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Bendita és tu entre as mulheres

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Coração jovem

Coração jovem

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora | 20 de agosto de 2023 – Dia dos Religiosos

Leituras: Ap 11,19a;12,1-6a.10ab; Sl 44(45),10bc.11.12ab.16; 1Cor 15,20-27a; Lc 1,39-56

Celebramos um dos dogmas marianos: a Assunção de Nossa Senhora aos céus. Maria é aquela que acreditou na Palavra de Deus e aceita, de todo o seu coração, a Sua proposta, tornando-se a Mãe de Deus. Antes de entrar propriamente na história de Maria, devemos ter em mente a história de Isabel e Zacarias, que nos apresenta um breve resumo de toda a história da promessa de Deus no Antigo Testamento. Deus se apresenta como Aquele que dá a vida, vencendo a esterilidade e a morte e, a partir disso, essa promessa de vida se cumpre em Maria. Esse cumprimento só acontece a partir de Maria ter dito “sim” à Palavra Divina.

Espera Do Encontro Do Amor

O Evangelho de hoje nos apresenta um encontro entra duas mulheres grávidas, que podem representar a “espera da humanidade”. Espera essa por Aquele que é “o Esperado”. Isabel que está grávida de João Batista, representa toda uma humanidade que espera a redenção divina pré-anunciada no Antigo Testamento. Maria que está grávida de Jesus, traz em seu ventre, o Redentor da humanidade.

O contexto do Evangelho é o seguinte: Maria acabara de receber o anúncio do anjo de que seria Mãe do Salvador. Advém junto a ele, a informação de que Isabel, sua parenta de idade avançada, também estava grávida. E então, Maria se põe a caminho para casa de Zacarias, para servir Isabel. O que isso quer nos dizer? Quando nos abrimos a dizer “sim” para os planos de Deus, não ficamos parados, não sentamos num trono julgando sermos superiores aos demais. Ao contrário, quando respondemos assertivamente aos propósitos divinos, somos impelidos à nos colocar a caminho e nos colocar a serviço.

és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42). Esse versículo faz menção ao livro de Judite do Antigo Testamento. A história de Judite relata que quando ela derrota Holofernes, o Sumo Sacerdote Joaquim, com todos os anciãos, vem ao encontro dela e exclamam: “O Senhor te fortaleceu e por isso serás eternamente bendita” (Jt 15,12). Judite foi aclamada como bendita pelo seu feito de derrotar o inimigo, Maria também é aclamada como bendita, pois derrota o inimigo. Como é feita essa relação?

- Estou me dispondo a ouvir a Palavra de Deus e responder meu sim?

Maria é a descendente de Eva, aquela que esmagará a cabeça da serpente. Mas isso não por ela mesma, mas por força de Deus, já que ela escolheu dizer “sim” a Deus e ouvir sua Palavra, indo de maneira contrária a Eva, que resolveu ouvir a serpente. Isabel, ao aclamar Maria como bendita, reconhece a graça de Deus, que operou maravilhas sobre seu povo e proporcionou a Maria, como a toda a humanidade, Jesus Cristo, o Salvador. “Bem-aventurada aquela que creu, pois hão de se cumprir as coisas da parte do Senhor que lhe foram ditas” (Lc 1,45). Diante disso, quem é bem-aventurado, então? Aquele que crê. Por quê? Pois a partir do momento em que crê, começa a ver a história com os olhos de Deus.

- Estou sendo bem-aventurado?

- Quando reconheço minha relação com Deus, meu ego cresce ou eu escolho me diminuir para que Deus seja o foco principal?

A partir do reconhecimento de Maria como bem-aventurada, já que ela ouviu a Palavra do Senhor, então, Maria canta o Magnificat, o canto que se torna o canto de toda a Igreja. Com esse cântico, Maria mostra qual é a realidade aos olhos de Deus, ou seja, a verdadeira realidade. Apresenta uma nova forma de ver a história e a vida.

A visita de Maria à Isabel é uma visita de amor, um sinal do amor. Para além do amor entre duas parentes, existe um significado muito maior: Maria carrega no seu ventre o Deus que ama tanto seus filhos que vai visitá-los. A visita de Maria à sua prima representa uma visita de Deus ao seu povo que O espera. E nesse encontro tem-se o reconhecimento de Deus, que se dignou assumir nossa humanidade.

Isabel percebe que Maria está cheia do Espírito Santo, João Batista pula de alegria no ventre de Isabel ao reconhecer Deus, e assim o Espírito de Deus abrange também Isabel e seu filho. Afinal, “ninguém pode dizer: ‘Jesus é Senhor’, senão sob a ação do Espírito Santo” (1Cor 12,3). Portanto, o reconhecimento de Deus é graça do Espírito Santo que faz algo no nosso íntimo dançar de alegria. O Evangelho de hoje nos apresenta um encontro entra duas mulheres grávidas, que podem representar a “Espera da humanidade” e uma que traz Aquele que é “o Esperado”.

Bendita S Tu Entre As Mulheres

Movida pelo Espírito Santo de Deus, Isabel exclama: “Bendita

Após Maria ser, de certa forma, elogiada por Isabel, que poderia fazer seu ego subir, ela prefere louvar a Deus. Maria não pensa ser melhor, pois ouviu a Palavra e respondeu assertivamente, mas ao contrário, esvazia-se, reconhece a graça de Deus, e começa a louvá-lo. O louvor, portanto, é a característica básica do amor. Maria reconhece o amor de Deus por ela e pelo povo, e se alegra, pondo-se a cantar. Também nós somos chamados a fazer o mesmo: reconhecer o amor de Deus e com isso, alegrarmos em Deus, cantando a realidade a partir da nossa vida modificada pelo amor de Deus.

Leitura Diária

Dia 21 (São Pio X): Jz 2,11-19; Sl 105(106); Mt 19,16-22

Dia 22 (Nossa Senhora Rainha): Is 9,1-6; Sl 112(113); Lc 1,26-38

Dia 23 (Santa Rosa de Lima): 2Cor 10,17-11,2; Sl 148,1-2.11-13a.13c-14; Mt 13,44-46

Dia 24 (São Bartolomeu): Ap 21,9b-14; Sl 144(145); Jo 1,45-51

Dia 25: Rt 1,1.3-6.14b-16.22; Sl 145(146); Mt 22,34-40

Dia 26: Rt 2,1-3.8-11;4,13-17; Sl 127(128); Mt 23,1-12

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