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OS VALORES FAMILIARES NA MISSÃO DO SACERDOTE

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Coração jovem

Coração jovem

Todo pai tem grandes responsabilidades com sua família. O padre, na tradução do italiano, é pai também, com a diferença na quantidade de “filhos”. Chegando ao fim desta entrevista, o pai Benedito deseja que o filho Leonardo, futuro pai das comunidades de fé junto de Cristo, viva a plenitude desta missão como sacerdote.

“Desejo que seja um grande pai para as comunidades onde ele servir a Igreja; um bom pai, um bom pastor para conduzir os fiéis, os filhos, na fé. Que ele possa ser essa pessoa que leve Deus às pessoas como o pai de uma grande família. Imaginar o tamanho da missão, quantos filhos, eu acho que é muito semelhante a missão do padre com a missão do pai de família que é cuidar bem dos filhos e dar o suporte na fé, principalmente”, afirma.

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Ao ouvir isso do pai, o diácono Leonardo faz uma reflexão sobre esse momento em que está diante da missão de Jesus, que muitas vezes parece não ser fácil de compreender, por conta das suas exigências. “Eu acredito que é isso que faz o ministério manter a sua beleza. O que Cristo nos dá são princípios, que a Igreja legisla, mas ainda assim a existência sempre guarda suas surpresas. Lembro Seminário quando ainda era tomado por uma ‘síndrome de Superman’ – que o padre era um pai com superpoderes, polivalente, sem grandes fragilidades – e quando você começa a tocar a existência humana, e a própria existência inclusive, caímos em si e vemos que o padre pode ser eu. Mas o que faz com que um homem, como ser humano, com potencialidades, características positivas, mas também fragilidades e limitações, pode tomar sobre si tamanha responsabilidade que é participar desse sacerdócio de Jesus Cristo? É aqui que entramos na dinâmica da graça de Deus. Eu faço a minha experiência da misericórdia de Deus, e acredito que todos nós fazemos. Você não barganha misericórdia, mas como todas as outras pessoas somos convidados, todos os dias, à conversão e crescimento interior, e isso se dá no relacionamento com Deus. Todos precisamos ter consciência de quem somos e não nos arrogarmos diante de Deus”, pondera.

Como sacerdote, Leonardo tem consciência dessa responsabilidade, mas a percebe não como um grande fardo, e explica porque: “Não sou eu por mim mesmo que estará dando conta deste ministério; ele tem a minha parcela, mas se eu não estivesse sustentado pela graça de Cristo e à luz de Deus, não aguentaria tamanha missão”, compreende.

Para o diácono, tomar o sacerdócio numa perspectiva pragmática, sabendo o que o padre tem que fazer e suas responsabilidades, é um caminho. Contudo, para ele, o sacerdócio deve ser muito mais do que isso. “Quando se está diante de uma pessoa que vem buscar um direcionamento; no momento em que se está diante do presbitério e Cristo está se dando na Eucaristia, naquele pão e naquele vinho, por meio das suas mãos e da oração – que também é uma oração da Igreja, em comunhão – vai muito além de mim”, diz. É por isso que ele tem para si que no dia da ordenação sacerdotal toda a comunidade está celebrando não o eleito, mas o ministério que está sendo confiado. “É só por ter conseguido chegar a essa consciência que hoje consigo responder. É o suporte espiritual que faz com que nos sintamos seguros para fazer aquilo que não temos poder necessariamente, mas que vem de Deus e nos foi dado por meio da Igreja, mas ainda assim, senão por sua graça, nada posso e nada consigo fazer. Se não estou nessa dinâmica da graça seria impossível aceitar esse ministério ou achar que ele é possível. Eu vejo que o padre tem suas potencialidades humanas, mas muito mais a graça de Deus. Somos instrumentos, porque é Deus quem faz. Mais do que uma ideia, isso é real”, sublinha.

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