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A pergunta que inquieta: “Quem é Jesus?”
21º Domingo do Tempo Comum | 27 de agosto de 2023 – Dia dos Catequistas
Leituras: Is 22,19-23; Sl 137(138),1-2a.2bc-3.6.8bc; Rm 11,33-36; Mt 16,13-20 nidade. O evangelista aproxima o Jesus terreno com o Filho do Homem. No fundo, a busca pela clareza da identidade de Jesus como Messias também é buscada pelos discípulos. Assim como na montagem de um quebra-cabeça, no qual cada peça é insubstituível e indispensável, a busca pela identidade de Jesus é a soma de várias pequenas revelações feitas por ele aos seus que vão se encaixando, a ponto de apresentar, ao final, quem de fato Jesus é. Cada peça é indispensável!
A busca da autocompreensão é um processo de uma vida. Constantemente ouvem-se afirmações semelhantes a estas: “Eu desconheço esta pessoa”, ou “Eu conheço a tantos anos e ainda me surpreendo”. Justamente porque a clareza sobre o “eu” é uma constante busca e, ao mesmo tempo, lapidação do mesmo.
Quando aplicamos esta pergunta a Deus, exige de nós o mínimo, que é a proximidade. Só é capaz de responder “Quem Deus é” aquele que tem intimidade e proximidade com Ele. É impossível dizer sobre a identidade de alguém sem se aproximar deste, caso contrário, teremos apenas informações de terceiros sobre alguém que, sequer, conheço. Neste contexto, a pergunta de Jesus impacta: “E vós, quem dizeis que Eu sou”? Hoje esta pergunta se dirige a cada cristão.
- Como tenho compreendido as “revelações” da identidade de Cristo?
- A minha compreensão de poder ainda se baseia na vanglória ou no poder-serviço?
- Se a pergunta fosse a mim dirigida: “E vós, quem dizeis que Eu sou”? O que eu responderia?
Os discípulos se encontram em Cesaréia de Filipe, um lugar retirado de extrema fragilidade social. Interessante: a partir da “periferia” Jesus instiga os seus a verem quem Ele é.
O EXERCÍCIO DO PODER-SERVIÇO
O profeta Isaías exerce seu ministério profético dentro e em torno de Jerusalém, num período em que a Assíria executava seu plano, pela força, de um império mundial. Isaías tem plena convicção da santidade e o poder real do Deus de Israel. Considera que a opressão ao povo simples é uma ofensa a santidade de Iahweh.
O texto que a Liturgia propõe retirado de Isaías é, de fato, um oráculo contra uma pessoa denominada Sobna, que vem a ser o administrador do palácio, um cargo extremamente importante, tenho do encargo de abrir e fechar as portas da casa do rei, sendo assim um encargo de confiança.
O oráculo contra Sobna se dá pela sua preocupação demasiada em construir para si um túmulo luxuoso, enquanto o povo passa por momento forte de crise. A perda do cargo se dá pela ideia de um abuso de poder exercido por Sobna, que agora é substituído por Eliacim.
O que convém destacar é: a escolha é feita por Deus. Ao mesmo tempo, com a acusação de um poder iníquo e a escolha de outro, é para compreender que o verdadeiro poder é aquele exercido em favor do outro e não em benefício próprio. Aquele que perde esta compreensão vira tirano, postura esta condenada por Deus.
Este elemento é importante, pois a ideia de um “poder serviço” é aplicada no Novo Testamento ao Messias que, servindo, mostra seu poder.
A Autorrevela O De Deus
O Evangelista Mateus intenta instruir e exortar a comu-
Vejamos que a pergunta tem dois momentos: “Quem dizem que eu sou”? Dizer o que dizem sobre alguém não implica conhecimento e intimidade, mas apenas ouvidos bons para captar as opiniões. No caso apresentado no Evangelho, são muitas opiniões de quem seja Jesus, indicando ainda uma imagem inadequada de quem é Jesus.
O segundo momento é direto: “E vós, quem dizeis que eu sou”? Visto que os discípulos já obtiveram inúmeras “peças” da identidade de Jesus, agora são desafiados. Seguimento é isto: ter clareza de quem seguimos, porque seguimos, e como seguimos. Para tanto, saber de fato quem seguimos é fundamental, pois, ninguém é capaz de deixar tudo por alguém que não conhece.
Nisto temos a profissão de fé de Pedro. Este se torna pedra de fundamento. A ele é entregue as chaves. As mesmas que em Isaias foram retiradas do administrador iníquo do palácio pela sua perversão diante do poder, agora, no Evangelho, é entregue a Pedro, como aquele que deve compreender o poder como serviço, assim como o Messias fez. Pedro se torna ponto de união da comunidade, porque este serve em primeiro lugar.
Leitura Diária
Dia 28 (Santo Agostinho): 1Ts 1,1-5.8b-10; Sl 149; Mt 23,13-22
Dia 29 (Martírio de São João Batista): Jr 1,17-19; Sl 70(71); Mc 6,17-29
Dia 30: 1Ts 2,9-13; Sl 138(139); Mt 23,27-32
Dia 31: 1Ts 3,7-13; Sl 89(90); Mt 24,42-51
Dia 1º/09: 1Ts 4,1-8; Sl 96(97); Mt 25,1-13
Dia 2/09: 1Ts 4,9-11; Sl 97(98); Mt 25,14-30