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Milho vai para fora ou fica no mercado interno?
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que o Brasil deve produzir maior safra histórica de grãos no ciclo 2022/2023, com 317,6 milhões de toneladas. Desse total, a previsão é de 127,8 milhões de toneladas de milho
Em julho, a previsão apontada pela Conab no 10º levantamento de grãos indicou um aumento da produção brasileira e maior demanda internacional. Se o andamento da colheita e o mercado confirmarem, o volume de exportações de milho em 2023 mantém a tendência de elevação. “Com a projeção de demanda externa aquecida, estima-se que 48 milhões de toneladas do cereal sairão do país”, consta no relatório. Essa estimativa já vinha sendo calculada pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) que em março deste ano já sugeria um volume de 50 milhões de toneladas a serem exportadas.
Já o Boletim Logístico da companhia, divulgado em junho, apresentava que o milho 1ª safra (2022/23) têm 48% e a comercializar, enquanto que a 2ª safra de milho tinha cerca de 83% a comercializar até o fechamento do primeiro semestre deste ano.
Com isso, aumenta a preocupação das cooperativas em espaço para armazenar a produção. O milho 2ª safra está chegando e a movimentação para remoção dos estoques deve intensificar. Airton Galinari, presidente executivo da Coamo, disse que a safra verão havia ocasionado um problema logístico e que deve repetir na safra de inverno. “Talvez até num nível de gravidade maior”, alerta. Ele confirma que a comercialização foi muito lenta e o estoque de passagem encontra-se bastante alto. Até o encerramento do primeiro semestre, metade da safra de soja ainda estava nos armazéns. “Temos remanescentes de safras anteriores de soja e milho. O produtor está muito reticente este ano”, disse. Muitas atenções, contudo, ficam na condição climática que poderá dar ou não um novo ritmo às vendas. Até o fechamento do primeiro semestre, cerca de 70 milhões de sacas ocupam os armazéns. “Porém, o atraso da safra de milho ajuda um pouco porque tem bastante escoamento para acontecer em agosto que vai ajudar no recebimento”, observa. No período anterior, a cooperativa lançou mão de alternativas de armazenagens temporárias como os silos-bolsas, silos infláveis, aluguel de armazéns, entre outras formas.
A estimativa de consumo interno é de quase 80 milhões de toneladas. O estoque final que deve ficar em 10 milhões de toneladas, acima do que foi na passagem da safra 2021/2022, devido à frustração de produção por conta da forte estiagem, contudo abaixo das safras anteriores. O estoque final, se confirmar, ficará igual ao da safra 2014/2015.
No Paraná, vale lembrar que suinocultura e avicultura absorvem cerca de 90% do consumo interno de milho no Estado, o que equivale a cerca de 14 milhões de toneladas. O Paraná já chegou a exportar mais de 4,5 milhões de toneladas em 2019, e nos anos seguintes, por conta das condições climáticas, precisou reforçar ainda mais as compras de milho do exterior, principalmente do Paraguai e Argentina.
