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O despertar das vocações
A vocação sacerdotal é considerada um chamado especial e uma forma de resposta ao chamado de Deus para servir os outros e levar o Evangelho a todas as pessoas. Os sacerdotes desempenham um papel fundamental na vida da Igreja, guiando, ensinando, consolando e administrando os Sacramentos, ajudando os fiéis em sua jornada espiritual e proporcionando apoio e orientação em momentos de alegria e dificuldade.
A Pastoral da Juventude desempenha um papel significativo na vida sacerdotal de muitos jovens que desejam seguir a vocação religiosa. A Pastoral da Juventude tem como objetivo evangelizar e promover o desenvolvimento integral dos jovens, ajudando-os a crescer espiritualmente, desenvolver suas habilidades de liderança e se engajar em ações pastorais e sociais.
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Existem várias maneiras pelas quais a Pastoral da Juventude pode ser importante na vida sacerdotal: 1) Discernimento vocacional; 2) Formação humana e espiritual; 3) Comunidade e apoio; 4) Oportunidades de liderança; 5) Evangelização e serviço.
Diante desses levantamentos, é importante frisar que o Pe. Roberto Lopes, assessor diocesano da Pastoral da Juventude, antes de entrar para o seminário e iniciar sua vida sacerdotal, esteve presente em um grupo de jovens da PJ. Levando isso em consideração, apresentamos o depoimento sobre o despertar de sua vida sacerdotal.
Como a Pastoral da Juventude influenciou e influencia até hoje na sua vida sacerdotal? “Primeiramente, quero deixar claro que a minha vocação iniciou bem antes de conhecer um grupo de jovens, pois ainda muito criança eu já dizia que queria ser padre. Lembro que eu ia para missa junto com minha mãe e meus irmãos e ficava encantado quando o padre dizia: ‘Oremos’. De algu- ma maneira aquela palavra tocava mais forte no meu coração. Também me chamava a atenção a roupa branca que o padre usava. Eu ficava pensando em um dia poder usar uma roupa daquelas e celebrar uma missa. Então, com esta motivação, à noite, antes de dormir, eu rezava e pedia a Deus que me desse a vocação para ser padre. Esta oração durou alguns anos da minha infância. Porém, na fase da adolescência comecei a me questionar se era isto mesmo que eu queria. Então, minha oração mudou um pouco, de modo que eu não pedia mais de modo tão direto para ser padre, mas que Deus me iluminasse para eu fazer a melhor escolha”.
“O tempo passou e eu parei de falar que queria ser padre. Foi aí que o grupo de jovens foi importante, pois quando comecei a participar do grupo, gradativamente foi despertando em mim aquela motivação da infância. Então, posso dizer que a Pastoral da Juventude me ajudou a recuperar algo que estava meio adormecido. Penso que a convi- vência no grupo me fez experienciar aquilo que é básico na Igreja: o acolhimento e o sentimento de pertença. É como se o grupo de jovens fosse uma igreja em miniatura, um espaço onde todos são ouvidos, onde as opiniões são respeitadas, mas onde todos olham para a mesma direção, seguindo o mestre que é Jesus Cristo. O grupo de jovens é uma escola de convivência e uma oportunidade de protagonismo. A participação no grupo de jovens e o envolvimento na Liturgia da minha comunidade me fazia sentir muito bem, a ponto de me perguntar novamente se não seria isto que eu queria: dedicar a minha vida em tempo integral para a Igreja! Foi com esta motivação que tomei a decisão de entrar no seminário.
A Pastoral da Juventude influencia até hoje a minha vida sacerdotal, primeiramente através dos amigos que fiz ao longo dos anos, e que permanecem até hoje, sobretudo neste tempo em que estou como assessor diocesano. Em segundo lugar, a metodologia da Pastoral da Juventude me influencia no modo como procuro lidar com as diversas pastorais e movimentos dentro da paróquia na qual eu me encontro, seja ela qual for”.

O que te motivou a escolher a Pastoral da Juventude? “Quando entrei no grupo de jovens pela primeira vez o que me motivou foi o convite que fizeram e a busca por um espaço de convivência com outros jovens, o que me daria a oportunidade de fazer novas amizades e crescer na fé. Vários anos depois, quando fui ordenado padre me coloquei à disposição do bispo para assessorar a Pastoral da Juventude devido a esta base que eu tive no grupo de jovens e porque eu gostaria de ajudar esta Pastoral de alguma forma. Além disso, nesta época o cargo de assessor diocesano da Pastoral da Juventude estava vago e necessitava de alguém que assumisse”.
“O grupo de jovens é uma escola de convivência e uma oportunidade de protagonismo. A participação no grupo de jovens e o envolvimento na Liturgia da minha comunidade me fazia sentir muito bem, a ponto de me perguntar novamente se não seria isto que eu queria: dedicar a minha vida em tempo integral para a Igreja! Foi com esta motivação que tomei a decisão de entrar no seminário”.

O que te faz estar na Pastoral da Juventude até hoje? “Já estou como assessor diocesano da Pastoral da Juventude há 20 anos. É bastante tempo! Várias pessoas que batizei quando bebês hoje são jovens. Por um lado, parece que nem vi o tempo passar, por outro, sinto certa preocupação por ainda permanecer, pois atualmente não consigo dedicar a esta Pastoral o mesmo tempo que dediquei nos anos iniciais de meu ministério. Ainda estou porque ainda me sinto acolhido. Além disso, penso que ainda estou nesta Pastoral, mesmo sem muita atuação, porque ao longo dos anos conseguimos formar uma equipe de assessores leigos que procuram dar o suporte que a PJ precisa. Em resumo, a Pastoral da Juventude influencia a escolha pela vida sacerdotal ao oferecer um ambiente propício para o discernimento vocacional, testemunhos inspiradores, formação integral, criação de uma comunidade de fé e amizade e oferta de oportunidades concretas de serviço e missão. Esses elementos combinados podem despertar e fortalecer o desejo dos jovens de se dedicarem à vida sacerdotal”.
