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O que podemos aprender com a história vocacional do Pe. Inácio Afonso Scherer
Pe. Inácio Afonso Scherer há 44 anos dedica sua vida a Jesus Cristo como sacerdote na nossa Diocese de Toledo. Uma bela vida de caminhada com Deus, por Deus e para Deus. É como diz seu lema de ordenação: “Eu sou o caminho a verdade e a vida (Jo 14,6a). Mas como quem caminha com Cristo nunca caminho sozinho, precisamos antes conhecer as suas origens.

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Pe. Inácio é um gaúcho que nasceu no oitavo dia de setembro de 1952, no distrito de São Francisco, município de Cerro Largo. Filho de Avelino Aloísio Scherer e Maria Alvina Spohr Scherer, casal de origem alemã que educou seus dez filhos na tradição católica. A terra natal de Pe. Inácio é uma região missioneira, berço de muitas vocações religiosas. São os frutos do trabalho dos missionários jesuítas que dedicavam horas à Catequese das comunidades. Ensinavam sobre espiritualidade familiar e comunitária, devoções marianas, formação humana. Deles, o senhor Avelino Scherer e a senhora Maria Scherer aprenderam muito e souberam transmitir a fé católica aos seus filhos.
Em 1955 sua família mudou-se para
Toledo. Família pioneira do Município, chegou na época em que a região era mata a ser desbravada. As residências dos moradores vizinhos eram identificadas no meio das árvores apenas pala fumacinha das chaminés dos fogões à lenha acesos para fazer o café. Foi neste ambiente rural que Pe. Inácio cresceu: ambiente de trabalho, cuidado e espiritualidade. Ele lembra de como os pais são importantes à vocação dos filhos. São modelos. Seus pais foram seus principais exemplos. Foram sempre muito empenhados com a família e com comunidade, tanto na área da espiritualidade quanto da caridade. Estavam sempre dispostos a ajudar. E não permitiam que ninguém da família faltasse às missas. E quando as fortes chuvas impediam de ir à Igreja, toda a família fazia a Celebração da Palavra em casa mesmo. Era Seu Avelino que presidia, em alemão. Espiritualidade familiar sempre foi muito forte em sua família.
Outros grandes e inesquecíveis exemplos para Pe. Inácio, e que o inspiraram a ser padre foram os missionários do Verbo Divino Pe. Aloísio Baumeister e Pe. João Werner. Eram figuras impressionantes. Durante as Grandes Guerras eles moravam na Europa e participaram delas. Sofreram muito, porém quando contavam as suas histórias o que mais impressionava não era as dificuldades que passaram, mas como eles louvavam a Deus e conseguiam o ver mesmo nas piores dificuldades, nunca perdendo a fé, apesar dos pesares. Eles eram padres muito alegres, pacientes, de profunda espiritualidade, humildade e carinho para com o povo. Foram luzes para o pequeno Inácio que aos 12 anos, junto com seu irmão mais velho, Irineu, manifestaram a vontade de serem padres do Verbo Divino. Mas Pe. João Werner os aconselhou a serem padres diocesanos para poderem ajudar D. Armando Círio a cuidar da Diocese de Toledo. Pe. Inácio afirma que este foi um belo espírito de preocupação pastoral. Foi para ele um sinal muito forte ver como aqueles padres se preocupavam com o povo de Toledo. E somando o período de seminário com o período de sacerdote, já faz quase 60 anos que Pe. Inácio segue o conselho de Pe. João, de cuidar da Diocese de Toledo.
“A obra não é nossa. Se a Igreja sugere, se diz que precisamos nos aproximar, nos aproximaremos, e vai dar certo ouvir a Igreja, e dá certo, pelo que vejo nas experiências que eu fiz”.
Foram quatorze anos de formação, de 1965 a 1979. Iniciou o curso de Filosofia no Studium Teologicum, em Curitiba, o concluindo em Passo Fundo (RS). Cursou Teologia no Studium Teologicum, o concluindo no Instituto Teológico de Santa Catarina (SC).
Em 1979 retornou a Diocese de Toledo auxiliando na Catedral nas pastorais, programas de rádio e acompanhamento aos jovens. E, finalmente, no dia 28 de julho do mesmo ano foi ordenado presbítero, por D. Armando Círio, o mesmo bispo que Pe. João pediu para ele auxiliar. A ordenação foi na Capela de Dois Irmãos. Após, foi vigário na Catedral, pároco em Jesuítas, coordenador de Pastoral, assessor diocesano da Catequese; de 1995 a 2001 foi orientador espiritual do Seminário Maria Mãe da Igreja; e de 1995 a 2007, orientador espiritual do noviciado São José, da Congregação da Sagrada Família de Nazaré. Também trabalhou nas paróquias São Pedro e São Paulo (Toledo), São Pedro (São Pedro do Iguaçu), Nossa Senhora de Lourdes (Tupãssi) e Nossa Senhora Aparecida (Guaíra), além da Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Vila Nova) e Catedral onde ficou por 17 anos como pároco antes de assumir a Paróquia São Francisco de Assis, em Assis Chateaubriand, onde se dedica até os dias atuais.
Em 44 anos de sacerdócio, foram muitos momentos marcantes. Aprendeu que as comunidades são sempre dinâmicas e, por isto, a dimensão missionária é importantíssima para conhecer o povo. Assim é possível articular as pastorais para atender as necessidades da comunidade: Sacramentos, espiritualidade, saúde, necessidades materiais entre tantas outras demandas. Por isso, a Igreja em saída precisa estar sempre atenta. É um trabalho árduo e muito bonito, principalmente porque por onde passou sempre teve muito auxílio de vários leigos que se dedicam à missão da Igreja. “Na Igreja nada se faz sozinho, e tudo precisa ter a formação bíblica como base: os Sacramentos, a dimensão da fé, a vivência da fé. Uma religião mais encarnada pelo Evangelho nasce