por exemplo: Evangelizar no tempo presente – Os desafios

da Catequese; Iniciação à Vida Cristã; Família: desafio ou força secreta; Importância da formação permanente para o Catequista; e o segredo desconhecido da Mistagogia. Ainda assim, houve tempo para a realização de uma oficina de Mistagogia e ainda Didática e Mistagogia Catequética. Todos os conteúdos foram assessorados por Altierez dos Santos, doutor

em Ciências da Religião e membro da Sociedade Brasileira de Catequetas (SBCat).

Realizado na Capela Nossa Senhora de Fátima, na cidade de Palotina, o encontro acolheu também catequistas da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Terra Roxa, e da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, de Maripá.

Disposição e ânimo na caminhada catequética Trabalhos em grupos estavam bem descontraídos Assessor conduziu grupo ao aprendizado

O canto litúrgico a partir da nova edição do Missal Romano

Por possuir uma dimensão comunitária, dialogal e orante, o canto litúrgico é objeto de estudos e formações realizadas pela Pastoral Litúrgica da Diocese de Toledo. Todo esse empenho é importante e necessário para evitar possíveis “deslizes” na preparação das celebrações, notadamente na escolha dos cantos. Antes de mais nada, é preciso observar o Tempo Litúrgico que é celebrado e, claro, os ritos das missas ou celebrações da Palavra para os quais os fiéis são convidados a celebrar.

O mais recente encontro promovido pela Pastoral Litúrgica já contemplou essa sintonia com a nova edição do Missal Romano, procurando atualizar as lideranças. Adenor Leonardo Terra, regente, compositor e membro da Associação dos Liturgistas do Brasil (Asli) pontuou a importância do canto com base na Instrução Geral do Missal Romano, que menciona seu grande valor nas celebrações. O canto litúrgico é um dos elementos que contribui para que o participante da assembleia faça o memorial da Salvação dentro de uma ação plena consciente e ativa.

Adenor lembrou aos participantes do encontro diocesano de Música Litúrgica que é o canto litúrgico tem seu próprio

fundamento. Afinal, ele é composto por textos tirados da Sagrada Escritura ou inspirados nela e que sempre houve uma preocupação para que as melodias sejam acessíveis à assembleia dos fiéis. Mas sempre levando em conta o tipo de celebração e o momento do Rito.

Isso mostra o quanto é importante investir no conhecimento acerca do tema para que os agentes de Pastoral aproveitem bem a 3ª edição do Missal Romano com as principais mudanças inseridas (veja edição 293 da Revista Cristo Rei, p. 48 e 49) e assim possam contemplar os cânticos adequados e conduzir a assembleia ao centro da fé sem fazer uso de

super-heróis, pois “o canto litúrgico não faz uso de melodias e textos adaptados de canções populares, temas de filmes e novelas”. Cristo está presente na Eucaristia. É o que basta.

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Adenor promoveu a prática dos cantos no encontro diocesano O assessor fez a exposição do tema com ênfase na teologia litúrgica Encontro foi aberto com o Ofício Divino Pe. Sérgio Rodrigues, assessor diocesano da Pastoral Litúrgica, acolheu os participantes do encontro Proclamação da Palavra na abertura dos trabalhos

Realizado o 3º Domingão Vocacional para Meninas

No dia 24 de junho de 2023, realizamos o 3º Domingão Vocacional para meninas da Diocese de Toledo. O encontro aconteceu na Casa das Irmãs da Beata Angelina, com a presença de 36 adolescentes/ jovens, cinco congregações religiosas e alguns membros das coordenações paroquiais da Pastoral Vocacional.

Iniciamos o dia com animação, brincadeiras e espiritualidade. Na sequência, desenvolvemos a atividade reflexiva: “O Senhor Deus plasmou o homem com o pó da terra” (Gn 2,7).

Enquanto decorria a leitura do texto, cada jovem tomou em mãos a massa de modelar e compôs a própria obra de arte, meditando a seguinte mensagem: “Eu, naquele entardecer da criação, senti passos no jardim. Era ele, o Senhor da Criação. Acontece que, nesse entardecer, ele parou, inclinou-se, com um olhar carregado de amor. E, de repente,

juntou-me do chão, a mim, pobre e pequeno punhado de terra e ficou a me olhar pensativo, remexeu-me longamente, longamente, com todo carinho! E, então, começou a me amassar. Primeiro, retirou de mim uma porção de impurezas que atrapalhavam: pedrinhas, pedacinhos de pau, ciscos. E eu fui ficando terra pura, do seu gosto. Fez ainda operações, que eu não compreendia, nem poderia compreender: ‘Pode por acaso um vaso dizer ao oleiro: eu entendo disso mais do que você”? (Is 29,16).

Concluímos a dinâmica com um momento de partilha e visualização das lindas obras de

arte, compiladas pelas mãos hábeis de cada jovem, e com falas significativas delas mesmas, tais como: “Deus nos escolhe, mas quer que o escolhamos”. Como afirma Santa Maria Domênica Mantovani: “Preciso querer o que Deus quer para mim, só assim poderei ser plenamente feliz”. Logo em seguida partilhamos o pão da Santa Eucaristia, presidida pelo Pe. Juarez. Deus seja louvado por tais momentos tão significativos na vida da juventude toledana.

Ir. Solaide Pommer Congregação das Pequenas Irmãs da Sagrada Família - Noviciado São José – Toledo

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Participantes do 3º Domingão Vocacional com mobilização de cinco congregações religiosas e coordenações paroquiais da Pastoral Vocacional Domingão Vocacional realizado na Casa das Irmãs Franciscanas Clima de alegria e espontaneidade durante o Domingão Vocacional Exposição dos trabalhos feitos como o oleiro Participação das jovens na celebração Liturgia contou com as participantes do encontro

Noviciado São José abre as porta para dia de convivência com adolescentes

Foi com muita alegria que no dia 16 de julho, recebemos em nossa casa, o Noviciado São José, cerca de 20 meninas entre 10 e 17 anos, para um dia de convivência. Iniciamos com a acolhida de todas partilhando um delicioso lanche. Já reunidas no salão principal, realizamos um momento de recreação, animação e apresentação de cada uma.

Com a graça de Deus tivemos também a oportunidade de celebrarmos juntas a Santa Missa em nossa capela do Noviciado. Celebração presidida pelo frei Gelson (OAD) e com a presença de alguns casais da Pequena Casa de Nazaré, um grupo de leigos que vivem o carisma das Pequenas Irmãs da Sagrada Família em seu cotidiano familiar, e membros do Serviço de Animação Vocacional da Diocese de Toledo. Para o ministério de música e liturgia nossas queridas jovens se mostraram muito prontas e preparadas em celebrar com fé e doação este momento que é o ápice de nossa fé.

Ainda antes do almoço voltamos à sala de reunião e meditamos sobre uma história encenada pelas formandas da casa: pensar sobre vocação é pensar sobre ter a coragem de entrar no barco com Jesus, ouvir seus ensinamentos e confiar que Ele nos levará seguramente até a outra margem. Após o almoço momento de recreação e conversa, com direito a jogo de vôlei, pega-pega e muita risada.

À tarde, continuamos em nossa meditação falando sobre os passos necessários para um profundo e maduro

discernimento na escolha da vocação a ser assumida.

Como oração final, diante do Senhor no Santíssimo Sacramento, depositamos nossa vida, com suas dores e alegrias, dificuldades e conquistas, na certeza de que o Senhor jamais nos abandona, jamais nos deixa só, e que nos momentos mais difíceis nos leva em seus braços (como nos diz a história “Pegadas na areia”). Em um gesto de entrega ao Deus Providente, cada uma ali presente recebeu um coração de papel e nele escreveu a vocação específica que mais faz arder seu coração, e enquanto cantávamos, este coração foi depositado aos pés do altar. Foi um dia de diversão e oração, partilha e encontro pessoal com o Senhor.

Pedimos que pela intercessão da Sagrada Família de Nazaré, do beato José Nascimbeni e de Santa Maria Domênica Mantovani, Deus continue a guiar estas jovens moças em seu processo de amadurecimento, bem como suscite no coração de tantos outros o entusiasmo e a coragem de deixarem tudo e assumirem com radicalidade e paixão a vocação que o Senhor tem preparado a cada um desde o início dos tempos. Maria, mãe das vocações, ensinai-nos a servir!

Noviça Ana Flávia

Marcante Ozelame

Pequenas Irmãs da Sagrada

Família- Noviciado São José –Toledo

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Fotos: Regiane Zanutto Participantes do encontro de convivência no Noviciado São José, em Toledo Adolescentes participam de dinâmica proposta no encontro Momento de reflexão diante do questionamento no encontro Adolescente com a barca de Jesus e a grande pergunta: Quem é que vai? Participação das noviças no encontro

1º aniversário do 31º BPM de Assis é comemorado com missa e evento social

A Igreja São Francisco de Assis, em Assis Chateaubriand, acolheu os integrantes do 31º Batalhão de Polícia Militar (BPM) para a celebração eucarística, em ação de graças, pelo 1º aniversário da unidade. Policiais militares estiveram acompanhados de seus familiares para a missa presidida pelo pároco, Pe. Inácio Afonso Scherer.

Assis Chateaubriand tornou-se sede do 31° Batalhão de Polícia Militar, a partir de 7 de julho de 2022. Criado a partir de um estudo feito pelo 5º Comando Regional da Polícia Militar, o novo Batalhão surgiu a partir de um desmembramento do 19º BPM de Toledo e do 6º BPM de Cascavel. A Unidade tem a responsabilidade de coordenar as atividades de policiamento ostensivo em uma área envolvendo 14 municípios da região: Assis Chateaubriand, Tupãssi, Formosa do Oeste, Jesuítas, Palotina, Terra Roxa, Maripá, Corbélia, Braganey, Iguatu, Anahy, Cafelândia, Nova Aurora e Iracema do Oeste. Tem a missão de garantir a ordem e a paz em sociedade.

O primeiro e atual comandante é o tenente-coronel Cláudio Ricardo dos Santos Oliveira Pinto. Durante a missa no último dia 8 de julho, os policiais participaram de alguns ritos da celebração, sobretudo uniram-se em oração e receberam a bênção para a continuidade de seus trabalhos. Além da proteção divina, neste início de caminhada, o Batalhão enfrentou muitos desafios e obstáculos, mas sobretudo obteve di-

versas conquistas, com apoio de amigos e parceiros e de profissionais que honram a farda da Polícia Militar do Paraná.

Na noite anterior, foi realizada uma cerimônia no Teatro Municipal de Assis Chateaubriand, com a participação de autoridades militares e civis, lideranças políticas, representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, membros de associações, cooperativas, empresários, policiais militares da ativa e veteranos, demais convidados, parceiros e amigos do BPM. A Banda

de Música da PMPR, sob regência do Maestro Comandante Capitão Elizeu da Silva, fez a sua apresentação.

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Sede do 31° BPM em Assis Chateaubriand Foto: Leandro Reino Lopes Policiais celebram o 1º aniversário do 31º BPM Pe. Inácio conduz rito de bênção na celebração realizada na Igreja São Francisco de Assis Fotos: Comunicação Social do 31º BPM Rito do Ofertório durante a celebração Concerto da Banda de Música da PMPR Foto: Ricardo Pereira
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Padres do Paraná participam de Encontro na Diocese de Toledo

A Diocese de Toledo está preparada para acolher neste mês de agosto o Encontro Regional de Presbíteros. Está sendo aguardada a participação de cerca de 180 padres da Igreja no Paraná, numa organização da Comissão Regional de Presbíteros – Regional Sul 2. Toda a programação será realizada no Centro de Formação –Instituto São João Paulo II, um dos espaços mais adequados para atender essa finalidade na Diocese de Toledo.

Do dia 21 ao dia 25, os participantes estarão reunidos em torno do tema “Presbíteros: testemunhas da esperança”, com assessoria do Pe. Manoel José de Godoy, membro do clero da Arquidiocese de Belo Horizonte, professor de Teologia na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia e no Centro Loyola.

“Presbíteros: testemunhas da esperança” é o tema do encontro em Toledo

O assessor reúne vasta experiência de trabalho no campo da formação presbiteral e já representou o Brasil na Organização dos Seminários Latino-Americanos (Oslam). O lema que inspira o Encontro Regional é da Carta aos Romanos: “Alegres na esperança,

Contemplação, meditação e unidade

Os fiéis que se reúnem para as celebrações na Igreja São Francisco

de Assis, em Toledo, com sede no Jardim Coopagro, passam a apreciar as

perseverantes na tribulação e constantes na oração” (Rm 12,12).

A preparação para o Encontro Regional fez parte de reunião da Comissão Regional dos Presbíteros, realizada na Diocese de Toledo, a qual contou com a presença de representantes de todas as dioceses do Paraná. Na ocasião, os membros da comissão partilharam trataram de temas ligados à saúde dos presbíteros e a situação atual das vocações, entre outros assuntos.

Segundo informa o coordenador do clero da Diocese de Toledo, Pe. Mauro Cassimiro, o tema proposto para o evento regional neste mês contribui na formação e reflexão sobre a caminhada presbiteral no Paraná. Além de tudo, é uma preparação para o 19º Encontro Nacional de Presbíteros, que será realizado em Aparecida (SP) no ano que vem.

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Revitalização iniciada em 2021 contemplou troca do telhado, substituição do forro, novo piso, climatização, pintura e agora os vitrais Imagens do Padroeiro São Francisco de Assis Fotos: Juan Matoso

belíssimas reproduções do Padroeiro e demais santos em vitrais. Num investimento realizado pela comunidade, eles estão instalados harmonicamente ao projeto de revitalização da estrutura predial do templo que teve início em 2021.

Os vitrais exibem a força das cores

e tons, sobretudo mostram as expressões das imagens de São Francisco de Assis que o caracterizam como padroeiro da natureza, a sua relação com o presépio e a contemplação a Jesus crucificado. Como uma obra de arte sacra, certamente contribui na inspiração dos devotos em oração ao

Cristo Ressuscitado.

Todo o serviço de instalação foi conduzido por equipe especializada de São Paulo, com a colaboração de voluntários. Quem ainda não viu, vale a pena um dia conhecer como a unidade dos fiéis proporcionou o conjunto da revitalização executada naquele espaço.

São Francisco e sua proximidade com Jesus crucificado Padroeiras de comunidades da Paróquia: Nossa Senhora do Rocio e Santa Maria

Escola Bíblica em Jesuítas ensina sobre o Ano Litúrgico, seus ritos e objetos celebrativos

“E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo” (At 5,42). Com estes objetivos, de ensinar, aprender, refletir e anunciar a Palavra de Deus, a Paróquia Santo Inácio de Loyola, de Jesuítas, realiza a sua Escola Bíblica Paroquial. As atividades acontecem este ano e estão programadas para seguirem ainda em 2024, com encontros quinzenais, nas terças-feiras.

Por entender que o Ato Litúrgico não pode ser isolado da vida eclesial e que a Liturgia, por meio de uma linguagem simbólica conduz os fiéis ao protagonismo na História da Salvação, a Escola ofereceu uma aula prática tendo como conteúdo principal os ritos da celebração, incluindo o espaço celebrativo, os tempos litúrgicos e suas cores distintas. Também foram apresentados detalhadamente os objetos, vestes, lecionários, livros e alfaias usados nas mais diversas celebrações eucarísticas.

A Vilma Aparecida de Souza Mezzari, integrante do Grupo de Reflexão da Ação Evangelizadora da Paróquia (Graep), conta que o professor Ederson Luiz Piloneto fez uma profunda fundamentação teórica e o pároco, Pe. Valdecir Caires Trajano, fez uma apresentação de cada objeto e seu significado na celebração litúrgica. “Esta parceria enriqueceu a aula e despertou o interesse e a curiosidade nos alunos, resultando no desejo de aprender cada vez mais, para um melhor entendimento da Palavra de Deus”, afirma.

Ela acrescenta que alguns participantes relataram certo desconhecimento do significado e motivo de cada rito, cores e demais objetos litúrgicos, mesmo participando frequentemente das missas e, especialmente, das solenidades. “Esta aula proporcionou aos alunos e demais lideranças da Igreja um maior entendimento sobre o significado de toda a simbologia presente nas celebrações”, observa.

Vilma destaca ainda que os participantes ampliaram seus conhecimentos acerca dos ciclos e períodos do Ano Litúrgico como fonte de caminhada e conhecimento dos ensinamentos de

Jesus Cristo, conforme a exposição feita pelo professor Ederson. “São estes momentos celebrativos que nos fazem reviver todo o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição e ter conhecimento da Palavra de Deus no decorrer do Ano Litúrgico”, lembra.

“Assim como os discípulos foram orientados por Jesus a anunciar a sua Palavra e foram aprendendo no cotidiano, e na confiança no poder do Espírito Santo, como tocar o coração de cada homem e mulher, também nós, devemos buscar o conhecimento cada vez mais profundo da Palavra de Deus, para sermos cristãos melhores em nossa comunidade e podermos cumprir com

sabedoria e humildade a vontade do Senhor: “Ponham em prática tudo o que vocês aprenderam, receberam, ouviram e viram em mim. E o Deus da paz estará com vocês” (Fl 4,9).

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Pe. Valdecir apresenta proposta do encontro aos participantes Fotos: Thiago da Costa Brito Fiéis conheceram detalhadamente objetos e seus significados nas celebrações Participantes da Escola Bíblia em Jesuítas Evangeliário, Missal e outros elementos das celebrações litúrgicas

Parceria histórica faz nascer sede própria da Casa de Maria em Marechal Cândido Rondon

Associação de profissionais da engenharia e arquitetura rondonense firma parceria para projetos, divulga obra assistencial e se compromete em ações solidárias para sede própria da Casa de Maria no Município

Com a graça de Deus, está nascendo a sede própria da Casa de Maria em Marechal Cândido Rondon. Uma parceria histórica entre a unidade assistencial que acolhe atualmente 90 crianças no contraturno escolar e a Associação Rondonense dos Engenheiros e Arquitetos (AREA) possibilita a elaboração dos projetos desta primeira fase de obras que contempla 1.497,10 m². Contudo, além dos projetos estrutural, hidrossanitário, elétrico/lógico, a parceria prevê ainda a elaboração do Plano de Segurança contra Incêndio e Pânico (PSCIP) da unidade rondonense.

E tem mais, a associação se responsabiliza ainda pelo profissional e investimento no projeto, firma o compromisso de diálogo junto ao poder público para ajustes em cada projeto e compatibilidade, e compromete-se na organização de ações solidárias entre os associados da entidade de profissionais a fim de angariar recursos para a contribuir na concretização da obra da Casa de Maria. Por sinal, parte deste empenho se efetivou durante a realização da Expo Rondon 2023, quando o estande da AREA exibiu o projeto aos visitantes para possível envolvimento de outros parceiros.

Enquanto isso, está em tramitação na Câmara de Vereadores o projeto enviado pelo Poder Executivo que prevê a cessão de uso de uma área de 7 mil m2 no Jardim Primavera, onde será executada a construção da sede própria da entidade. Atualmente, a Casa de Maria está localizada em espaço cedido pela Capela Nossa Senhora de Lourdes, no Jardim Alvorada. “Com a primeira fase de obras, já alcançaremos o potencial projetado para 350 atendimentos diários. Com os projetos em mãos, nos lançamos na captação de recursos, inclusive com possibilidade de parcerias internacionais”, informa Pe. André Boffo Mendes,

articulador deste processo pela Casa de Maria.

O projeto arquitetônico desta primeira fase, doado desde a inauguração da unidade rondonense em agosto de 2021 pelo arquiteto Ricardo Leites, prevê a construção de dez salas multiuso, administração, refeitório, banheiros, salas de apoio pedagógico, nutricional, assistencial e espaço para bazar.

Para a manutenção dos atendimentos às crianças e adolescentes, a entidade conta atualmente com uma rede de apoiadores que representam quase 30% do custo mensal, 48% do fomento via parceria com Prefeitura (chamamento público) e o restante é proveniente do Centro Assistencial da Diocese de Toledo (mantenedor) e paróquias de Marechal Cândido Rondon.

Lideranças celebram termo de parceria para garantir a sede própria da Casa de Maria em Marechal Cândido Rondon Pe. André, engenheiro Carlos Wild e Luiz Müller Presidente da Associação, Carlos Wild, assina termo de parceria Projeção da entrada na unidade rondonense da Casa de Maria
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Projeção arquitetônica da área interna da Casa de Maria

Os 50 anos dos Frades Menores Missionários

A Congregação dos Frades Menores Missionários (FMM) chega aos seus 50 anos de fundação no dia 15 deste mês de agosto. A concentração das comemorações acontece em Ponta Grossa, onde foi seu nascedouro por acolhimento do então bispo D. Geraldo Pelanda. Contudo, a Diocese de Toledo participa desse momento jubilar porque é também aqui que boa parte da história da Congregação está escrita e, se possível dizer, com vários capítulos.

Um deles acontece em Assis Chateaubriand, com a criação da Paróquia São Francisco de Assis, por D. Armando Círio, tendo sido nomeado como primeiro pároco, em 1974, o Frei Florencio Gelain, então membro da congregação dos franciscanos capuchinhos do Rio Grande do Sul, mas que logo abriu espaço para o Frei Justino Dotti, um dos fundadores da nova congregação dos Frades Menores Missionários para assumir a recém-criada paróquia.

A presença mais forte dos franciscanos menores na Diocese de Toledo se dá notadamente na Paróquia Menino Deus, território em que está localizado o Seminário Nossa Senhora de Fátima, mantido pela Congregação. De acordo com o histórico da Paróquia, em 1974 foi nomeado pároco o Frei Alceu Richetti, e assumiu como “vigário cooperador” Frei Edmundo Costella. Para iniciar as ativi-

dades do Seminário, contribuiu nesse processo Frei Irineu Costella. Na Paróquia Menino Deus foram quase duas décadas de gestão a cargo dos freis.

Frei Eusébio Ferreto (1922-2006) é uma figura icônica da Congregação para a cidade de Toledo, sendo conhecido na época como “o Frei que dá bênção e dá remédio”. Nesse mesmo grau de reconhecimento está Frei Alceu Richetti

(1925-1993), que viveu a maior parte da sua missão na Diocese de Toledo. Muito querido pela comunidade de fé, um grupo de idosos empresta seu nome como homenagem.

Vale lembrar que a comunidade de fé da cidade de Toledo teve a oportunidade de conviver com boa tarde dos 13 fundadores da Congregação, seja no atendi-

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Frei Euzébio Ferreto (1922-2006) é lembrado até hoje por sua atuação em Toledo D. João Carlos Seneme, bispo diocesano, presidiu celebração eucarística na festa da Padroeira do Seminário Nossa Senhora de Fátima ocasião em que foi lembrado o Jubileu de Ouro da congregação dos Frades Menores Missionários Peregrinação com membros de outros ramos da família franciscana no Ano da Misericórdia (2015-2016)

paroquial ou no seminário, como são os casos dos frades de saudosa memória: Frei Manoel Parisi, Frei Celso Quesini, Frei Edmundo Costella – que se dedicou ao Seminário Nossa Senhora de Fátima por quase três décadas –, Frei Gaspar Zonta e Frei Bruno Fardo.

Em louvor a Deus pelos seus 50 anos, a Oração do Jubileu enaltece este “novo ramo na bela árvore da Família Franciscana, como busca do retorno às fontes”, e salienta o compromisso de “seguir em frente, aprofundando este ideal belo e urgente”.

Devoção a Nossa Senhora de Fátima incentivada pelos Frades Menores Frei Amarildo com o símbolo dos 50 anos da Congregação, Frei Gabriel com a relíquia de São Francisco de Assis e Frei Luiz com a imagem do Padroeiro da congregação Congregação dos Frades Menores Missionários completa 50 anos neste dia 15 de agosto mento Divulgação

Escola de Língua Portuguesa projeta oportunidades para migrantes

A Cáritas da Diocese de Toledo segue seu compromisso com a oferta de aulas de Língua Portuguesa para migrantes. Com seus parceiros locais, a Prefeitura de Toledo e o câmpus da Pontifícia Universidade Católica (PUCPR), três turmas com 60 estrangeiros no total, sendo venezuelanos, haitianos, cubanos e um egípcio, se encontram semanalmente para aprender a gramática e diálogos que simulam situações do cotidiano, seja no atendimento em órgãos públicos ou mesmo no acesso ao emprego. Por sinal, esse é um dos propósitos da Cáritas Diocesana ao inaugurar o curso básico de Português no começo de julho. A meta é contribuir para que os migrantes residentes em Toledo possam melhorar sua comunicação e assim encontrar novas oportunidades de inserção na sociedade, inclusive com mais chances na vida profissional. A professora é a haitiana Ruth Marie Rosena Nicolas.

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Turma de alunos atendidos na região do Jardim Panorama, em Toledo Alunos do período vespertino com aulas na PUCPR Alunos do período matutino com aulas na PUCPR, parceira do projeto Ensino da Língua Portuguesa é forma de acolher os migrantes Acolhida aos participantes feita por agente da Cáritas Diocesana Importante fase de estudos do idioma para os estrangeiros Estudos são necessários para acessar oportunidades de emprego

Pastoral da Pessoa Idosa mostra que digitalização torna mais ágil a missão

A digitalização dos processos vinculados à missão de líderes da Pastoral da Pessoa Idosa está sendo multiplicada e se tornando cada vez mais presente. Na medida em que esse processo vai sendo conhecido em detalhes, as dúvidas são esclarecidas e o sistema passa a ser utilizado longe de receios. Líderes em atuação há mais tempo e voluntários que estão chegando para este serviço da Igreja junto à pessoa idosa interagem e percebem as vantagens oferecidas no uso do SIGPPI, o aplicativo da Pastoral da Pessoa Idosa.

Em recente encontro para formar aqueles que vão capacitar novos líderes dentro desse processo digital, a coordenadora estadual da Pastoral da Pessoa Idosa, Rozilda de Cássia Lemes do Nascimento, disse que esse é o momento de se empenhar na multiplicação desse conhecimento. Na capacitação realizada na Diocese de Toledo, participaram representantes da PPI das dioceses de Foz do Iguaçu, Palmas-Francisco Beltrão e Arquidiocese de Cascavel. A capacitação está concluída em todas as Províncias Eclesiásticas da Igreja no Paraná.

“Além de saber como chegar, o que fazer, o que conversar e os encaminhamentos a serem dados a partir das visitas domiciliares, as líderes precisam desse

conhecimento. O aplicativo SIGPPI auxilia o acompanhamento da pessoa idosa de forma digital, com o lançamento de todos os dados obtidos nas visitas. Na reunião mensal, são partilhadas todas as experiências adquiridas nas visitas, bem como as dificuldades pelas quais passa a família para que assim nós possamos formar a rede de solidariedade. Hoje, o número de pessoas idosas é grande no Paraná e por isso mesmo precisamos de mais voluntários”, salienta Rozilda.

Para a coordenadora da PPI na Diocese de Toledo, Leani Lutz, com as líderes capacitadas abre-se a possibilidade de acelerar a formação de novos líderes onde eles residem. Um dado relevante, de acordo com ela e que mostra a importância dessa capacitação, é que as paróquias já estão solicitando capacitação para novas equipes. “Na Paróquia São Luiz Gonzaga, em Pato Bragado, realizamos em etapas. As líderes escolheram essa forma, onde em cada reunião mensal acontece essa capacitação. O caderno da Pessoa Idosa, Folha de Acompanhamento Domiciliar da Pessoa Idosa (Fadopi) e relatório anual estão todos no sistema digital. E assim, o líder já em atuação vai se atualizando junto com os iniciantes”, salienta.

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Pe. Mauro Cassimiro, Rozilda (coordenadora estadual) e Leani Lutz (coordenadora diocesana) no Encontro para Capacitadores da Pastoral da Pessoa Idosa Rozilda salienta facilidades do aplicativo Novas informações são repassadas aos participantes do evento Capacitação foi realizada na Paróquia São Cristóvão Com formação oferecida, líderes estão aptos a multiplicar os conhecimentos
(45) 3054 8880 @oralunictoledo.draugusto (45) 99116 6781 R. Sarandi, 761 - CENTRO | TOLEDO Responsável Técnico: Dr. Natanael Cristiano Poltronieri - CRO/PR 31.501

“Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”

19º Domingo do Tempo Comum | 13 de agosto de 2023 – Dia dos Pais

Leituras: 1Rs 19,9a.11-13a; Sl 84(85),9ab-l0.11-12.13-14; Rm 9,1-5; Mt 14,22-33

Tendo celebrado o Tempo Pascal, já vivemos a Festa de Pentecostes, as Solenidades da Santíssima Trindade, Corpus Christi, Sagrado Coração de Jesus e São Pedro e São Paulo. Contemplamos Jesus Cristo compadecido das multidões, “ovelhas sem pastor”, que chama e envia os discípulos para a missão, dando-lhes as devidas recomendações. Em oração, Jesus louva o Pai que revela seu Plano de Amor aos pequenos e fracos e, a partir de então, Jesus ensina com as parábolas. Que esta contextualização litúrgica nos ajude a contemplar a boa nova que nos é proclamada hoje.

PERMANECE SOBRE O MONTE DIANTE DO SENHOR

Neste segundo domingo de agosto, rezamos pelos pais e iniciamos a Semana Nacional da Família, com o tema “Família, fonte de vocações” e o lema “Corações ardentes e pés a caminho” (Lc 24,32-33), em comunhão com o terceiro Ano Vocacional da Igreja no Brasil, que teve início em novembro do ano passado, e seu fechamento será na Festa de Cristo Rei. O tema do Ano Vocacional – “Vocação: Graça e Missão” se fundamenta na afirmação de que “a vocação aparece realmente como um dom de graça e de aliança, com Deus nosso Senhor.

colocou no íntimo de cada coração e que é a única possibilidade de vida feliz.

Quem não descobre sua vocação não terá um coração alegre e realizado! São Paulo, na Carta aos Romanos, fala a verdade, testemunhado pelo Espírito Santo e pela sua própria consciência (cf. Rm 9,1), de que sente uma grande tristeza pela incredulidade de seu povo. Tristeza essa tão grande, a ponto de desejar ele mesmo pagar pelos pecados de seus irmãos judeus, se isso lhes favorecesse a salvação. No entanto, ele também reconhece que Deus é soberano ao oferecer a salvação, e que nem todo Israel será salvo, pois a salvação nos vem pela fé em Jesus Cristo.

HOMEM FRACO NA FÉ, POR QUE DUVIDASTE?

- Tenho dedicado quanto tempo de minha semana para estar na presença do Senhor?

- Qual sacrifício tenho feito pelos irmãos desviados?

- Em minha vivência, em quais momentos falhei por não acreditar na Palavra de Cristo?

Conforme o livro dos Reis nos apresenta a experiência de Elias, que em obediência a Palavra do Senhor saiu da gruta e permaneceu diante do Senhor (cf. 1Rs 19,11), nossa vocação passa pela experiência da vivência familiar e pela nossa busca pessoal por Deus, buscando-o onde Ele está, e não onde imaginamos que esteja. Elias não o encontrou no vento impetuoso, nem no terremoto e nem no fogo, mas sim na brisa leve. Tendo realizado seu encontro pessoal com Deus, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta (cf. 1Rs 19,13a). Da mesma forma, com o coração ardente e pés a caminho, devemos nos revestir com a Palavra do Senhor e nos posicionarmos em nossa família, comunidade e sociedade, sendo presença do próprio Deus.

EM CRISTO, DIGO A VERDADE

Pe. Crispim, assessor da Comissão para Vida e Família da CNBB, sabiamente afirma que o ano de 2023 foi escolhido para lembrar, celebrar e proporcionar a redescoberta do dom que cada pessoa recebeu como presente de Deus: a vocação. E se existe um lugar privilegiado de valorização e descoberta da vocação, ele se chama família. Por isso, Família, fonte de vocações, é nela que as vocações precisam ser trabalhadas, isto é, cada família deve proporcionar para que seus membros descubram aquele chamado que Deus, no seu infinito amor,

A partir da busca pessoal por Deus, assumindo nossa vocação, de membros do corpo de Cristo que é a Igreja, compete-nos cultivar a fé cristã de forma viva e eficaz. Conscientes de que há na sociedade uma tentativa de desestruturar os valores cristãos atacando o alicerce da família, de forma que o sentido do Matrimônio, paternidade e maternidade sejam destruídos. Tem sido estabelecida uma falsa posição entre os direitos da família e os de seus membros individuais. Sob o nome de “liberdade”, têm sido promovidos “direitos individuais” que não correspondem aos valores cristãos.

Assim, como os discípulos assustados com as ondas contrárias à barca, se acalmaram quando reconheceram que era Jesus quem estava caminhando sobre as águas agitadas, que nossa fé seja sustentada pela certeza de que Deus está no comando, mesmo sabendo que só querer ir ao encontro de Jesus não é o suficiente, pois podemos afundar. Precisamos com confiança caminhar com os olhos fixos em Cristo. Com a intercessão da Sagrada Família de Nazaré, a bênção de Deus sobre todas as famílias, fonte de vocações. Amém! Parabéns a todos os papais.

Leitura Diária

Dia 14 (São Maximiliano Maria Kolbe): Dt 10,12-22; Sl 147(147B); Mt 17,22-27

Dia 15: Dt 31,1-8; Dt 32,3-4a.7.8.9 e 12; Mt 18,1-5.10.12-14

Dia 16: Dt 34,1-12; Sl 65(66); Mt 18,15-20

Dia 17: Js 3,7-10a.11.13-17; Sl 113A(114); Mt 18,21-19,1

Dia 18: Js 24,1-13; Sl 135(136); Mt 19,3-12

Dia 19: Js 24,14-29; Sl 15(16); Mt 19,13-15

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Bendita és tu entre as mulheres

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora | 20 de agosto de 2023 – Dia dos Religiosos

Leituras: Ap 11,19a;12,1-6a.10ab; Sl 44(45),10bc.11.12ab.16; 1Cor 15,20-27a; Lc 1,39-56

Celebramos um dos dogmas marianos: a Assunção de Nossa Senhora aos céus. Maria é aquela que acreditou na Palavra de Deus e aceita, de todo o seu coração, a Sua proposta, tornando-se a Mãe de Deus. Antes de entrar propriamente na história de Maria, devemos ter em mente a história de Isabel e Zacarias, que nos apresenta um breve resumo de toda a história da promessa de Deus no Antigo Testamento. Deus se apresenta como Aquele que dá a vida, vencendo a esterilidade e a morte e, a partir disso, essa promessa de vida se cumpre em Maria. Esse cumprimento só acontece a partir de Maria ter dito “sim” à Palavra Divina.

À ESPERA DO ENCONTRO DO AMOR

O Evangelho de hoje nos apresenta um encontro entra duas mulheres grávidas, que podem representar a “espera da humanidade”. Espera essa por Aquele que é “o Esperado”. Isabel que está grávida de João Batista, representa toda uma humanidade que espera a redenção divina pré-anunciada no Antigo Testamento. Maria que está grávida de Jesus, traz em seu ventre, o Redentor da humanidade.

O contexto do Evangelho é o seguinte: Maria acabara de receber o anúncio do anjo de que seria Mãe do Salvador. Advém junto a ele, a informação de que Isabel, sua parenta de idade avançada, também estava grávida. E então, Maria se põe a caminho para casa de Zacarias, para servir Isabel. O que isso quer nos dizer? Quando nos abrimos a dizer “sim” para os planos de Deus, não ficamos parados, não sentamos num trono julgando sermos superiores aos demais. Ao contrário, quando respondemos assertivamente aos propósitos divinos, somos impelidos à nos colocar a caminho e nos colocar a serviço.

és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42). Esse versículo faz menção ao livro de Judite do Antigo Testamento. A história de Judite relata que quando ela derrota Holofernes, o Sumo Sacerdote Joaquim, com todos os anciãos, vem ao encontro dela e exclamam: “O Senhor te fortaleceu e por isso serás eternamente bendita” (Jt 15,12). Judite foi aclamada como bendita pelo seu feito de derrotar o inimigo, Maria também é aclamada como bendita, pois derrota o inimigo. Como é feita essa relação?

- Estou me dispondo a ouvir a Palavra de Deus e responder meu sim?

Maria é a descendente de Eva, aquela que esmagará a cabeça da serpente. Mas isso não por ela mesma, mas por força de Deus, já que ela escolheu dizer “sim” a Deus e ouvir sua Palavra, indo de maneira contrária a Eva, que resolveu ouvir a serpente. Isabel, ao aclamar Maria como bendita, reconhece a graça de Deus, que operou maravilhas sobre seu povo e proporcionou a Maria, como a toda a humanidade, Jesus Cristo, o Salvador. “Bem-aventurada aquela que creu, pois hão de se cumprir as coisas da parte do Senhor que lhe foram ditas” (Lc 1,45). Diante disso, quem é bem-aventurado, então? Aquele que crê. Por quê? Pois a partir do momento em que crê, começa a ver a história com os olhos de Deus.

- Estou sendo bem-aventurado?

- Quando reconheço minha relação com Deus, meu ego cresce ou eu escolho me diminuir para que Deus seja o foco principal?

A partir do reconhecimento de Maria como bem-aventurada, já que ela ouviu a Palavra do Senhor, então, Maria canta o Magnificat, o canto que se torna o canto de toda a Igreja. Com esse cântico, Maria mostra qual é a realidade aos olhos de Deus, ou seja, a verdadeira realidade. Apresenta uma nova forma de ver a história e a vida.

A visita de Maria à Isabel é uma visita de amor, um sinal do amor. Para além do amor entre duas parentes, existe um significado muito maior: Maria carrega no seu ventre o Deus que ama tanto seus filhos que vai visitá-los. A visita de Maria à sua prima representa uma visita de Deus ao seu povo que O espera. E nesse encontro tem-se o reconhecimento de Deus, que se dignou assumir nossa humanidade.

Isabel percebe que Maria está cheia do Espírito Santo, João Batista pula de alegria no ventre de Isabel ao reconhecer Deus, e assim o Espírito de Deus abrange também Isabel e seu filho. Afinal, “ninguém pode dizer: ‘Jesus é Senhor’, senão sob a ação do Espírito Santo” (1Cor 12,3). Portanto, o reconhecimento de Deus é graça do Espírito Santo que faz algo no nosso íntimo dançar de alegria. O Evangelho de hoje nos apresenta um encontro entra duas mulheres grávidas, que podem representar a “Espera da humanidade” e uma que traz Aquele que é “o Esperado”.

BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES

Movida pelo Espírito Santo de Deus, Isabel exclama: “Bendita

Após Maria ser, de certa forma, elogiada por Isabel, que poderia fazer seu ego subir, ela prefere louvar a Deus. Maria não pensa ser melhor, pois ouviu a Palavra e respondeu assertivamente, mas ao contrário, esvazia-se, reconhece a graça de Deus, e começa a louvá-lo. O louvor, portanto, é a característica básica do amor. Maria reconhece o amor de Deus por ela e pelo povo, e se alegra, pondo-se a cantar. Também nós somos chamados a fazer o mesmo: reconhecer o amor de Deus e com isso, alegrarmos em Deus, cantando a realidade a partir da nossa vida modificada pelo amor de Deus.

Leitura Diária

Dia 21 (São Pio X): Jz 2,11-19; Sl 105(106); Mt 19,16-22

Dia 22 (Nossa Senhora Rainha): Is 9,1-6; Sl 112(113); Lc 1,26-38

Dia 23 (Santa Rosa de Lima): 2Cor 10,17-11,2; Sl 148,1-2.11-13a.13c-14; Mt 13,44-46

Dia 24 (São Bartolomeu): Ap 21,9b-14; Sl 144(145); Jo 1,45-51

Dia 25: Rt 1,1.3-6.14b-16.22; Sl 145(146); Mt 22,34-40

Dia 26: Rt 2,1-3.8-11;4,13-17; Sl 127(128); Mt 23,1-12

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A pergunta que inquieta: “Quem é Jesus?”

21º Domingo do Tempo Comum | 27 de agosto de 2023 – Dia dos Catequistas

Leituras: Is 22,19-23; Sl 137(138),1-2a.2bc-3.6.8bc; Rm 11,33-36; Mt 16,13-20

A busca da autocompreensão é um processo de uma vida. Constantemente ouvem-se afirmações semelhantes a estas: “Eu desconheço esta pessoa”, ou “Eu conheço a tantos anos e ainda me surpreendo”. Justamente porque a clareza sobre o “eu” é uma constante busca e, ao mesmo tempo, lapidação do mesmo.

Quando aplicamos esta pergunta a Deus, exige de nós o mínimo, que é a proximidade. Só é capaz de responder “Quem Deus é” aquele que tem intimidade e proximidade com Ele. É impossível dizer sobre a identidade de alguém sem se aproximar deste, caso contrário, teremos apenas informações de terceiros sobre alguém que, sequer, conheço. Neste contexto, a pergunta de Jesus impacta: “E vós, quem dizeis que Eu sou”? Hoje esta pergunta se dirige a cada cristão.

- Como tenho compreendido as “revelações” da identidade de Cristo?

- A minha compreensão de poder ainda se baseia na vanglória ou no poder-serviço?

nidade. O evangelista aproxima o Jesus terreno com o Filho do Homem. No fundo, a busca pela clareza da identidade de Jesus como Messias também é buscada pelos discípulos. Assim como na montagem de um quebra-cabeça, no qual cada peça é insubstituível e indispensável, a busca pela identidade de Jesus é a soma de várias pequenas revelações feitas por ele aos seus que vão se encaixando, a ponto de apresentar, ao final, quem de fato Jesus é. Cada peça é indispensável!

- Se a pergunta fosse a mim dirigida: “E vós, quem dizeis que Eu sou”? O que eu responderia?

Os discípulos se encontram em Cesaréia de Filipe, um lugar retirado de extrema fragilidade social. Interessante: a partir da “periferia” Jesus instiga os seus a verem quem Ele é.

O EXERCÍCIO DO PODER-SERVIÇO

O profeta Isaías exerce seu ministério profético dentro e em torno de Jerusalém, num período em que a Assíria executava seu plano, pela força, de um império mundial. Isaías tem plena convicção da santidade e o poder real do Deus de Israel. Considera que a opressão ao povo simples é uma ofensa a santidade de Iahweh.

O texto que a Liturgia propõe retirado de Isaías é, de fato, um oráculo contra uma pessoa denominada Sobna, que vem a ser o administrador do palácio, um cargo extremamente importante, tenho do encargo de abrir e fechar as portas da casa do rei, sendo assim um encargo de confiança.

O oráculo contra Sobna se dá pela sua preocupação demasiada em construir para si um túmulo luxuoso, enquanto o povo passa por momento forte de crise. A perda do cargo se dá pela ideia de um abuso de poder exercido por Sobna, que agora é substituído por Eliacim.

O que convém destacar é: a escolha é feita por Deus. Ao mesmo tempo, com a acusação de um poder iníquo e a escolha de outro, é para compreender que o verdadeiro poder é aquele exercido em favor do outro e não em benefício próprio. Aquele que perde esta compreensão vira tirano, postura esta condenada por Deus.

Este elemento é importante, pois a ideia de um “poder serviço” é aplicada no Novo Testamento ao Messias que, servindo, mostra seu poder.

A AUTORREVELAÇÃO DE DEUS

O Evangelista Mateus intenta instruir e exortar a comu-

Vejamos que a pergunta tem dois momentos: “Quem dizem que eu sou”? Dizer o que dizem sobre alguém não implica conhecimento e intimidade, mas apenas ouvidos bons para captar as opiniões. No caso apresentado no Evangelho, são muitas opiniões de quem seja Jesus, indicando ainda uma imagem inadequada de quem é Jesus.

O segundo momento é direto: “E vós, quem dizeis que eu sou”? Visto que os discípulos já obtiveram inúmeras “peças” da identidade de Jesus, agora são desafiados. Seguimento é isto: ter clareza de quem seguimos, porque seguimos, e como seguimos. Para tanto, saber de fato quem seguimos é fundamental, pois, ninguém é capaz de deixar tudo por alguém que não conhece.

Nisto temos a profissão de fé de Pedro. Este se torna pedra de fundamento. A ele é entregue as chaves. As mesmas que em Isaias foram retiradas do administrador iníquo do palácio pela sua perversão diante do poder, agora, no Evangelho, é entregue a Pedro, como aquele que deve compreender o poder como serviço, assim como o Messias fez. Pedro se torna ponto de união da comunidade, porque este serve em primeiro lugar.

Leitura Diária

Dia 28 (Santo Agostinho): 1Ts 1,1-5.8b-10; Sl 149; Mt 23,13-22

Dia 29 (Martírio de São João Batista): Jr 1,17-19; Sl 70(71); Mc 6,17-29

Dia 30: 1Ts 2,9-13; Sl 138(139); Mt 23,27-32

Dia 31: 1Ts 3,7-13; Sl 89(90); Mt 24,42-51

Dia 1º/09: 1Ts 4,1-8; Sl 96(97); Mt 25,1-13

Dia 2/09: 1Ts 4,9-11; Sl 97(98); Mt 25,14-30

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A fidelidade dos discípulos de Jesus

22º Domingo do Tempo Comum | 3 de setembro de 2023 Leituras: Jr 20,7-9; Sl 62(63),2.3-4.5-6.8-9; Rm 12,1-2; Mt 16,21-27

Iniciamos o mês da Bíblia! Ouvir e meditar a Palavra de Deus é o caminho para cultivar a amizade com o Senhor e ser fortalecido na missão de cada dia. A Palavra proclamada nesta Liturgia dominical é um convite para perseverarmos e nos manter fiéis no seguimento de Cristo. Quem reconhece as condições para ser um bom cristão diante deste mundo tão cheio de armadilhas e contradições, certamente estará mais atento para não tropeçar.

OS DESAFIOS DA MISSÃO DO PROFETA

Ser profeta não é fácil. Seguir um profeta também é bastante exigente. Jeremias é um profeta muito verdadeiro e transparente. A leitura proclamada hoje destaca o diálogo emocionante do profeta que se sente abandonado pelo Senhor. Este texto pertence à quinta e última das confissões de Jeremias. Essas “confissões” nos mostram uma situação de crise profunda na vida do profeta. Deus é acusado de o ter seduzido e até o enganado. Mas por que Jeremias acusa o Senhor de forma tão dura?

O que levou o profeta a sentir-se assim foi seu anúncio profético: “A Palavra do Senhor tornou-se para mim fonte de vergonha e de chacota o dia inteiro”. Jeremias denunciou os desmandos dos governantes de seu tempo e as infidelidades do povo. Ele previu o fim trágico da nação e clamou contra a maldade daquela gente, mas não foi ouvido. Pelo contrário, foi objeto de zombaria. Por isso ele se sente fracassado e abandonado por quem o chamou. O que fazer então?

distinguir o que é bom e qual é a vontade de Deus. O senso crítico é importante, mas mais ainda é a autoavaliação e humildade de converter-se e renovar-se no amor de Cristo a cada dia.

COMO TORNAR-SE VERDADEIRO DISCÍPULO DE JESUS

O fato de Jesus “ir para Jerusalém” significa que ele assume conscientemente os riscos de sua missão no anúncio do Reino. Seu triunfo não estará na força ou no poder, mas no amor capaz de carregar a cruz e de oferecer-se para salvar-nos. No diálogo com Pedro, percebemos como tantas vezes também nós temos dificuldades em compreender e aceitar a vontade de Deus. Queremos as coisas mais fáceis e que não nos desafiem tanto. Devemos estar atentos para perceber quantas vezes que também mereceríamos esta repreensão do Senhor: “Tu não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens”.

- Quantas vezes você já se sentiu como o profeta Jeremias? O que acalmou o seu coração?

- Em que você se baseia como critério para ter o melhor discernimento?

- O que para você significa ser discípulo de Jesus? Qual é a “cruz” que mais lhe pesa hoje?

O profeta abre seu coração a Deus e confessa suas fraquezas. Ele desafia o Senhor e espera dele uma resposta. Sabe que nada foi em vão e que Deus é maior do que tudo. Por isso conclui: “Senti, então, dentro de mim um fogo ardente a penetrar-me o corpo inteiro”.

“NÃO

Eis o conselho do apóstolo Paulo quando escreve aos Romanos com o objetivo de encorajar os cristãos ao discernimento em todas as situações. Não é bom que a fé e seu seguimento doutrinal sejam assumidos de maneira cega, irrefletida e sem constante conversão. A partir deste capítulo, esta carta apresenta várias exortações e cuidados sobre a conduta cristã.

O modo de comportar-se possui um valor espiritual, um sentido cultual, com valor de sacrifício que agrada a Deus. As atitudes santificam a vida. O testemunho dos cristãos no mundo manifesta os sinais do Reino de Deus ou não. Para conhecer a vontade de Deus não basta saber as suas leis, os seus mandamentos. Isso pode até ser perigoso e cair no legalismo. O que realmente todos precisamos sempre é o discernimento,

Jesus chama a Pedro de “satanás”, porque ele se opõe ao projeto de Deus. Ele torna-se “pedra de tropeço”, como um empecilho, uma armadilha. Além de exortar a Pedro, Jesus se dirige aos discípulos de todos os tempos. Logo de início Jesus mostra as condições para o seguimento. Seguir a Jesus é adesão pessoal que implica renúncias e comprometimento. “Renunciar a si mesmo” é deixar de lado toda ambição pessoal. Em outros termos, temos aqui a repetição da primeira bem-aventurança: ser pobre. “Carregar a própria cruz” é enfrentar, com as mesmas disposições de Jesus, o sofrimento, perseguição e morte por causa da justiça, dos valores do Reino. É a última bem-aventurança, a dos perseguidos por causa da justiça. Ser discípulo de Jesus, portanto, é reviver a síntese das bem-aventuranças.

Portanto, Jesus orienta seus discípulos sobre as condições de seu seguimento. Ele condena todas as formas de individualismo e soberba. O verdadeiro cristão se revela na sua capacidade de fazer renúncias, de servir com amor e de doar-se a si mesmo pela causa de Cristo.

Leitura Diária

Dia 4/09: 1Ts 4,13-18; Sl 95(96); Lc 4,16-30

Dia 5/09: 1Ts 5,1-6.9-11; Sl 26(27); Lc 4,31-37

Dia 6/09: Cl 1,1-8; Sl 51(52); Lc 4,38-44

Dia 7/09: Cl 1,9-14; Sl 97(98); Lc 5,1-11

Dia 8/09 (Natividade de Nossa Senhora): Mq 5,1-4a; Sl 70(71); Mt 1,1-16.18-23

Dia 9/09: Cl 1,21-23; Sl 53(54); Lc 6,1-5

VOS CONFORMEIS COM O MUNDO, MAS TRANSFORMAI-VOS”
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“Não como estranhos ou simples espectadores”

A Diocese de Toledo, em sintonia com a Igreja do Brasil, assumiu como prioridade o Pilar do Pão que nos faz voltar para a Liturgia e sua espiritualidade. E, sendo a missa um ato tão importante na vida da comunidade cristã, foram gravados 57 vídeos que estão disponibilizados para nossas comunidades. Aproveitando tal iniciativa vamos tratar da Celebração Eucarística para torná-la mais conhecida, vivida, participada e amada.

Como não se pode compreender bem a Eucaristia sem ter presente o conjunto de seus ritos, vamos abordar ao longo de várias edições, os ritos iniciais, a Liturgia da Palavra, a Liturgia Eucarística e os ritos finais, analisando cada um de seus elementos mais significativos.

Antes de tratarmos da celebração propriamente dita, existem alguns elementos anteriores à celebração que são importantes para bem celebrar e que, por vezes, nem sempre são valorizados em nossas comunidades.

ACOLHIDA DO POVO NA PORTA

Elemento nem sempre presente em nossas comunidades, mas que tem demonstrado grande eficácia naquelas que dele fazem uso, é o gesto simples, mas significativo, de alguns membros da equipe de celebração acolherem os fiéis que vêm à missa, já na porta da igreja, dando-lhes as boas-vindas ao chegar na casa da comunidade.

O gesto da acolhida é um elemento carregado de simbolismo. Acolher quem chega para a celebração é reconhecer o valor de cada pessoa que vem para a celebração, manifestando que todos e todas, sem exceção, são importantes diante de Deus e da Igreja.

“Ninguém vai para assistir a missa, como bem nos recorda o Concílio Vaticano II: ‘Que os fiéis estejam presentes a este mistério, não como estranhos ou simples espectadores, mas como participantes conscientes, piedosos e ativos’”. (SC, nº 48)

Mas não podemos esquecer que quem chega não é acolhido em nome dos que estão exercendo tal ministério, pois é sempre Deus quem convoca o povo, sendo Cristo aquele que acolhe e se une aos fiéis para, com eles, elevar ao Pai o seu supremo culto. Quem acolhe os irmãos na porta da igreja, realiza um ministério importantíssimo.

Dessa forma, quando acolhemos quem chega para a celebração, estamos sendo instrumentos de Cristo, o verda-

deiro acolhedor. Quando recebemos os fiéis, além de ser sinal de boa educação, é uma forma de demonstrar alegria pela presença de quem chega e incentivo a participação nos gestos, nos cantos e respostas da celebração. Este é um elemento importante que deveria ser redescoberto e valorizado em nossas comunidades. Infelizmente, porém, constatamos que são poucas as comunidades que realizam tal gesto.

O acolhimento dos irmãos e irmãs, porém, não é tarefa fácil, pois envolve contato direto e diversificado com quem chega e nem todos possuem os requisitos necessários para realizá-lo. Acolher é um dom e exige humildade e simplicidade, espírito de sacrifício, alegria verdadeira, abertura para com o desconhecido e o inesperado e, sobretudo, amabilidade nos gestos e constante afeição diante do outro. Somente quem gosta de se relacionar com pessoas e sente-se bem em acolher o próximo deveria exercer este ministério.

Outro detalhe importante é que a acolhida para os que chegam não se reduz somente a quem está na porta da igreja, mas compete a todos da comunidade. E não somente nas celebrações, mas em todos os demais contextos da vida da comunidade.

ENTRADA NO CLIMA CELEBRATIVO

Uma vez que os que chegam já foram bem recebidos e encontram-se reunidos no interior da igreja, a comunidade está, segundo a compreensão de muitos, preparada para celebrar a Eucaristia. Mas,

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A acolhida é um gesto de proximidade entre irmãos na fé
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Liturgia

necessita-se ainda criar o clima para a ação litúrgica ou, em outras palavras, compor o ambiente para a celebração que a comunidade vai realizar. Trata-se de algo de grande utilidade, mas que algumas vezes e em certos lugares tem passado despercebido. Na verdade, tal falha pode comprometer a própria compreensão e participação da missa por parte do povo.

Sempre se faz necessário um tempo de passagem, durante o qual somos introduzidos nos vários lugares e nas várias atividades que realizamos. Não se pode trocar de situação de uma hora para a outra, sob pena de não nos situarmos satisfatoriamente nos variados ambientes e de não produzirmos o quanto poderíamos produzir. Ninguém pode entrar num momento de oração ou celebração sem ter sido bem preparado para tal. O povo, proveniente das diversas regiões da cidade e trazendo consigo as mais variadas preocupações, precisa se tornar povo celebrante, capaz de participar inteiramente da ação litúrgica. E isso só se alcança com a preparação da assembleia.

Portanto, após ter chegado à Igreja e nos poucos minutos que antecedem a entrada do sacerdote e dos ministros, o povo deve receber uma preparação imediata em vista da celebração. Isso naturalmente exige que os fiéis se conscientizem da necessidade de chegar à Igreja momentos antes de começar a missa, pois não se pode preparar quem chega em cima da hora ou, pior ainda, quem costuma chegar atrasado.

A maneira mais simples e eficaz de se preparar para a missa é guardando um suficiente tempo de silêncio. Neste momento, por exemplo, pode-se proceder ao ensaio de um ou outro canto, para facilitar a sua execução no decorrer da celebração. Caberia também aqui uma comunicação sobre algum aspecto do tempo litúrgico no qual a comunidade se encontra ou do acontecimento fundamental que o grupo vai recordar na ocasião ou ainda de algum gesto concreto a ser ressaltado. Tudo isso, porém, com muita brevidade, para não cansar os fiéis, não atrasar a missa e não atrapalhar o desenvolver da ação litúrgica.

A MISSA JÁ COMEÇA EM CASA

A missa só é possível porque quem vai “celebrar” resolveu sair de casa e se

“É por causa de Deus que saímos de nossas casas, deixamos nossas ocupações. Viemos para adorar, para louvar e agradecer. Viemos para ouvir sua Palavra e suplicar pelo alívio de nossos sofrimentos e pela vinda do Reino entre nós. Viemos para anunciar a morte do Senhor até que Ele venha e para proclamar a ressurreição. Viemos para ser por Ele revestidos da força do alto e enviados em missão, voltando de onde viemos: nossa casa, nossas convivências, o trabalho, a vida em sociedade”.

dirigir para o lugar do encontro. Lembre-se que todos “celebramos” a missa e não somente o padre, que é aquele que “preside”. Ninguém vai para assistir a missa, como bem nos recorda o Concílio Vaticano II: “Que os fiéis estejam presentes a este mistério, não como estranhos ou simples espectadores, mas como participantes conscientes, piedosos e ativos” (SC, nº 48). E aprofunda: “É preciso que os fiéis se aproximem dela com as melhores disposições interiores, que seu coração acompanhe sua voz, que cooperem com a graça do alto e não a recebam em vão” (SC, nº 11). Portanto, a missa já começa em casa, com a decisão pessoal de cada um de nós: “Vou à missa”!

O caminho que percorremos para chegar ao lugar da celebração representam os tantos passos dados durante a semana que passou: nossa caminhada pessoal e pastoral; trabalho que reali-

zamos em casa, no campo, na cidade e tantos outros passos dados ao longo de toda a semana.

Ao entrar pela porta, a realidade que vivemos entra junto conosco para a celebração. Mas é bom prestar atenção à porta. Por ela entramos no recinto sagrado. Transpondo essa fronteira, esse limiar, reconhecemos que toda realidade, toda a nossa vida, tudo o que existe e que está de alguma forma presente em nós tem uma direção, tem um ponto de referência, tem um ponto de chegada, que é Deus.

Aliás, foi Deus quem nos convocou, quem nos chamou. É em nome dele que nos reunimos: “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. É a Trindade que nos acolhe, pelo ministério da equipe de acolhimento e pelo presidente da assembleia que diz: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam com vocês!”. É por causa de Deus que saímos de nossas casas, deixamos nossas ocupações. Viemos para adorar, para louvar e agradecer. Viemos para ouvir sua Palavra e suplicar pelo alívio de nossos sofrimentos e pela vinda do Reino entre nós. Viemos para anunciar a morte do Senhor até que Ele venha e para proclamar a ressurreição. Viemos para ser por Ele revestidos da força do alto e enviados em missão, voltando de onde viemos: nossa casa, nossas convivências, o trabalho, a vida em sociedade.

Embora a missa dependa de uma decisão pessoal, ela não é uma ação individual e muito menos individualista. Para celebrar a missa, somos chamados a constituir a assembleia litúrgica, a formar juntos um corpo comunitário, que ora, adora, bendiz, oferece e canta a uma só voz, a uma só alma, a um só coração.

Os ritos iniciais da missa são o momento para juntos buscarmos e criarmos esse entrosamento, no Espírito de Jesus. A assembleia vai se estruturando como um corpo: procura agir em conjunto, em que cada pessoa assume seu lugar, situando-se corretamente perante Deus e em relação às outras pessoas. Mas esse é um assunto para nosso próximo artigo.

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49 Liturgia
A missa só é possível porque quem vai celebrar resolveu sair de casa e se dirigir para o lugar do encontro

As finanças na vocação familiar

No artigo da Coluna EFV deste mês iremos perceber o que têm a ver as finanças com a Vocação Familiar. Para contextualizar nossa reflexão precisamos levar em consideração dois aspectos fundamentais: um teológico-eclesial e outro socioeconômico. Estamos vivendo mais um Ano Vocacional no Brasil, cujo tema é “Vocação: Graça e Missão”, com o lema “Corações ardentes, pés a caminho”, inspirado no Evangelho de Lucas, a história dos discípulos da cidade de Emaús que voltando pra casa tristes e abatidos pela morte do mestre em Jerusalém, foram surpreendidos no caminho por um estrangeiro que fez o percurso com eles, p erguntou e se interessou sobre o que eles estavam vivendo, como interpretavam aqueles acontecimentos, e aos poucos foi lhes explicando o que as Escrituras diziam sobre o Messias/ Cristo (cf Lc 24,32-33). Chegando perto da casa os discípulos convidaram este andarilho a permanecer ali porque já era tarde e a noite estava chegando. O homem do caminho permaneceu ali e durante o jantar ao dar graças à Deus pelo pão, pela vida e pelo caminho partilhado, aqueles homens tristes e desanimados reconheceram que era Jesus que estava partindo o pão. Ali estava o Mestre que fez o caminho junto com eles. E, diziam um para o outro: “Não ardia nosso coração quando no caminho ele nos explicava as Escrituras”? Então, eles se colocaram a caminho (em missão) para anunciar o encontro com o Ressuscitado que fez o caminho com eles, sentou-se à mesa e partiu o pão (vida nova).

“SE FIZERDES ISSO E PRATICARDES, FELIZES SEREIS”

“Se fizerdes isso e praticardes, felizes sereis” (Jo 13,17), disse Jesus após lavar os pés de seus discípulos e

pedir para que façam o mesmo entre si. De maneira muito sábia, a Igreja diz que a vocação à vida familiar é um chamado a viver na “comunidade de vida e amor”, igreja doméstica, escola da misericórdia, célula mater (mãe/ vital) da sociedade. Sendo assim, nas famílias temos a oportunidade de experimentar desde já as primícias do Reino de Deus, a presença de Deus, na alegria, na partilha, solidariedade, justiça, respeito, igualdade entre os membros, generosidade, no perdão, reconciliação e gratuidade. Ali, no culto familiar, que têm suas fontes na Tradição judaico-cristã (reforma e movimento deuteronômico), as pessoas experimentam a liberdade dos filhos de Deus, e estão incluídos nesta dinâmica os estrangeiros, as viúvas e órfãos, isto é, os mais vulneráveis. Todos necessitam serem acolhidos, servidos. Nisso consiste a perfeita alegria, no serviço mútuo, para que não haja necessitados entre nós. Este é o projeto de nação –família de famílias para a Tradição do Antigo Israel, que posteriormente será

elevada até às últimas consequências com Jesus de Nazaré em sua pregação e instauração do Reino de Deus, do qual os apóstolos são testemunhas (cf. At 4,34).

Desta compreensão mais profunda e originária da Vocação, o chamado a sermos Povo de Deus, conjunto de famílias, comunidade de fé, pertencentes e habilitados pela força do Espírito Santo a sermos Família de Deus, as famílias reais, com suas luzes e sombras, alegrias e tristezas, limites e possibilidades, precisam aprender a lidar com as situações reais de seus contextos. Isso requer da Igreja um acompanhando cordial, humilde, em vista de uma integração, fruto de um contínuo diálogo e discernimento comunitário (cf. Amoris Lætitia, sobre o Amor na Família, capítulo VIII, 2016).

“O DINHEIRO DEVE SERVIR E NÃO GOVERNAR”

“O dinheiro deve servir e não governar” (EG, nº 58) talvez esse seja um princípio basilar para que, na vocação

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As finanças devem estar à serviço da vida de qualidade que as famílias desejam viver

familiar, as finanças comecem a ter o valor devido: o serviço/servir. Neste ponto é que os dois temas se tocam, Finanças e Vocação, e ambos dizem respeito a esta dimensão humana e cristã que é o serviço. Certamente, em ambos os temas em questão, para enxergá-los e vivê-los sob a ótica do serviço, requer de nós uma conversão sincera, que pode ser chamada de ressignificação, ou reforma, isto é, mudar a forma de tratar as finanças e a vocação.

Por vezes ao falar de vocação automaticamente, no senso comum, pensamos em padre e freira. Porém, este é um tema muito mais amplo que não exclui estas duas vocações específicas, mas também não o resume. Tal qual as finanças, não se refere única e exclusivamente ao mercado financeiro, bolsa de valores, investimentos e siglas difíceis de entender, é algo mais amplo e ao mesmo tempo simples que deve estar à serviço da vida e não ao contrário.

Nas famílias brasileiras, muitas vezes, as finanças não estão a serviço, haja vista os altíssimos índices de endividamento, de divórcios, desentendimentos, desavenças, desânimos motivados pelo estresse financeiro. Há os que têm uma relação saudável com suas finanças, os que conseguem uma renda mínima para sobreviver, alguns poucos investem e são fiéis nos controles, orçamentos e planejamentos financeiros. Porém, a economia atual, tal como está constituída é fruto do individualismo que gera injustiças e consequentemente desigualdades. O Papa Francisco chama o que mantém essa economia “que mata, exclui, devasta e desumaniza” de globalização da indiferença e da cultura do descarte (cf. Evangelii Gaudium, Alegria do Evangelho, nº 52-75). Por isso, é preciso Realmar a Economia atual,

“Portanto, as finanças devem estar à serviço da vida de qualidade que as famílias desejam viver, pois toda família sonha em viver bem, com dignidade, respeito, com o necessário e suficiente para desenvolverem suas habilidades e criatividade, para poderem sentar-se à mesa juntos e desfrutarem do pão partilhado, fruto do suor e do trabalho digno, bem remunerado, com perspectiva de futuro, com uma aposentadoria digna, com saúde para gastar energia com a convivência familiar, na interação mútua”.

reconstruir essas relações, tendo como bússola a dignidade humana e a ecologia integral.

Diante destas crises sociais, econômicas, ambientais, culturais e sobretudo ética, que estamos enfrentando, os cenários de incertezas, instabilidades, inseguranças provenientes de um estilo de vida consumista onde cada um busca seu próprio lucro a todo custo, passando por cima dos demais, as famílias são fortemente afetadas, e, diante de tudo isso, nosso amigo e amiga leitor pode estar se perguntando: “Como vou melhorar minha relação com as finanças”? O que fazer?

DIMENSÃO FINANCEIRA

Na Vocação Familiar existem muitas situações que precisamos aprender a lidar, entre elas está a dimensão financeira, que é uma entre outras, não absoluta, porém transversal que toca diversas áreas da vida humana. Diante das questões financeiras vive-se ora frustrações, dívidas, brigas, confusões, desentendimentos, ora satisfação, júbilo, conquistas, realização e sucesso. Entre os altos e baixos da vida, as incertezas e instabilidades, causadas por tantos fatores internos e externos, como desemprego, baixa renda, violências financeiras (patrimoniais), inflação, juros altos, consumo compulsivo, escassez, fome,

trabalho escravo, golpes financeiros, corrupção, sonegação de imposto, superendividamento, analfabetismo digital, nisso tudo estão nossas famílias buscando sua sobrevivência e uma vida de qualidade.

Como uma contribuição que possa auxiliar vocês leitores neste caminho de ressign ificação e reforma, é que mensalmente o EFV compartilha conteúdos que conduzem a uma formação humana integral, seja aqui nesta Revista Cristo Rei, ou nos podcasts que podem ser achados facilmente nas redes sociais (@edufinvida – Educação Financeira para a Vida).

Mas, de forma sintética talvez poderíamos apontar um primeiro passo para que as finanças na vocação familiar sejam bem vividas: a comunicação não violenta, isto é, ao abordarmos o tema dinheiro/finanças em casa, não partirmos de acusações mútuas, elevar a voz, ser fiscal e juiz do outro, mas se interessar, sonhar juntos, dialogar, e tudo isso nasce de uma escuta caritativa, atenta, empática às necessidades de cada membro da família.

Portanto, as finanças devem estar à serviço da vida de qualidade que as famílias desejam viver, pois toda família sonha em viver bem, com dignidade, respeito, com o necessário e suficiente para desenvolverem suas habilidades e criatividade, para poderem sentar-se à mesa juntos e desfrutarem do pão partilhado, fruto do suor e do trabalho digno, bem remunerado, com perspectiva de futuro, com uma aposentadoria digna, com saúde para gastar energia com a convivência familiar, na interação mútua. Para que tudo isso não seja mera utopia, precisamos assumir um processo de conversão pessoal, familiar, estrutural, social, cultural, econômico, eclesial, na firme esperança que o Senhor nos deu: “Eis que estarei convosco até o fim dos tempos (Mt 28,20)”, “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5) e “Vejam, estou fazendo uma coisa nova! Ela já está surgindo! Vocês não percebem”? (Is 43,19).

Lembrem-se sempre: Educação Financeira é Educação para a Vida!

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Ana Carolina Alves e Augusto Martins Equipe Educação Financeira para a Vida

Como celebraremos a Semana Nacional da Família 2023?

Caríssimos leitores, o mês de agosto é celebrado na Igreja como o Mês das Vocações, recordando que Deus chama as pessoas para servirem a Igreja de diferentes modos, ou seja, todos nós recebemos o chamado de Deus e, de acordo com nosso desejo, respondemos a este chamado colocando nossos dons e carismas a serviço da vocação. Assim, neste mês recordamos as vocações sacerdotal (1º Domingo), familiar (2º Domingo), religiosa (3º Domingo) e leiga (4º Domingo) e na semana após celebrarmos a vocação familiar, nós vivenciamos a Semana Nacional da Família.

Como estamos no Ano Vocacional, a Semana Nacional da Família deste ano nos ajudará a refletir a família como o celeiro das vocações, trazendo presente a reflexão ligada ao tema do Ano Vocacional. Neste ano o tema é “Família, fonte de vocações”, tendo como lema o mesmo lema do Ano Vocacional: “Corações ardentes, pés a caminho”. Segundo D. Ricardo Hoepers, ex-presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, “quanto mais nossas famílias compreenderem a importância de cultivar dentro dos lares os valores cristãos, mais veremos surgir vocações para servir toda a Igreja”.

A intenção fundamental das atividades que realizaremos neste ano durante a Semana Nacional da Família é promover a reflexão, a oração e recordar, fundamentalmente, como dito acima, que a família é o celeiro das vocações e, portanto, é nela que devemos investir para que se torne protagonista na promoção das vocações em nosso País.

Para o secretário executivo da

“O desejo que trazemos dentro de nossos corações é que todos sejam fortalecidos e aquecidos pelo amor e pela paixão de nos sentirmos a caminho com o Cristo do nosso lado. Mas que nossos pés conduzam os passos das novas gerações, indicando o caminho da fé, da esperança e da caridade”.

Comissão Nacional da Pastoral Familiar, Pe. Crispim Guimarães, é nas famílias que as vocações precisam ser trabalhadas: “Cada família deve proporcionar para que seus membros descubram aquele chamado que Deus, no seu infinito amor, colocou no íntimo de cada coração e que é a única possibilidade de vida feliz. Quem não descobre sua vocação

não terá um coração alegre e realizado”! “É importante que as famílias se preocupem com a profissão de seus membros, mas antes, que se debrucem sobre a vontade de Deus para com cada pessoa na família. Proporcionar que, especialmente as crianças e os jovens, sintam o chamado de Deus, seja ao Matrimônio, ao Sacerdócio ou à vida religiosa, o chamado foi Deus que fez, ninguém tem o direito de interferir nele, mas de facilitar sua descoberta”, sinaliza Pe. Crispim. Ainda estamos vivenciando o processo sinodal em nossa Igreja, cujo objetivo principal é recordar que todos somos chamados à comunhão, participação e missão. No seio familiar, Igreja doméstica, com suas alegrias e tristezas, com seus dons e suas fragilidades também devem ser motivadoras estas características, já que é no seio delas que Deus chama as diferentes vocações para servir a Igreja, na multiplicidade de carismas a serviço da missão. Desta forma, quanto mais nossas famílias compreenderem a importância de cultivar dentro dos lares os valores cristãos, mais veremos surgir vocações para servir toda a Igreja.

O desejo que trazemos dentro de nossos corações é que todos sejam fortalecidos e aquecidos pelo amor e pela paixão de nos sentirmos a caminho com o Cristo do nosso lado. Mas que nossos pés conduzam os passos das novas gerações, indicando o caminho da fé, da esperança e da caridade. Nossas crianças, adolescentes e jovens precisam de referenciais para descobrir o chamado e a família deve ser sempre o apoio que vai dar o suporte para os filhos realizarem a

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Familiar
A Sagrada Família de Nazaré seja luz para esta Semana Nacional da Família

vontade de Deus com os corações ardentes e os pés a caminho (Lc 24,32-33).

Assim, com nossas reflexões e atividades realizadas nesta tão bela semana, nos unimos à Igreja do mundo todo e também à Igreja de nosso País que, mundialmente vive o Sínodo da sinodalidade e à nossa Igreja brasileira que celebra aos frutos do Ano Vocacional, fortalecendo, deste modo, nossas famílias nos vínculos de amor e de fecundidade vocacional.

Pe. Crispim nos faz um importante pedido: “Nunca deixemos de semear, nunca deixemos de falar sobre a alegria de responder sim a Deus, nunca deixemos de ir ao encontro daqueles que precisam ser ajudados no discernimento, nunca esqueçamos sua Messe. Temos esse compromisso ainda maior na Semana Nacional da Família, plantemos amor e fé em nossas famílias e Deus irá fazer crescer e frutificar vocações para toda a Igreja”.

Para ajudar as reflexões da Semana Nacional da Família, a Comissão Nacional da Pastoral Familiar elabora o subsídio chamado “Hora da Família”, no qual a reflexão está dividida em sete encontros e uma celebração específica para o Dia dos Pais – cada um conta com dicas para preparar este momento, inclusive com a participação das crianças. Lembrando aos agentes da Pastoral Familiar e comunidades que as sugestões, podem ser aprimoradas ou adaptadas conforme a sua realidade local.

OPORTUNIDADE DE UM BELO TRABALHO

Além das propostas feitas pela coordenação diocesana da Pastoral Familiar, cada comunidade terá também suas propostas para realizar um belíssimo trabalho em torno da valorização da Família. É importante que cada um de nós nos empenhemos para participarmos e refletirmos juntos sobre o valor da família para a sociedade e para o mundo, pois estamos cada vez mais convencidos de que o futuro da humanidade depende do bem-estar da família. O mundo será mais santo à medida que construímos a santidade no seio de nossas famílias.

Confira os temas e as sugestões

Dia dos Pais – A vocação de ser pai

Preparação: ter a imagem de São José, fotos de figuras masculinas que representam a paternidade: pai e avôs. Além disso, preparar uma Bíblia e uma vela. Neste dia também a Coordenação Diocesana da Pastoral Familiar propõe um pequeno rito para marcar a abertura desta tão importante semana, a ser executado no início da celebração da comunidade.

1º Encontro – Vocação: graça e missão

Preparação: Ter imagens de Santos para lembrar que, ao descobrir a vocação a pela graça recebida, abraçaram a missão. Além disso, ter a Bíblia aberta em Mc 3,13-19, uma vela (para lembrar a luz de Cristo) e sandálias ou um cajado (para lembrar a missão).

2º Encontro – Chamados a ser povo de Deus

Preparação: Uma mesa revestida de uma toalha branca, uma vela, uma imagem da Sagrada Família, foto de pessoas em uma missa e a Bíblia.

Para as crianças: Distribuir livros ou artigos infantis sobre o chamado de Deus à Abraão. Ler e explicar a história do povo de Deus.

3º Encontro – Vocação dos discípulos missionários

Preparação: Uma mesa revestida de uma toalha branca, uma vela, uma imagem de Santa Teresinha, foto de pessoas em missão em casa, na comunidade e fora do país.

Para as crianças: (A fé sem obras é morta) três copos com água e três comprimidos efervescentes. Explique que os comprimidos efervescentes são a nossa fé, os copos com água são as pessoas. (Desenvolvimento da ação está no Hora da Família)

4º Encontro – Vocação: resposta de amor

Preparação: Uma mesa, toalha, vela, flo-

Desejo a todas as equipes da Pastoral Familiar que, em conjunto com as pastorais e movimentos de nossa Diocese, realizem um bom trabalho e, consequentemente, colhamos os bons frutos de novas e santas vocações no seio de nossas famílias. Que

res, a Bíblia em destaque e uma imagem da Sagrada Família (ou outro santo de devoção, como o padroeiro da comunidade, por exemplo).

Para as crianças: Cartolina e pincel atômico. A cartolina já pode conter previamente o traçado de um caminho que chegará a uma Bíblia aberta com uma cruz (desenvolvimento está no subsídio Hora da Família).

5º Encontro – Vocação: servir com alegria

Preparação: Em um ambiente organizado e acolhedor, a família que conduzirá o encontro recebe a todos com amor e alegria, como sinal de uma comunidade vocacionada que comunica o bálsamo da misericórdia e amor do Pai.

Para as crianças: Alguém fala com as crianças sobre a alegria de servir as pessoas, com “atos de amor” (gestos e ações) ao próximo. Pode-se destacar, entre outros: a visita de Maria à sua prima Isabel (grávida); a lavagem dos pés dos discípulos feita por Jesus. Após isso, as crianças podem falar sobre os seus “atos de amor” com os amiguinhos ou em família.

6º Encontro – Jesus chama para permanecer com Ele

Preparação: O ambiente deve ser preparado com carinho e simplicidade, poderá conter Bíblia, cruz ou imagem da Sagrada Família, vela e fotos de momentos especiais da família acolhedora, fotos dos Sacramentos, da paróquia à qual pertencem, demonstrando assim unidade da família com Jesus e a Igreja.

7º Encontro – Vocação é graça que une chamado e resposta

Preparação: Deve ser feita pela família: pais, filhos e quem mais morar na casa. Sugere-se chamar os vizinhos ou amigos da paróquia, grupo da Pastoral Familiar ou movimentos. Este encontro também pode ser realizado on-line ou somente pelos membros da casa, se não estiverem ainda inseridos em comunidades.

a Sagrada Família de Nazaré abençoe todos os trabalhos e todas as nossas famílias.
FAMILIAR Ano XXVII - nº 294 - Agosto de 2023 55
Pe. Nelton Hemkemeier Assessor diocesano da Pastoral Familiar

O despertar das vocações

A vocação sacerdotal é considerada um chamado especial e uma forma de resposta ao chamado de Deus para servir os outros e levar o Evangelho a todas as pessoas. Os sacerdotes desempenham um papel fundamental na vida da Igreja, guiando, ensinando, consolando e administrando os Sacramentos, ajudando os fiéis em sua jornada espiritual e proporcionando apoio e orientação em momentos de alegria e dificuldade.

A Pastoral da Juventude desempenha um papel significativo na vida sacerdotal de muitos jovens que desejam seguir a vocação religiosa. A Pastoral da Juventude tem como objetivo evangelizar e promover o desenvolvimento integral dos jovens, ajudando-os a crescer espiritualmente, desenvolver suas habilidades de liderança e se engajar em ações pastorais e sociais.

Existem várias maneiras pelas quais a Pastoral da Juventude pode ser importante na vida sacerdotal: 1) Discernimento vocacional; 2) Formação humana e espiritual; 3) Comunidade e apoio; 4) Oportunidades de liderança; 5) Evangelização e serviço.

Diante desses levantamentos, é importante frisar que o Pe. Roberto Lopes, assessor diocesano da Pastoral da Juventude, antes de entrar para o seminário e iniciar sua vida sacerdotal, esteve presente em um grupo de jovens da PJ. Levando isso em consideração, apresentamos o depoimento sobre o despertar de sua vida sacerdotal.

Como a Pastoral da Juventude influenciou e influencia até hoje na sua vida sacerdotal? “Primeiramente, quero deixar claro que a minha vocação iniciou bem antes de conhecer um grupo de jovens, pois ainda muito criança eu já dizia que queria ser padre. Lembro que eu ia para missa junto com minha mãe e meus irmãos e ficava encantado quando o padre dizia: ‘Oremos’. De algu-

ma maneira aquela palavra tocava mais forte no meu coração. Também me chamava a atenção a roupa branca que o padre usava. Eu ficava pensando em um dia poder usar uma roupa daquelas e celebrar uma missa. Então, com esta motivação, à noite, antes de dormir, eu rezava e pedia a Deus que me desse a vocação para ser padre. Esta oração durou alguns anos da minha infância. Porém, na fase da adolescência comecei a me questionar se era isto mesmo que eu queria. Então, minha oração mudou um pouco, de modo que eu não pedia mais de modo tão direto para ser padre, mas que Deus me iluminasse para eu fazer a melhor escolha”.

“O tempo passou e eu parei de falar que queria ser padre. Foi aí que o grupo de jovens foi importante, pois quando comecei a participar do grupo, gradativamente foi despertando em mim aquela motivação da infância. Então, posso dizer que a Pastoral da Juventude me ajudou a recuperar algo que estava meio adormecido. Penso que a convi-

vência no grupo me fez experienciar aquilo que é básico na Igreja: o acolhimento e o sentimento de pertença. É como se o grupo de jovens fosse uma igreja em miniatura, um espaço onde todos são ouvidos, onde as opiniões são respeitadas, mas onde todos olham para a mesma direção, seguindo o mestre que é Jesus Cristo. O grupo de jovens é uma escola de convivência e uma oportunidade de protagonismo. A participação no grupo de jovens e o envolvimento na Liturgia da minha comunidade me fazia sentir muito bem, a ponto de me perguntar novamente se não seria isto que eu queria: dedicar a minha vida em tempo integral para a Igreja! Foi com esta motivação que tomei a decisão de entrar no seminário.

A Pastoral da Juventude influencia até hoje a minha vida sacerdotal, primeiramente através dos amigos que fiz ao longo dos anos, e que permanecem até hoje, sobretudo neste tempo em que estou como assessor diocesano. Em segundo lugar, a metodologia da Pastoral da Juventude me influencia no modo como procuro lidar

Ano XXVII - nº 294 - Agosto de 2023 56 Juventude
Pe. Roberto no exercício de seu ministério presbiteral Ordenação presbiteral do Pe. Roberto em 2003 Camila Paulino

com as diversas pastorais e movimentos dentro da paróquia na qual eu me encontro, seja ela qual for”.

O que te motivou a escolher a Pastoral da Juventude? “Quando entrei no grupo de jovens pela primeira vez o que me motivou foi o convite que fizeram e a busca por um espaço de convivência com outros jovens, o que me daria a oportunidade de fazer novas amizades e crescer na fé. Vários anos depois, quando fui ordenado padre me coloquei à disposição do bispo para assessorar a Pastoral da Juventude devido a esta base que eu tive no grupo de

“O grupo de jovens é uma escola de convivência e uma oportunidade de protagonismo. A participação no grupo de jovens e o envolvimento na Liturgia da minha comunidade me fazia sentir muito bem, a ponto de me perguntar novamente se não seria isto que eu queria: dedicar a minha vida em tempo integral para a Igreja! Foi com esta motivação que tomei a decisão de entrar no seminário”.

jovens e porque eu gostaria de ajudar esta Pastoral de alguma forma. Além disso, nesta época o cargo de assessor diocesano da Pastoral da Juventude estava vago e necessitava de alguém que assumisse”.

O que te faz estar na Pastoral da Juventude até hoje? “Já estou como assessor diocesano da Pastoral da Juventude há 20 anos. É bastante tempo! Várias pessoas que batizei quando bebês hoje são jovens. Por um lado, parece que nem vi o tempo passar, por outro, sinto certa preocupação por ainda permanecer, pois atualmente não consigo dedicar a esta Pastoral o mesmo tempo que dediquei nos anos iniciais de meu ministério. Ainda estou porque ainda me sinto acolhido. Além disso, penso que ainda estou nesta Pastoral, mesmo sem muita atuação, porque ao longo dos anos conseguimos formar uma equipe de assessores leigos que procuram dar o suporte que a PJ precisa. Em resumo, a Pastoral da Juventude influencia a escolha pela vida sacerdotal

ao oferecer um ambiente propício para o discernimento vocacional, testemunhos inspiradores, formação integral, criação de uma comunidade de fé e amizade e oferta de oportunidades concretas de serviço e missão. Esses elementos combinados podem despertar e fortalecer o desejo dos jovens de se dedicarem à vida sacerdotal”.

Juventude
Flávia Barbosa Coordenadora Diocesana da Pastoral da Juventude Pe. Roberto faz apresentação com violino no auditório da PUCPR, em Toledo

Catequista por vocação

Neste mês de agosto celebramos todas as vocações, entre elas a vocação de catequista. O que significa dizer “Catequista por vocação”? Poderíamos dar vários exemplos de expressões semelhantes: “Professor por vocação”, “Caminhoneiro por vocação”, “Médico por vocação”. Quando utilizamos estas expressões fica claro que estamos ressaltando o modo positivo como esta ou aquela pessoa realiza a sua função ou o seu trabalho. Uma pessoa que faz o que faz por vocação é diferente daquela que o faz somente por necessidade ou por algum interesse egoísta. Quando alguém é mal atendido por um profissional, seja ele quem for, costuma dizer que aquele profissional não tem vocação. É o mesmo que dizer que ele não está feliz na sua função. Portanto, sentir-se realizado naquilo que faz é sinal de vocação.

Catequista por vocação é aquela pessoa que se sente realizada em sua missão. A sua motivação interior é mais forte do que a necessidade do momento, por isso ela quer continuar catequista por muito tempo, se possível, a vida toda. E, mesmo que um dia tenha sido chamada pela coordenadora da Catequese, pelo padre ou por outro catequista, no fundo, sente que foi Deus que lhe chamou por primeiro. Isto aumenta sua força e seu engajamento. Neste sentido, o Diretório para a Catequese afirma o seguinte:

“O catequista é um cristão que recebe o chamado particular de Deus que, acolhido na fé, o capacita ao serviço da transmissão da fé e à missão de iniciar à vida cristã. As causas imediatas

para que um catequista seja chamado a servir a Palavra de Deus são muito variadas, mas são todas mediações das quais Deus, por meio da Igreja, se serve para chamar a seu serviço. Por esse chamado, o catequista é feito partícipe da missão de Jesus de introduzir os discípulos em sua relação filial com o Pai. O verdadeiro protagonista, porém, de toda autêntica catequese é o Espírito Santo que, mediante uma profunda união que o catequista nutre com Jesus Cristo, faz eficazes os esforços humanos na atividade catequética. Essa atividade se realiza no seio da Igreja: o catequista é testemunha de sua Tradição viva e mediador que facilita a inserção dos novos discípulos de Cristo em seu Corpo eclesial” (Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização. Diretório para a Catequese. São Paulo: Paulus, 2020, nº 112).

MINISTÉRIO DE CATEQUISTA

O Papa Francisco instituiu o Ministério de Catequista para ressaltar a importância da Catequese na vida da Igreja. Ana-

lisando os fundamentos deste ministério podemos dizer que ele encontra o seu pleno sentido na ideia de vocação. Por quê? Porque a proposta de um ministério quer dar estabilidade, e vocação é isto, é estabilidade, é permanência naquilo que se começou, buscando sempre mais um aprofundamento e crescimento, seja do ponto de vista humano, espiritual e técnico. Para que este crescimento aconteça, é preciso ter consciência de que o catequista não exerce sua missão isoladamente, mas em comunhão com a Igreja. Portanto, toda a comunidade tem responsabilidade sobre os seus catequistas.

“A instituição de um serviço como Ministério por parte da Igreja é uma ação que coloca em evidência sua importância. A instituição do Ministério de Catequista é, para nós, a confirmação do reconhecimento da missão do(a) discípulo(a) missionário(a) que responde com alegria ao chamado do Senhor, para anunciar e testemunhar, com a própria vida, o seu grande amor. Assim, podemos compreender que a instituição do

Ano XXVII - nº 294 - Agosto de 2023 58 Catequese
Pelo empenho de cada catequista, são superados os desafios da educação na fé

“Catequista por vocação é aquela pessoa que se sente realizada em sua missão. A sua motivação interior é mais forte do que a necessidade do momento, por isso ela quer continuar catequista por muito tempo, se possível, a vida toda. E, mesmo que um dia tenha sido chamada pela coordenadora da Catequese, pelo padre ou por outro catequista, no fundo, sente que foi Deus que lhe chamou por primeiro”.

Ministério de Catequista para os leigos e leigas é uma possibilidade de visibilizar a especificidade de sua missão, que implica ser testemunha da fé e mistagogo, ao mesmo tempo” (Conferência Nacional

dos Bispos do Brasil. Critérios e Itinerários para a Instituição do Ministério de Catequista. Brasília: Edições CNBB, 2022, nº 4).

A Diocese de Toledo, assim como a grande maioria das dioceses do Brasil, ainda não iniciou o processo de preparação para o Ministério de Catequista, mas isto acontecerá em breve. Estamos vivendo um período de reflexão, tanto em nível nacional como em nível regional e diocesano. Importa saber que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) já elaborou um documento com o objetivo de nos orientar. Trata-se do Documento 112, intitulado “Critérios e Itinerários para a Instituição do Ministério de Catequista”. Agora nos cabe estudar, refletir e aplicar as orientações, de acordo com a nossa realidade.

À MEDIDA QUE CAMINHAM

Quando falamos na vocação de catequista é sempre bom lembrar os diversos vocacionados da Bíblia. Alguns exemplos como Moisés, Jeremias, Isaías, João Batista, Maria, e tantos outros, depois

que respondem “sim” a Deus, precisam fazer uma longa caminhada. E neste caminho vão encontrando respostas, mas também dificuldades e dúvidas. Crescem na fé à medida que caminham, entre altos e baixos. Assim é também a vocação de cada cristão, incluindo os catequistas. Ao longo da jornada experimentam alegria, satisfações, serenidade de espírito, mas também as frustrações, o sentimento de derrota, a dificuldade de se comunicar com os seus catequizandos, a falta de respostas para várias perguntas. O importante é saber que o dono da missão não somos nós, mas o próprio Deus, e o seu Filho Jesus Cristo nos promete que estará conosco todos os dias até a consumação dos tempos (cf. Mt 28,20). Portanto, continuemos firmes no caminho, aproveitando sempre a presença revigorante do Mestre. Feliz Dia dos Catequistas!

59 Ano XXVII - nº 294 - Agosto de 2023
Catequese
Catequista é inspiração quando o assunto é aprendizado Para ser instituído catequista, será oferecida preparação adequada

O que podemos aprender com a história vocacional do Pe. Inácio Afonso Scherer

Pe. Inácio Afonso Scherer há 44 anos dedica sua vida a Jesus Cristo como sacerdote na nossa Diocese de Toledo. Uma bela vida de caminhada com Deus, por Deus e para Deus. É como diz seu lema de ordenação: “Eu sou o caminho a verdade e a vida (Jo 14,6a). Mas como quem caminha com Cristo nunca caminho sozinho, precisamos antes conhecer as suas origens.

Pe. Inácio é um gaúcho que nasceu no oitavo dia de setembro de 1952, no distrito de São Francisco, município de Cerro Largo. Filho de Avelino Aloísio Scherer e Maria Alvina Spohr Scherer, casal de origem alemã que educou seus dez filhos na tradição católica. A terra natal de Pe. Inácio é uma região missioneira, berço de muitas vocações religiosas. São os frutos do trabalho dos missionários jesuítas que dedicavam horas à Catequese das comunidades. Ensinavam sobre espiritualidade familiar e comunitária, devoções marianas, formação humana. Deles, o senhor Avelino Scherer e a senhora Maria Scherer aprenderam muito e souberam transmitir a fé católica aos seus filhos.

Em 1955 sua família mudou-se para

Toledo. Família pioneira do Município, chegou na época em que a região era mata a ser desbravada. As residências dos moradores vizinhos eram identificadas no meio das árvores apenas pala

fumacinha das chaminés dos fogões à lenha acesos para fazer o café. Foi neste ambiente rural que Pe. Inácio cresceu: ambiente de trabalho, cuidado e espiritualidade. Ele lembra de como os pais são importantes à vocação dos filhos. São modelos. Seus pais foram seus principais exemplos. Foram sempre muito empenhados com a família e com comunidade, tanto na área da espiritualidade quanto da caridade. Estavam sempre dispostos a ajudar. E não permitiam que ninguém da família faltasse às missas. E quando as fortes chuvas impediam de ir à Igreja, toda a família fazia a Celebração da Palavra em casa mesmo. Era Seu Avelino que presidia, em alemão. Espiritualidade familiar sempre foi muito forte em sua família.

Outros grandes e inesquecíveis exemplos para Pe. Inácio, e que o inspiraram a ser padre foram os missionários do Verbo Divino Pe. Aloísio Baumeister e Pe. João Werner. Eram figuras impressionantes. Durante as Grandes Guerras eles moravam na Europa e participaram delas. Sofreram muito, porém quando contavam as suas histórias o que mais impressionava não era as dificuldades que passaram, mas como eles louvavam a Deus e conseguiam o ver mesmo nas piores dificuldades, nunca perdendo a fé, apesar dos pesares. Eles eram padres muito alegres, pacientes, de profunda espiritualidade, humildade e carinho para com o povo. Foram luzes para o pequeno Inácio que aos 12 anos, junto com seu irmão mais velho, Irineu, manifestaram a vontade de serem padres do Verbo Divino. Mas Pe. João Werner os aconselhou a serem padres diocesanos para poderem ajudar D. Armando Círio a cuidar da Diocese de Toledo. Pe. Inácio afirma que este foi um belo espírito de preocupação pastoral. Foi para ele um sinal muito forte ver como aqueles padres se preocupavam com o povo de Toledo. E somando o período de seminário com o período de sacerdote, já faz quase 60 anos que Pe. Inácio segue o conselho de Pe. João, de cuidar da Diocese de Toledo.

Ano XXVII - nº 294 - Agosto de 2023 60
Vocacional
Pe. Inácio: completou 44 anos de sacerdócio no dia 28 de julho último Pe. Inácio prepara a Proclamação do Evangelho

“A obra não é nossa. Se a Igreja sugere, se diz que precisamos nos aproximar, nos aproximaremos, e vai dar certo ouvir a Igreja, e dá certo, pelo que vejo nas experiências que eu fiz”.

Foram quatorze anos de formação, de 1965 a 1979. Iniciou o curso de Filosofia no Studium Teologicum, em Curitiba, o concluindo em Passo Fundo (RS). Cursou Teologia no Studium Teologicum, o concluindo no Instituto Teológico de Santa Catarina (SC).

Em 1979 retornou a Diocese de Toledo auxiliando na Catedral nas pastorais, programas de rádio e acompanhamento aos jovens. E, finalmente, no dia 28 de julho do mesmo ano foi ordenado presbítero, por D. Armando Círio, o mesmo bispo que Pe. João pediu para ele auxiliar. A ordenação foi na Capela de Dois Irmãos. Após, foi vigário na Catedral, pároco em Jesuítas, coordenador de Pastoral, assessor diocesano da Catequese; de 1995 a 2001 foi orientador espiritual do Seminário Maria Mãe da Igreja; e de 1995 a 2007, orientador espiritual do noviciado São José, da Congregação da Sagrada Família de Nazaré. Também trabalhou nas paróquias São Pedro e São Paulo (Toledo), São Pedro (São Pedro do Iguaçu), Nossa Senhora de Lourdes (Tupãssi) e Nossa Senhora Aparecida (Guaíra), além da Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Vila Nova) e Catedral onde ficou por 17 anos como pároco antes de assumir a Paróquia São Francisco de Assis, em Assis Chateaubriand, onde se dedica até os dias atuais.

Em 44 anos de sacerdócio, foram muitos momentos marcantes. Aprendeu que as comunidades são sempre dinâmicas e, por isto, a dimensão missionária é importantíssima para conhecer o povo. Assim é possível articular as pastorais para atender as necessidades da comunidade: Sacramentos, espiritualidade, saúde, necessidades materiais entre tantas outras demandas. Por isso, a Igreja em saída precisa estar sempre atenta. É um trabalho árduo e muito bonito, principalmente porque por onde passou sempre teve muito auxílio de vários leigos que se dedicam à missão da Igreja. “Na Igreja nada se faz sozinho, e tudo precisa ter a formação bíblica como base: os Sacramentos, a dimensão da fé, a vivência da fé. Uma religião mais encarnada pelo Evangelho nasce

Minha história vocacional

Sou Gabriel Crome dos Santos, tenho 25 anos, e sou natural de Assis Chateaubriand. Sou o filho mais novo de Assildo José dos Santos e Leonilda Crome dos Santos. Tenho outras duas irmãs: Simone dos Santos e Mônica dos Santos. Nossos pais nos criaram com carinho e dedicação como católicos. Lembro-me bem dos meus pais e irmãs me levando ao colo, ainda enquanto criança pequena, para as celebrações de quaresmas e da Semana Santa, para as novenas de Natal na casa dos vizinhos, e dos terços que rezávamos antes de eu dormir.

Assim cresci, sempre participando das atividades da capela do meu bairro, Capela Nossa Senhora do Rocio, que pertence à Paróquia São Francisco de Assis. Ajudava na Liturgia, no canto, violão, Dízimo e no que mais fosse preciso. E várias vezes quando eu não aparecia na capela eles vinham me buscar em casa. Assim meus pais e a comunidade não me deixavam ficar longe da Igreja, mesmo quando eu não queria ir. E hoje tenho certeza como estas atitudes foram importantes para o meu crescimento.

Foi em 2012 a primeira vez que me senti chamado ao sacerdócio, mas não tive coragem de seguir em frente. Foi uma voz na minha consciência que eu fingia não escutar, mas em 2018 não teve jeito: ela falou mais alto. Comecei a fazer os encontros vocacionais no Seminário Maria Mãe da Igreja e, no ano seguinte, ingressei no seminário, onde estou até hoje. Curso o 1º ano de Teologia, com alegria e com a certeza que é a graça de Deus, pela intercessão das muitas pessoas que rezam por mim, que me fortalece.

de uma boa formação bíblica”, afirma. Palavras que são fruto da longa experiência de nosso padre, mas que também refletem o aprendizado que recebeu de seus pais: celebravam a Palavra na Igreja e em casa, e a encarnavam na ajuda a comunidade.

Um dos conselhos que ele deixa aos vocacionados é a obediência. Para ele, muitas vezes foi difícil obedecer para trocar de comunidade, para ir aonde os outros precisavam dele. Entretanto, Deus sempre providenciou boas experiências a ele. Hoje vê que cada passo foi importante, os difíceis e os fáceis. Com certeza as melhores experiências foram as pastorais: ver o amor à Eucaristia, à solidariedade, à proximidade das pessoas, ser uma Igreja em saída, em direção ao povo. “A obra não é nossa. Se a Igreja sugere, se diz que precisamos nos aproximar, nos aproximaremos, e

vai dar certo ouvir a Igreja, e dá certo, pelo que vejo nas experiências que eu fiz”, garante. E acrescenta: “É ter responsabilidade pela continuidade e estar presente, tanto nas suas alegrias quanto nos seus sofrimentos e medos; atender os doentes e ser um consolo mesmo diante da morte; cultivar a espiritualidade, o bom relacionamento, a alegria no servir. É juntar as nossas experiências de Deus com a comunidade que também tem as suas experiências, para multiplicar os bens na pastoral, no meio missionário, na espiritualidade”. Que aprendamos com Pe. Inácio: “Meu lema é ‘Eu sou o caminho a verdade e a vida’ (Jo 14,6a), porque a partir do momento que eu entrei no seminário foram grandes transformações na minha vida. Os que recebem os Sacramentos do serviço são chamados pela Igreja a servir a Deus e ao próximo”.

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Vocacional

O Movimento de Cursilhos da Cristandade e os jovens na Diocese de Toledo

A formação do discípulo acontece na vida de comunidade, onde se experimenta o Mandamento novo do amor recíproco, que suscita um ambiente de alegria, de amizade, de carinho, de acolhida e de respeito. O encontro com Cristo, presente entre aqueles que se reúnem em seu nome, no amor, trará consequências e deixará marcas indeléveis na capacidade de relacionamento entre as pessoas, envolvendo os sentimentos, a inteligência, a liberdade e o compromisso com um novo modo de agir na Igreja e na sociedade. É no carisma de evangelização dos ambientes que motiva o Movimento de Cursilhos da Cristandade do Brasil (MCC) na Diocese de Toledo a ver a juventude como um amplo ambiente a ser cativado.

Ser jovem na realidade de hoje, não é uma tarefa fácil, visto que vivemos em um mundo cercado de estereótipos, pré-conceitos e padrões criados pela sociedade. Ser jovem cristão é uma tarefa ainda mais desafiadora, pois nos exige uma visão crítica e atitude diferenciada.

O jovem está presente em diversos ambientes: família, faculdade, trabalho, academias, locais de diversões e entretenimentos. Vivendo diferentes realidades, precisa ter discernimento para saber como agir de forma que transmita o Evangelho aos que estão ao seu redor. Muitas vezes, como jovens cristãos, somos o único Evangelho que outros jovens terão contato, e esta postura pode influenciá-los a ter uma vida melhor.

Ser um jovem cristão é uma graça, pois nos permite viver de forma que transforme realidades e faça a diferença na vida de outras pessoas. Como é bom saber que em algum momento fomos canal de graça para alguém!

Ser de Deus não deixa o jovem mais velho e muito menos priva das coisas divertidas da idade. Eles podem viver os Mandamentos de nosso Grande Mestre, frequentando vários lugares, festas, entretenimento, sem se deixar levar por coisas que não agregam e que podem machucar. Cristo é alegria, é felicidade.

“O jovem está presente em diversos ambientes: família, faculdade, trabalho, academias, locais de diversões e entretenimentos. Vivendo diferentes realidades, precisa ter discernimento para saber como agir de forma que transmita o Evangelho aos que estão ao seu redor. Muitas vezes, como jovens cristãos, somos o único Evangelho que outros jovens terão contato, e esta postura pode influenciá-los a ter uma vida melhor”.

Ele não quer privar o jovem de nada. São livres! Precisam apenas escolher a maneira certa de viver essa realidade. Podem tudo, mas nem tudo convém, e Ele ajuda a enxergar os caminhos corretos.

O Movimento de Cursilhos nos auxilia muito na caminhada cristã e nos mostra, como os jovens precisam agir perante a sociedade, como podem fazer a diferença, sendo protagonistas da sua história e evangelizando os ambientes em que estão inseridos.

A juventude é um período de estudo, de preparação e formação para a vida, e por que não nos preocupar com a formação cristã? O MCC oferece para os jovens meios de perseverança e formação que solidificam essa caminhada.

A caminhada no Movimento se inicia com a realização do Cursilho e, na Diocese de Toledo, o Movimento de Cursilhos realiza todos os anos no mês de julho o Cursilho para os Jovens. Neste último mês, foi realizado no período de 13 a 16 de julho o 8º Cursilho Misto para Jovens, no Santuário Nossa Senhora da Salette, em Palotina, lembramos assim da import ância da juventude para o crescimento do Movimento.

A partir da realização do Cursilho, o Movimento oferece meios de perseverança desta vivência, os jovens percebem-se comprometidos e inseridos no contexto da Igreja. Assim dar-se-á continuidade à presença dos jovens no Movimento, nestes meios de perseverança tradicionais e também em grupos especificamente pensados para eles. Iniciam-se reuniões periódicas entre jovens cursilhistas, acompanhados dos cursilhistas mais experientes. Tratam sobre temas do dia a dia dos jovens, do Movimento e da Igreja. Os jovens são campo muito fecundo para a formação que é característica do Movimento de Cursilhos. Cada vez mais se percebe que a troca de experiências entre pessoas mais velhas e casadas com os jovens solteiros enriquece, e este é o diferencial dos cursilhos para jovens.

Os jovens também têm seu representante dentro do próprio Grupo Executivo Diocesano. O GED dá participação aos jovens em eventos promovidos pelo Grupo Executivo Regional (GER), tais como as Assembleias Regionais e Encontros Regionais para Jovens; bem como em eventos promovidos pelo Grupo Executivo Nacional (GEN). Estes são momentos em que os jovens se mostram extremamente participativos, questionadores, compondo equipes organizadoras e de síntese e, assim, assumem seu protagonismo.

Os jovens cursilhistas da Diocese de Toledo desempenham seu papel tam-

Alegria dos jovens é expressa em participação no Cursilho
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Cursilho

A experiência dos jovens

“Para mim o cursilho representa um dos caminhos de encontro com Jesus o caminho que eu mais me identifiquei, o caminho que encontrei vários amigos e andamos de mãos dadas nas mesmas estradas rumo a Cristo”.

Leonardo Cerbarro Represente Jovem do GED Toledo

Participe!

“Para mim o cursilho foi uma das maiores viradas de chaves na minha vida, pois reencontrei os caminhos que me levam a ter essa amizade íntima com Cristo perseverando junto com meus irmãos do movimento e exercitando todos os dias o poder da minha fé pisando no escuro, sabendo certamente que Deus vai me dar o chão”.

Camila Vida Verdi Jovem cursilhista

“O Cursilho na minha juventude foi, e ainda é, um caminho de vida e santificação. Um caminho onde todos andamos de mãos dadas nas mesmas estradas, e nestas estradas onde trilhamos nossa caminhada como cristãos comprometidos eu encontrei não só o cerne de nossas vidas, Jesus Cristo, mas encontrei também a pessoa com quem convivo todos os dias da minha vida, minha esposa Andressa. O amor de Cristo nos une sempre, como São Paulo diz: ‘Quem nos separará do amor de Cristo’”?

bém enquanto Igreja, comprometendo-se com suas paróquias, organização de encontro da juventude, não apenas cursilhistas, bem como nas missas de jovens, e promovem campanhas sociais que beneficiam toda a comunidade.

Todos estes jovens, que a cada ano se juntam ao Movimento de Cursilhos de Cristandade, vão dentro dele amadurecendo e buscando sua formação integral para dar testemunho de seu seguimento a Cristo nos ambientes jovens, que precisam da diferença, que só um jovem cristão pode fazer.

A melhor forma de evangelizar um jovem é através de outro jovem. É por isso que nós, do Movimento de Cursilhos, convidamos a você, jovem, que anseia por um mundo melhor.

Você jovem que ainda não realizou o Cursilho e que tem interesse, ou você jovem cursilhista que se encontra afastado, venha nos ajudar a fortalecer o nosso Movimento! Nós te convidamos!

Giani Verdi, Marcos Hawerroth, Josiane Bucalão, Rafael Hirata Cursilhistas da Diocese de Toledo

DATA ATIVIDADE LOCAL 1º/08 Escola Vivencial Diocesana Marechal Cândido Rondon 5/08 Jantar Dançante Decolores Palotina 5 e 6/08 Encontro Diocesano de Jovens Cursilhistas Marechal Cândido Rondon 8/08 Escola Vivencial do Setor Assis Chateaubriand 12/08 Ultreia Toledo 15/08 Escola Vivencial do Setor Toledo 16 a 19/08 Cursilho no Carta Palotina 21/08 Escola Vivencial do Setor Palotina 26/08 Baile da Cuca e Linguiça Toledo 27/08 Ultreia – Missa da família Palotina 27/08 Missa do Cursilho, seguida de Ultreia Marechal Cândido Rondon 2 e 3/09 2º Recolores Diocesano Instituto São João Paulo II 5/09 Escola Vivencial Diocesana Palotina 9/09 Ultreia Toledo Ano XXVII - nº 294 - Agosto de 2023 Cursilho
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Constituída a 6ª Cooperativa Escolar Mirim em Toledo

Nos próximos meses, o Sicoob Meridional vai constituir outras oito Cooperativas Mirins, nos municípios de Toledo, Guaíra, Palotina e Terra Roxa. Esse formato de estímulo ao cooperativismo pretende que a criança e o jovem conheçam e vivenciem tais princípios. “Esse programa tem como objetivo formar cidadãos mais cooperativos e mais conscientes”, avalia a presidente do Sicoob Meridional, Solange Martins.

Recentemente, a Escola Rural Municipal Santo Antônio, no distrito de Boa Vista, em Toledo, passou a contar com 6ª Cooperativa Escolar Mirim no Município. Com 20 sócios fundadores, a Coopersan iniciou suas atividades em 4 de julho último, com o primeiro objeto de aprendizagem tendo por base o chocolate. Os cooperados irão produzir semanalmente trufas e crispis que serão comercializados na comunidade local.

Os cooperados contam com o apoio da Agência da Parigot do Sicoob Meridional, madrinha da Coopersan, que auxilia nas formações com palestras e treinamentos e vão receber o objeto de aprendizagem para ser conhecido e comercializado.

A Pessoa de Apoio Estratégico (PAE), Loni Dupont, responsável

pelo programa, conta que este é um momento muito importante, pois apresenta o resultado de meses de preparação, com formações à professora orientadora e das crianças. “Esse programa propicia aos participantes um novo universo, com possibilidades para construção de um futuro no cooperativismo, estendendo-se à

comunidade”, afirma.

Para a professora orientadora, Vaniria Bianchi, este é um momento histórico para a escola e para as crianças. “Na cooperativa as crianças terão acesso a formações nas áreas de empreendedorismo e educação financeira e isso será um diferencial para o futuro de cada uma dela”, diz.

Definição de metas e prioridades deve passar por construção coletiva

Uma ferramenta ainda pouco usada para propor a direção de orçamentos nos municípios está sendo aproveitada pelo Governo do Estado para que o Governo Federal priorize ações em segmentos específicos e de seu interesse no Plano Plurianual. É a formação de um bloco entre os três Estados do Sul do País na reivindicação de propostas conjuntas, aos moldes do que acontece com o setor privado que articula governos e empresas nos chamados “territórios” para a execução de projetos de interesse comum. Uma das metas do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul) gira em torno da Nova Ferroeste e de propostas

para melhorar a mobilidade urbana, investimentos em fontes renováveis de energia, entre outros setores.

Essa maneira de articulação ainda é pouco usada pela população em geral que tem possibilidade de fazê-la quando as definições acontecem no âmbito municipal, por meio de participação na sua associação de moradores do bairro ou nos conselhos de direitos, ligados à saúde, educação, esporte, juventude, trabalho, cultura, entre outros. As reivindicações nascem exatamente das necessidades que as pessoas têm quando vão ao posto de saúde ou na matrícula de seus filhos nas escolas. Demandas que também sur-

gem no âmbito do mercado de trabalho também passam pela formalização de ideias, defesa nas instâncias deliberativas até a inclusão em orçamentos públicos. Isso chama-se participação popular até as ideias chegarem nas conferências municipais ou audiências públicas. No âmbito da saúde, por exemplo, as propostas de ampliações de atendimentos ou das ações de promoção e prevenção de doenças passam por essas instâncias, desde que a população participe ativamente. Procure saber os projetos de lei em tramitação nas Câmara de Vereadores e do planejamento da sua cidade. Essa é uma forma de organização cidadã na defesa de seus direitos.

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Cooperativa Mirim com seus diretores, padrinhos e apoiadores Assessoria de Imprensa

Mutirão quer evitar que consumidores entrem no superendividamento

Tem prosseguimento até dia 11 deste mês de agosto, a campanha de renegociação de dívidas, organizada pelo Procon-PR em parceria com as unidades municipais da Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor, numa iniciativa coordenada pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério de Justiça e Segurança Pública. O objetivo é atender consumidores que se estão endividados, com necessidade de negociar dívidas existentes, como forma de prevenção ao superendividamento. Conforme a mais recente pesquisa feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná, o endividamento aumentou entre os paranaenses no mês de junho. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Fecomércio PR, 94,7% das famílias do estado possuíam algum tipo de dívida em junho. Na variação anual, também houve elevação no endividamento dos paranaenses. Em junho de 2022, 92,7% da população se dizia endividada. A divulgação da pesquisa não cita se o endividamento é de curto, médio ou longo prazo. Outro dado revelado é os que reconhecem estar “muito endividados”, correspondendo a 26,9%, e os “pouco endividados”, a 8,8%.

Ao participar do

mutirão, os consumidores terão a oportunidade de renegociar dívidas de forma mais favorável, com condições especiais de pagamento e possíveis descontos. Para participar, o cidadão pode utilizar a plataforma consumidor.gov.br, canal online que permite

O que vai para renegociação?

Poderão ser negociadas quaisquer dívidas de consumo, como cartão de crédito, cheque especial, empréstimos, com exceção de contratos de crédito com garantia real, financia-

mentos imobiliários e de crédito rural, e pensões alimentícias. A organização da campanha foi alinhada com todos os membros do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC).

a interlocução fácil e direta entre consumidores e fornecedores, ou ir até a unidade do Procon mais próxima. Feito o registro pelo consumidor na plataforma, os bancos e instituições financeiras têm o prazo de 10 dias para dar um retorno ao cliente. Além disso, no caso de superendividamento, terão acesso a informações e tratamento adequado para cada caso.

Ainda conforme a pesquisa, as dívidas no cartão de crédito são o motivo principal de endividamento e é essa variável que apresentou aumento, com ampliação do índice de 80,8% em maio para 84,5% em junho. Por outro lado, as contas geradas pelo financiamento de imóvel baixaram na variação mensal, de 8,3% para 6,5%, bem como as dívidas para a compra de veículo, que correspondiam a 7,5% em maio e passaram para 5,8% em junho.

Entretanto, a Pesquisa divulgada pela Fecomércio PR mostra o dado positivo de que, apesar do crescimento de endividados, a parcela de inadimplentes baixou na passagem de maio para junho, ao sair de 19,3% para 17,1%. E as famílias sem condições de quitar seus débitos também diminuíram, passando de 5,7% em maio para 4,8% no encerramento do primeiro semestre.

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Copel/di
Endividamento atinge quase 95% das famílias paranaenses Fonte: Fecomércio- PR

Queijos da região são premiados em concurso nacional

Sessenta queijos artesanais do Paraná foram contemplados no VI Prêmio Queijo Brasil, realizado entre os dias 7 e 9 de julho em Blumenau (SC). Eles foram produzidos por 21 pessoas ou empresas familiares e disputaram com 975 queijos artesanais de 199 cidades de 18 estados brasileiros. Entre os dez considerados Super Ouro ou Seleção Queijista, três são do Paraná, um deles o Saint Marcellin produzido pela queijaria Flor da Terra, e o Douceur produzido pela Associação de Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento Biopark, ambos de Toledo.

A queijaria conquistou ainda o ouro nos queijos Cheddar D’Or, Tomme Vaudoise e Camembert. O bronze veio com o Creme de Cheddar D’Or e o Petit Brie Triplo Creme. Já a Associação de Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento Biopark obteve ainda a medalha de ouro para o queijo tipo Comté e o bronze para Bel Paese. As produtoras rurais, que foram assessoradas pela entidade no começo de seus trabalhos, Cirlei Rossi dos Santos, Márcia Ludwig e Gelir Giombelli também obtiveram bronze. Márcia, porém, obteve prata para o queijo Gouda.

“O Paraná tem a segunda maior bacia leiteira do País e estamos caminhando para sermos também um dos maiores produtores de queijo e derivados tanto em ambiente industrial quanto artesanal”, salientou o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “Os produtos que estão saindo das pequenas e médias queijarias do Estado não são apenas apreciados internamente, mas já conquistam o mundo”, acrescenta.

Um dos grandes incentivos para elevação da qualidade foi a criação, em 2021, da Rota do Queijo, que passou a integrar o turismo rural, tendo a produção e a divulgação

da produção artesanal como principais atrativos. São 33 queijarias que compõem a rota estadual.

Também ajudou na profissionalização destes produtores a instituição do Prêmio Queijos do Paraná, que realizou este ano sua segunda edição, conferindo medalhas aos melhores produtos do Estado, que podem ostentá-las nas embalagens. Para se chegar à qualidade necessária à premiação, o Estado e parceiros da iniciativa privada oferecem dezenas de ações de capacitação.

Também tem somado para melhor divulgação e aumento de renda aos produtores de queijo artesanal no

Estado a adesão de municípios ao Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf).

A adesão municipal ao sistema possibilita que estabelecimentos interessados em vender produtos agroindustrializados de origem animal possam comercializar fora dos limites municipais, com a anuência do Sistema de Inspeção Municipal. Para isso, as agroindústrias seguem protocolos de autocontrole higiênico-sanitários.

O Governo do Estado oferece ainda apoio aos pecuaristas de leite, agroindustriais e pequenas cooperativas por meio do Banco do Agricultor Paranaense. Ele possibilita fazer investimentos com vistas à produção de queijos e outros derivados do leite, e o Estado ajuda no pagamento de parte dos juros.

Pouco antes do concurso em nível nacional, foi promovido o Prêmio Queijos do Paraná, numa organização da Federação da Agricultura do Estado (Faep), com Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-PR), Sindileite e Sebrae. A iniciativa valoriza ainda mais a produção de pequenos pecuaristas que atuam na cadeia produtiva do leite.

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Variedade na produção é uma das maneiras para manutenção da pecuária leiteira
Fotos: Albari Rosa/AEN
Prêmios estimulam a busca por novos mercados

Sicredi chega à marca de 7 milhões de associados

Crescimento dos últimos 12 meses foi de 14,6%

O Sicredi chegou à marca de 7 milhões de associados em julho, conquistando mais de 1,2 milhão de novas associações nos últimos 12 meses - número que representa um crescimento de 14,6%. O aumento acompanha a expansão da instituição financeira cooperativa, que hoje está presente em todo o Brasil em mais de 1,8 mil municípios, com 2,5 mil agências. Por dia útil, uma média de 4,8 mil pessoas chegaram ao Sicredi no último ano.

“Alcançar a marca de 7 milhões de associados demonstra que essas pessoas confiam no nosso modelo de negócio cooperativo. Nos últimos anos, crescemos de forma consistente e sustentável, com alto nível de satisfação dos nossos associados, que prezam por um relacionamento próximo, e gerando impacto positivo nas regiões onde estamos presentes”, afirma César Bochi, diretor presidente do Banco Cooperativo Sicredi.

O maior aumento foi no número de Pessoas Físicas, com 933 mil novos associados, seguido de Pessoas Jurídicas (PJ), com 229 mil, e segmento agro, com 60 mil. Do total de 7 milhões de pessoas associadas à instituição atualmente, 75% são PF, 14% PJ e 11% do agro.

A ampliação fez com que o Sicredi superasse a marca de 1 milhão de associados PJ, sendo que, destes, 22% são microempreendedores individuais (MEI), 73% Micro e Pequenas Empresas e 5% Médias e Grandes. A idade média das empresas é de 10 anos.

O Sicredi também se consolida como um parceiro importante dos pequenos e médios produtores rurais. Do total de 765 mil associados agro, 84,6% são da agricultura familiar, 10,9 % produtores de porte médio e 4,5 % produtores de grande porte. Todos os segmentos – Pessoa Física, Pessoa Jurídica e agro - são atendidos pelas mais de 300 soluções financeiras e não financeiras do Sicredi, como conta corrente, cartão de crédito e de débito,

consórcios, seguros, crédito, investimentos, entre outros.

EXPANSÃO PELO PAÍS

Em 2022, o Sicredi passou a atuar em todas as unidades federativas do Brasil, completando o mapa nacional com a chegada ao estado de Roraima (RR). Atualmente, as mais de 2,5 mil agências estão distribuídas em 1,8 mil cidades e, em mais de 200 municípios brasileiros, é a única instituição financeira fisicamente presente. No ano passado, foram abertas mais de 200 agências em todo o País. Em 2023, a projeção é abrir cerca de 320 novos pontos de atendimento.

“Ao mesmo tempo que estamos em ritmo acelerado de entregas relacionadas à digitalização, seguimos, por meio das nossas mais de 100 cooperativas, abrindo agências para mantermos o diferencial do relacionamento próximo com as pessoas, para um atendimento de excelência. Queremos oferecer as melhores alternativas aos associados para que possam resolver suas demandas por aplicativo ou com um atendimento especializado realizado em

nossos pontos de atendimento”, afirma Bochi.

A confiança dos associados reflete nos números relacionados ao crédito. No primeiro trimestre de 2023, o Sicredi alcançou R$ 179,8 bilhões na carteira de crédito, atendendo pessoas físicas, jurídicas e associados ligados ao agronegócio. A instituição também apresentou um total de mais de R$ 194,3 bilhões em depósitos no final do primeiro trimestre deste ano, recursos que permanecem nas regiões onde são captados, fortalecendo a economia local.

SOBRE O SICREDI

O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento de seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. Possui um modelo de gestão que valoriza a participação de seus associados, que exercem o papel de donos do negócio. Está presente fisicamente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, disponibilizando uma gama completa de soluções financeiras e não financeiras.

Ano XXVII - nº 294 - Agosto de 2023 69 Ano XXVII - nº 294 - Agosto de 2023 69 INFORME PUBLICITÁRIO - INFORME PUBLICITÁRIO - INFORME PUBLICITÁRIO - INFORME PUBLICITÁRIO INFORME PUBLICITÁRIO - INFORME PUBLICITÁRIO - INFORME PUBLICITÁRIO - INFORME PUBLICITÁRIO
7 milhões de associados

A agressão contra a mulher e os reflexos no futuro da sociedade

“Ele chegou bêbado e começou a quebrar tudo em casa”. “Ele me agarrou no pescoço”. “Meus filhos viram tudo”. Esses são relatos de mulheres vítimas de violência doméstica na região de Toledo e que, infelizmente, se multiplicam pelo Brasil. Uma realidade revoltante que precisa de ações eficazes para evitar que tais ocorrências se transformem em feminicídios.

De 2021 para 2022, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) levantou informações de que houve aumento de 30% no número de feminicídios. A média de ocorrências registradas e tipificadas como violência doméstica está em mais de 4 mil em todo o Paraná.

Nos boletins do 19º Batalhão da Polícia Militar, com sede em Toledo, são vários os registros de como as agressões ocorrem: “A vítima levou um soco na face”. “A vítima relata que o agressor provocou esganadura”. “A faca, usada contra a vítima, foi localizada”. Nestes mesmos relatos, muitas vezes elas detalham que o agressor – esposo ou convivente – está embriagado quando inicia a discussão, seguida de xingamentos e agressões físicas. Há casos de que o parceiro está sob efeito de drogas ilícitas, como maconha, cocaína e crack. Não são raras as vezes que tudo ocorre na frente de crianças e adolescentes, multiplicando ainda mais os efeitos da agressão. A cartilha “Enfrentando a violência doméstica e familiar contra a mulher” (Secretaria Nacional de Política para Mulheres, 2020), revela que “além de agressividade, depressão, isolamento, as crianças e os adolescentes que presenciam situações de violência doméstica e familiar podem ter seu desenvolvimento comprometido, podendo apresentar: dificulda des

de aprendizado; déficit cognitivo; e transtornos mentais.

É por isso que acontece a campanha do “Agosto Lilás” como obrigação da União, estados e os municípios de promover ações de conscientização e esclarecimento sobre as diferentes formas de violência contra a mulher. A mulher precisa denunciar às autoridades quando estiver sofrendo algum tipo de violência doméstica como: física, psicológica, moral sexual ou patrimonial.

Neste contexto do Agosto Lilás se inserem os debates e aprofundamentos sobre a Lei Maria da Penha (Lei 11.340), que já tem 17 anos de aplicação, sendo considerada legislação de referência em todo o mundo no combate a esse tipo de violência. A Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção de Toledo, por meio da Comissão de Estudos Sobre Violência de Gênero, por exemplo, promove um encontro com o tema “17 anos da Lei Maria da Penha: o enfrentamento à violência contra as mulheres pelas forças de Segurança

Pública do Município de Toledo”. Algumas cidades contam com o serviço para acolhimento de vítimas de violência doméstica e familiar. Outras ainda mantém o funcionamento da chamada Patrulha Maria da Penha, que visa promover a proteção, prevenção, monitoramento e acompanhamento das mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar que possuam medidas protetivas de urgência. Geralmente, esse trabalho é realizado com envolvimento de demais órgãos da administração direta dos municípios. O Município de Toledo, por sua vez, mantém o serviço da Patrulha Maria da Penha, desempenhado pela Guarda Municipal. O serviço foi implantado em 2016, quando na época foi assinado termo de cooperação com o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Somado a esse serviço, 2.094 paranaenses que contam com medidas protetivas expedidas pelo Poder Judiciário têm o dispositivo de emergência (Botão do Pânico) para chamar a Polícia Militar.

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Arte: Governo do Paraná

Encanto, beleza e gastronomia na Festa de Maripá

Ela é encantadora, charmosa e envolvente. É a Festa das Orquídeas e do Peixe da cidade de Maripá que acontece este mês em sua 23ª edição. O Centro Municipal de Eventos está preparado para receber o público visitante de cidades vizinhas, mas também de outras regiões do Paraná, do Brasil e até do exterior que se entregam às belezas das flores que ornamentam os espaços e estão à disposição para comercialização. A cidade investiu na organização do evento que conta com diversos atrativo, o que vem obtendo respaldo junto ao público que aproveita o evento para adquirir diferentes produtos, aproveitar a gastronomia e passear.

A Festa ainda oferece oportunidades de negócios, especialmente para produtores rurais que atuam na atividade da piscicultura. Por meio de parcerias, várias empresas expõem novidades em produtos e serviços ao atendimento dessas necessidades do campo. Equipamentos, técnicas de manejo, inovações e trabalhos de pesquisa passam por um contato direto com os interessados no assunto. Para o público a programação oferece novidades e tecnologias ao setor produtivo e ainda lazer, diversão e boa gastronomia.

A programação desta 23ª edição do evento prevê no dia 23 deste mês, às 19h30, a celebração de um culto ecumênico pela possibilidade de realizar mais uma edição do evento. No dia seguinte, todo o espaço do Centro de Eventos estará pronto para acolher os visitantes que vão prestigiar a expo-

Orquídeas encantam e movimentam a economia local sição e feira de orquídeas. A abertura oficial está programada para o dia 25, às 20h, durante o Jantar à base de Peixe. No dia 27, haverá o concurso do Peixe Assado na Grelha, dessossado e recheado, com premiação.

A produção de orquídeas é um setor que contribui para a movimentação da economia de Maripá, especialmente de pequenas propriedades rurais que desenvolvem outras atividades conjuntas, como o próprio peixe, frangos e agricultura.

Na produção d e peixes, a cidade de Maripá está entre as cinco maiores do Paraná. Conforme dados divulgados pelo Governo do Estado, a criação comercial de tilápias está difundida com presença em 363 dos 399 municípios. A concentração está assim distribuída: Nova Aurora (13,82%), Palotina (7,58%), Toledo (6,75%), Assis Chateaubriand (6,55%) e Maripá (5,58%), com uma atividade que tem ganhado impulso com a atuação destacada de cooperativas. Terra Roxa (5,42%) e Nova Santa Rosa (4,96%) também aparecem nesse cenário estadual. O volume paranaense de tilápias responde por 38,5% da produção nacional. O segundo maior produtor, São Paulo, detém participação de 13,3%. No dia 25, Maripá receberá o 20º Seminário Estadual de Piscicultura, um evento de caráter técnico para contribuir nesse processo produtivo.

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Produção de tilápias: Maripá entre as cinco maiores cidades do Paraná Laura Toaldo é a Princesa da 23ª edição da Festa das Orquídeas e do Peixe Foto: Prefeitura de Maripá

Aleitamento Materno: direitos e proteção ao bebê

Este ano, a Aliança Mundial para Ação de Aleitamento Materno (WABA, em inglês), escolheu o tema “Possibilitando a amamentação: fazendo a diferença para mães e pais que trabalham”. Dentre os objetivos, a campanha visa informar as pessoas sobre as perspectivas dos pais trabalhadores com relação à amamentação e paternidade, mas também quer fundamentar a licença remunerada e o suporte no local de trabalho com como ferramentas importantes para facilitar a amamentação. Além disso, é meta da campanha neste mês do “Agosto Dourado” envolver as pessoas e organizações para melhorar a colaboração e o apoio à amamentação no trabalho.

Na prática, a Campanha deste ano chama a atenção para a licença-maternidade de 180 dias, o incentivo à implantação de salas de apoio à amamentação nos locais de trabalho, disponibilização de creches nas empresas ou próximas ao local e extensão da licença-paternidade para 20 dias.

A presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Dra. Rossiclei Pinheiro, entende que é fundamental envolver governos, sistemas de saúde, empresas e comunidades para desempenharem seus papeis na promoção da autonomia das famílias e na manutenção de ambientes favoráveis ao aleitamento materno na vida profissional pós-pandemia.

Os pediatras salientam que o leite materno deve ser a única fonte de alimento do bebê até os seis meses de idade. Após esse período de vida, deve ser complementado com outros alimentos até os dois anos ou mais e sempre respeitando o desejo da mãe

No documento intitulado “Dez passos para o sucesso do aleitamento materno”, a Organização Mundial de saúde destaca os benefícios para a saúde do bebê: redução de risco de doenças, diarreia, infecções respiratórias e alergias. O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), realizado pelo Ministério da Saúde, entre fevereiro de 2019 e março de 2020, revelou que menos da metade das crianças brasileiras menores de seis meses de vida (45,7%) foram amamentadas exclusivamente com leite materno. O Unicef, que é o braço da ONU para a infância, complementa que amamentar os bebês imediatamente após o nascimento pode reduzir a mortalidade neonatal, aquela que acontece até o 28º dia de vida.

Antes mesmo de se tornarem mães, as gestantes devem buscar apoio especializado com profissionais de saúde durante o pré-natal para esclarecer dúvidas relacionadas à amamentação e assim terem mais

tranquilidade na hora de oferecer o peito ao recém-nascido. Para isso, as gestantes também podem contar com os profissionais capacitados que atuam em unidades de leite humano. No âmbito da 20ª Regional de Saúde de Toledo, que abrange 16 municípios, o Hospital Bom Jesus, que atende pelo Sistema Único de Saúde, conta com esse serviço.

O Unicef acrescenta que o leite materno é o melhor alimento que um bebê pode ter. “É de fácil digestão e promove um melhor crescimento e desenvolvimento, além de proteger contra doenças. Mesmo em ambientes quentes e secos, o leite materno supre as necessidades de líquido de um bebê. Água e outras bebidas não são necessárias até o sexto mês de vida. Dar ao bebê outro alimento, que não o leite materno, aumenta o risco de diarreia ou outra doença”, alerta em seu site. “O aleitamento materno protege bebês e crianças pequenas de doenças perigosas. O leite materno é a primeira ‘vacina’ do bebê”, completa.

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Sociedade precisa incentivar amamentação para brasileirinhos mais saudáveis e do filho. Fernando Frazão/Agência Brasil

País vai atualizar vacina contra pólio a partir de 2024

O Ministério da Saúde vai substituir gradualmente a vacina oral contra poliomielite pela versão inativada do imunizante a partir de 2024. A recomendação foi debatida e aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização que considerou as novas evidências científicas para proteção contra a doença.

Essa atualização não representa o fim imediato do imunizante na versão popularmente conhecida como gotinha, e sim um avanço tecnológico para maior eficácia do esquema vacinal a ser feito após um período de transição, informou o ministério.

A indicação da Câmara Técnica foi para que o Brasil passe a adotar exclusivamente a vacina inativada poliomielite no reforço aos 15 meses de idade, o que atualmente é feito com a forma oral do imunizante. A forma injetável é aplicada aos dois, quatro e seis meses de vida, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. Portanto, após um período de transição que começa no primeiro semestre de 2024, as crianças brasileiras que completarem as três primeiras doses da vacina irão tomar apenas um reforço com a injetável aos 15 meses.

A dose de reforço aplicada atualmente aos quatro anos não será mais necessária, já que o esquema vacinal com quatro doses garantirá a proteção contra a pólio. A atualização considerou os critérios epidemiológicos, as evidências relacionadas à vacina e as recomendações internacionais sobre o tema.

MOVIMENTOS DA SOCIEDADE

A nova recomendação foi apresentada pelo Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). “A retomada das altas coberturas vacinais é uma prioridade do governo federal. Esse é um movi -

mento, não uma campanha isolada, justamente pela ideia de continuidade e pelo constante monitoramento de resultados. Esse trabalho não se restringe ao Ministério da Saúde, por isso estamos indo aonde estão os movimentos da sociedade”, explica a ministra Nísia Teixeira.

Desde 1989 não há notificação de caso de pólio no Brasil, mas as coberturas vacinais contra a doença sofreram quedas sucessivas nos últimos anos. Em todo o Brasil, a cobertura ficou em 77,19% no ano passado, longe da meta de 95% para essa vacina. Por isso, a mobilização para retomar as altas coberturas vacinais no país, que já foi referência internacional, é fundamental.

MULTIVACINAÇÃO

Quanto a ação de multivacinação, voltada para menores de 15 anos com todas as vacinas do calendário nacio-

nal, a ideia é checar as cadernetas de vacinação e atualizá-las com as doses faltantes. O Ministério da Saúde vai repassar mais de R$ 151 milhões para estados e municípios investirem nas ações de vacinação.

Para combater o risco de reintrodução de doenças que já foram eliminadas pela vacinação – como a poliomielite – o Ministério adotou o microplanejamento em que ele trabalha com estados e municípios para melhorar o planejamento das ações de vacinação.

Equipes irão aos estados para participar de ações deste método, como a análise da situação dos dados (características geográficas, socioeconômicas e demográficas locais), definição de estratégias de vacinação, seguimento e monitoramento das ações e avaliação de todo o processo da vacinação para o alcance das metas.

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A vacina em gotinha será atualizada com o tempo, a partir do ano que vem Ana Cristina Campos, da Agência Brasil Tomaz Silva/Agência Brasil Vilmar José Krenchinski Cooperado desde 1988.

Felicidades para a Leici Nascimento, da Capela Santa Luzia – Paróquia Sagrada Família (Toledo), pelo que comemorou mais um ano de vida (27/07) e recebe homenagem dos familiares e amigos

Os pais Carlos e Angélica, e maninhas Lavínia e Maria Clara, desejam muita saúde, felicidades e as bênçãos de Deus ao Gabriel da Silva lopera, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Guaíra), que completa 2 aninhos (27/08)

Grupo de adolescentes da Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Maripá), acompanhadas pela Sandra, responsável pela Pastoral Vocacional, participou do Domingão Vocacional (25/06) realizado no noviciado da Beata Angelina, em Toledo

Catequistas com seus catequizandos adultos, da Paróquia São Cristóvão (Toledo), participaram da novena do padroeiro com reflexão “A vocação universal à santidade” conduzida por Pe. Lucimar Castellani, da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Assis Chateaubriand)

A comunidade de fé de São Pedro do Iguaçu participou da celebração eucarística em que se apresentaram 32 jovens para receber o Sacramento da Crisma. Durante a celebração (2/07), o bispo diocesano, D. João Carlos Seneme, dirigiu sua mensagem aos crismandos, seus familiares e demais fiéis para o testemunho de Cristo a partir da acolhida dos dons do Espírito Santo – Foto: Adriana Mascarenhas

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Pe. Valdecir Trajano, Denilson de Oliveira e Ederson Pilonetto, na Escola Bíblica da Paróquia Santo Inácio de Loyola (Jesuítas) – Foto: Thiago da Costa Brito

MISSA NO LAR DOS IDOSOS

O Lar dos Idosos, como é conhecida a Associação Promocional e Assistencial (APA), em Toledo, vem retomando o calendário de celebrações religiosas com seus acolhidos. No último dia 13/07, Frei Ivan Nava, vigário paroquial da Paróquia Menino Deus, presidiu a celebração eucarística que contou com a participação da Ministra Auxiliar da Comunidade, dona Terezinha, e na animação o Jaime Schmidt, com os trabalhos organizados pela Ivanete e a diretora da entidade, a Ester Rossol. Ao concluir a celebração, todos desfrutaram de um chá com os aniversariantes de julho: colaboradora Kelly (1º/07) e os senhores Raimundo (28/07) e Normelio (29/07).

Pe. Roberto Lopes de Souza e catequistas com catequizandos adultos, da Paróquia São Cristóvão (Toledo), que receberam a Cruz e Bíblia, na caminhada catequética da Iniciação à Vida Cristã (9/07)

No fim de semana anterior à festa, foi realizado o 2º Passeio Ciclístico da Amizade em

auxiliou na administração

Festa de São Cristóvão 2023

Com tempo estável, sem chuva, e temperatura de 12 graus no começo do dia, ocorreu a bênção dos veículos na Festa de São Cristóvão, em Toledo, no último dia 16 de julho. Praticamente toda a manhã seguiu a fila de caminhões, carros, motos e inclusive de ciclistas para manifestar a devoção ao padroeiro dos motoristas e transeuntes. As festividades ocorreram dentro do esperado por conta do empenho de uma equipe “nota 10”, como disse o pároco, Pe. Luiz Carlos Franzener.

Pe.

com equipe de coordenação da festa e do concurso com familiares e as crianças:

Equipe de assadores dos costelões da Festa de São

Cristóvão 2023

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Luiz Vicente Vieira e Maria Clara Gonçalves Marques (Rei e Rainha da Festa 2023); Maria Eduarda de Souza e Nicolas Panisson Simon (1º Príncipe e Princesa); Isis Vitória Souza e Lucas Gabriel Prolo (2º Príncipe e Princesa) – Foto: Ana Probst O pároco, Pe. Luiz Carlos, no rito de bênção aos motoristas - Foto: Ana Probst Ciclista e seu animal de estimação na bênção de São Cristóvão - Foto: Regiane Zanutto Cristo Foto: Ana Probst Pe. André Boffo Mendes da bênção aos motoristas - Foto: Regiane Zanutto Equipe da cozinha na Festa de São Cristóvão 2023 Fotos: Isabela Rhoden

ANIVERSÁRIO ANIVERSÁRIO

LOÇÃO JOVEM 120 G DE R$ 23,99 EXPEC 120 ML DE R$ 35,00 CLOR MAGNÉSIO 100 CAPS DE R$ 35,00 DORFLEX 36 COMP DE R$ 25,79 CREME DENTAL ORAL-B 70G DE R$ 3 90 INALADOR A AR INALAR DE R$ 249 90 RESFENOL 20 COMP DE R$ 22,24 SAB NÍVEA 85 G DE R$ 2,99 CÁLCIO FIXA-CAL 90 COMP DE R$ 39,90 117 7 ,,99 99 POR APENAS Rua Santos Dumont, 2634 Centro - Toledo/PR (45) 3252-1525 (45) 99815-7553 ONDE ESTAMOS 114 4 ,,99 99 POR APENAS 119 9 ,,99 99 POR APENAS 119 9 ,,90 90 POR APENAS MS 1.8326.0354.011-7 114 4 ,,99 99 POR APENAS 11,99 ,99 POR APENAS 1189 89 ,,90 90 POR APENAS 113 3 ,,90 90 POR APENAS MS. 1.0689.0135.019-7 2 2,29 ,29 POR APENAS MULTY AMARGO 60 CAPS DE R$ 46,90 29 29 ,,90 90 POR APENAS
OFERTAS VÁLIDAS PARA O MÊS DE AGOSTO OFERTAS VÁLIDAS PARA O MÊS DE AGOSTO

Equipe que animou a celebração eucarística que concluiu a programação do 20º Encontro Diocesano da Pastoral do Auxílio Fraterno realizado em Terra Roxa (25/06)

Ryan Vinícius Dill aniversariou dia 29/07 e recebe a homenagem da mãe Viviane, da avó Lourdes e demais amigos da Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Vila Nova)

Lourdes Ilce Dill, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Vila Nova), comemorou aniversário dia 29/07 e recebe a homenagem da filha Viviane e do neto Ryan Vinícius

Jubileu de Prata das Equipes de Nossa Senhora em Toledo: homenagens prestadas aos casais que iniciaram a caminhada, em especial à senhora Clenar e ao esposo Jandir Formigheri (em memória). Na cerimônia em 27/05 também foi recordado o Frei Doriano Ceteroni, que até o começo de 2023 foi o Prior Geral dos freis agostinianos, e que tanto fez para que o Movimento se tornasse possível na Diocese de Toledo há 25 anos.

Coordenação de Catequese da Paróquia São Vicente Palotti, de Palotina, com o então pároco, Pe. Pierre, que agora exerce sua missão no Mato Grosso do Sul

Coordenação da Animação Bíblico-catequética da Diocese de Toledo no encerramento da 13ª turma da Escola Catequética Companheiros de Emaús (23/06)

Ação de graças pelos catequistas

Catequistas integrantes da 13ª turma da Escola Catequética Companheiros de Emaús participaram de celebração eucarística e da cerimônia de entrega dos certificados de conclusão dos estudos, oferecido pela Diocese de Toledo e Pontifícia Universidade Católica (PUCPR) – Câmpus de Toledo. A ação de graças reuniu a turma com mais de 60 participantes e seus familiares, em celebração na Catedral Cristo Rei.

Equipe de coordenação da Escola Catequética Companheiros de Emaús: Vânia, Vera, Francisca, Marinês e Maria Carmela

Catequistas concluintes da 13ª turma da Escola Catequética Companheiros de Emaús, expressam alegria na cerimônia de entrega dos certificados

A Capela Santa Maria, da Paróquia São Francisco de Assis (Toledo), recebeu a Missa Jovem, dentro da proposta de evangelização do Setor Juventude, com celebração presidida pelo Pe. Juarez Pereira de Oliveira, reitor do Seminário Maria Mãe da Igreja, e participação das expressões juvenis da Diocese de Toledo –

Missa pelos 85 anos do Sr. Carlos

Celebrar a vida, ser grato a Deus por esse dom em que cada um tem a oportunidade de fazer o melhor pelo próximo. Carlos Magro celebrou seus 85 anos rodeado pelos familiares e amigos, os quais foram convidados para a missa que foi presidida pelo Pe. Aloysio André Kasper, seguida de confraternização na Sede Social da Catedral. Por mais de 30 anos, o Sr. Carlos foi Ministro Auxiliar da Comunidade (MAC) na Paróquia Cristo Rei, em Toledo – Foto: Crespo/Foto Clivati

O aniversariante com a esposa Idelsen e seus familiares Os irmãos cantam o “Parabéns a você”

Ano XXVII - nº 294 - Agosto de 2023 81
Ação de graças pelo dom da vida Fotos: Juan Matoso D. João Carlos Seneme no rito de bênção dos crucifixos entregues aos concluintes da Escola Catequética Companheiros de Emaús

56 anos da Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Guaíra

Com muita dedicação e empenho, foram celebrados os 56 anos de criação da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Guaíra. A tradicional Missa Sertaneja deu o tom das festividades no último dia 8 de julho, e no dia seguinte a Missa solene, seguida de almoço de confraternização no Salão Frei Angélico e demais festejos populares. Por meio de atitudes práticas, cumprindo com sua missão de evangelizar, a comunidade apresenta Jesus a quem mais precisa, e se une no pedido para que a Padroeira continue acompanhando sua jornada – Fotos: Carlos Gabriel Ferreira Mariano e Gleissiele T. Dornelles

Ornamentação para a imagem da Padroeira da Paróquia

Lideranças das comunidades com os Santos Padroeiros

Ano XXVII - nº 294 - Agosto de 2023 82
Fiéis em oração na Missa Sertaneja Acolhida à imagem da Padroeira na celebração Equipe celebrativa da Missa Sertaneja Representantes das Pastorais e Movimentos Homenagem à Sagrada Família de Nazaré Coroinhas participam da celebração solene

Irineu lopera e Ana Rosário lopera, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Guaíra), recebem homenagem pelos 48 anos de casados (26/07). Filhos, noras, netos e bisnetos rendem graças a Deus pelas bênçãos a este Matrimônio

Oração dos devotos do Sagrado Coração de Jesus

Apostolado da Oração

Momento de reflexão sobre o tema do encontro

“A espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus e Eucaristia” foi o tema escolhido para o encontro do Apostolado da Oração – Rede Mundial de Oração do Papa do Decanato Toledo, realizado no Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Toledo (2/07). O evento contou com a participação de representantes de onze paróquias que acolheram a intensidade do tema proposto – Fotos: Fábio Cembrani

Tema do encontro motivou a participação das lideranças

Descontração na acolhida aos participantes do evento

Ano XXVII - nº 294 - Agosto de 2023 83
Coordenadora diocesana do Apostolado da Oração, Lourdes de Assis Candidatos ao Diaconato Permanente na Diocese de Toledo com Pe. Claudemir Caprioli que conduziu retiro na etapa realizada em julho

Milho vai para fora ou fica no mercado interno?

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que o Brasil deve produzir maior safra histórica de grãos no ciclo 2022/2023, com 317,6 milhões de toneladas. Desse total, a previsão é de 127,8 milhões de toneladas de milho

Em julho, a previsão apontada pela Conab no 10º levantamento de grãos indicou um aumento da produção brasileira e maior demanda internacional. Se o andamento da colheita e o mercado confirmarem, o volume de exportações de milho em 2023 mantém a tendência de elevação. “Com a projeção de demanda externa aquecida, estima-se que 48 milhões de toneladas do cereal sairão do país”, consta no relatório. Essa estimativa já vinha sendo calculada pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) que em março deste ano já sugeria um volume de 50 milhões de toneladas a serem exportadas.

Já o Boletim Logístico da companhia, divulgado em junho, apresentava que o milho 1ª safra (2022/23) têm 48% e a comercializar, enquanto que a 2ª safra de milho tinha cerca de 83% a comercializar até o fechamento do primeiro semestre deste ano.

Com isso, aumenta a preocupação das cooperativas em espaço para armazenar a produção. O milho 2ª safra está chegando e a movimentação para remoção dos estoques deve intensificar. Airton Galinari, presidente executivo da Coamo, disse que a safra verão havia

ocasionado um problema logístico e que deve repetir na safra de inverno. “Talvez até num nível de gravidade maior”, alerta. Ele confirma que a comercialização foi muito lenta e o estoque de passagem encontra-se bastante alto. Até o encerramento do primeiro semestre, metade da safra de soja ainda estava nos armazéns. “Temos remanescentes de safras anteriores de soja e milho. O produtor está muito reticente este ano”, disse. Muitas atenções, contudo, ficam na condição climática que poderá dar ou não um novo ritmo às vendas. Até o fechamento do primeiro semestre, cerca de 70 milhões de sacas ocupam os armazéns. “Porém, o atraso da safra de milho ajuda um pouco porque tem bastante escoamento para acontecer em agosto que vai ajudar no recebimento”, observa. No período anterior, a cooperativa lançou mão de alternativas de armazenagens

temporárias como os silos-bolsas, silos infláveis, aluguel de armazéns, entre outras formas.

A estimativa de consumo interno é de quase 80 milhões de toneladas. O estoque final que deve ficar em 10 milhões de toneladas, acima do que foi na passagem da safra 2021/2022, devido à frustração de produção por conta da forte estiagem, contudo abaixo das safras anteriores. O estoque final, se confirmar, ficará igual ao da safra 2014/2015.

No Paraná, vale lembrar que suinocultura e avicultura absorvem cerca de 90% do consumo interno de milho no Estado, o que equivale a cerca de 14 milhões de toneladas. O Paraná já chegou a exportar mais de 4,5 milhões de toneladas em 2019, e nos anos seguintes, por conta das condições climáticas, precisou reforçar ainda mais as compras de milho do exterior, principalmente do Paraguai e Argentina.

Ano XXVII - nº 294 - Agosto de 2023 84
Produção da 2ª safra pode provocar problemas para logística de armazenagem

Coração jovem

Não existe pessoa velha. O que envelhece é o cabelo e não o coração. O que fizemos de bom no presente é resposta dos conhecimentos valiosos do passado. Sorrimos como crianças quando alguém mais experiente na vida nos elogia. Aqui na terra fica o passado, mas a vida com Deus é a eternidade, ela não envelhece, é vida nova lá no céu. Deus não envelhece! E deseja que todos nós estejamos ao lado d’Ele.

Geraldo Gomes de Lima

Paróquia Nossa Senhora Aparecida Arquidiocese de Maringá | PR

Misericórdia, ó Senhor!

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!

Na imensidão de vosso amor, purificai-me!

Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!

A mão de Deus se estende

No mistério do Universo, a mão de Deus se estende.

A cada alma, um chamado, que a todos compreende.

Nas preces que ecoam, na paz que irradia, Encontra-se a resposta, na fé que guia.

O ser humano busca, anseia e clama, Na busca do divino, encontra sua chama. Nos dias serenos, ou nas sombras do viver, Deus, o farol eterno, ajuda a renascer.

Caminham juntos, em jornada abençoada, A presença do Pai, na estrada iluminada. Nos momentos de dor, amparo e alento, Deus segura a mão, acalma o sofrimento.

Que a relação sublime, jamais se desfaça, Em Deus, o ser humano encontra a graça.

A

Augusto

Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

Salmo 50

Envie sua Mensagem

Aponte a câmera do seu celular!

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E na trajetória da vida, no divino se encontra, essência do amor, onde o ser humano aponta. A. dos Santos Paróquia São Cristóvão – Toledo | PR

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Coração jovem

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Milho vai para fora ou fica no mercado interno?

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