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Catequista por vocação
Neste mês de agosto celebramos todas as vocações, entre elas a vocação de catequista. O que significa dizer “Catequista por vocação”? Poderíamos dar vários exemplos de expressões semelhantes: “Professor por vocação”, “Caminhoneiro por vocação”, “Médico por vocação”. Quando utilizamos estas expressões fica claro que estamos ressaltando o modo positivo como esta ou aquela pessoa realiza a sua função ou o seu trabalho. Uma pessoa que faz o que faz por vocação é diferente daquela que o faz somente por necessidade ou por algum interesse egoísta. Quando alguém é mal atendido por um profissional, seja ele quem for, costuma dizer que aquele profissional não tem vocação. É o mesmo que dizer que ele não está feliz na sua função. Portanto, sentir-se realizado naquilo que faz é sinal de vocação.
Catequista por vocação é aquela pessoa que se sente realizada em sua missão. A sua motivação interior é mais forte do que a necessidade do momento, por isso ela quer continuar catequista por muito tempo, se possível, a vida toda. E, mesmo que um dia tenha sido chamada pela coordenadora da Catequese, pelo padre ou por outro catequista, no fundo, sente que foi Deus que lhe chamou por primeiro. Isto aumenta sua força e seu engajamento. Neste sentido, o Diretório para a Catequese afirma o seguinte:
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“O catequista é um cristão que recebe o chamado particular de Deus que, acolhido na fé, o capacita ao serviço da transmissão da fé e à missão de iniciar à vida cristã. As causas imediatas para que um catequista seja chamado a servir a Palavra de Deus são muito variadas, mas são todas mediações das quais Deus, por meio da Igreja, se serve para chamar a seu serviço. Por esse chamado, o catequista é feito partícipe da missão de Jesus de introduzir os discípulos em sua relação filial com o Pai. O verdadeiro protagonista, porém, de toda autêntica catequese é o Espírito Santo que, mediante uma profunda união que o catequista nutre com Jesus Cristo, faz eficazes os esforços humanos na atividade catequética. Essa atividade se realiza no seio da Igreja: o catequista é testemunha de sua Tradição viva e mediador que facilita a inserção dos novos discípulos de Cristo em seu Corpo eclesial” (Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização. Diretório para a Catequese. São Paulo: Paulus, 2020, nº 112).
Minist Rio De Catequista
O Papa Francisco instituiu o Ministério de Catequista para ressaltar a importância da Catequese na vida da Igreja. Ana- lisando os fundamentos deste ministério podemos dizer que ele encontra o seu pleno sentido na ideia de vocação. Por quê? Porque a proposta de um ministério quer dar estabilidade, e vocação é isto, é estabilidade, é permanência naquilo que se começou, buscando sempre mais um aprofundamento e crescimento, seja do ponto de vista humano, espiritual e técnico. Para que este crescimento aconteça, é preciso ter consciência de que o catequista não exerce sua missão isoladamente, mas em comunhão com a Igreja. Portanto, toda a comunidade tem responsabilidade sobre os seus catequistas.
“A instituição de um serviço como Ministério por parte da Igreja é uma ação que coloca em evidência sua importância. A instituição do Ministério de Catequista é, para nós, a confirmação do reconhecimento da missão do(a) discípulo(a) missionário(a) que responde com alegria ao chamado do Senhor, para anunciar e testemunhar, com a própria vida, o seu grande amor. Assim, podemos compreender que a instituição do
“Catequista por vocação é aquela pessoa que se sente realizada em sua missão. A sua motivação interior é mais forte do que a necessidade do momento, por isso ela quer continuar catequista por muito tempo, se possível, a vida toda. E, mesmo que um dia tenha sido chamada pela coordenadora da Catequese, pelo padre ou por outro catequista, no fundo, sente que foi Deus que lhe chamou por primeiro”.
Ministério de Catequista para os leigos e leigas é uma possibilidade de visibilizar a especificidade de sua missão, que implica ser testemunha da fé e mistagogo, ao mesmo tempo” (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Critérios e Itinerários para a Instituição do Ministério de Catequista. Brasília: Edições CNBB, 2022, nº 4).


A Diocese de Toledo, assim como a grande maioria das dioceses do Brasil, ainda não iniciou o processo de preparação para o Ministério de Catequista, mas isto acontecerá em breve. Estamos vivendo um período de reflexão, tanto em nível nacional como em nível regional e diocesano. Importa saber que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) já elaborou um documento com o objetivo de nos orientar. Trata-se do Documento 112, intitulado “Critérios e Itinerários para a Instituição do Ministério de Catequista”. Agora nos cabe estudar, refletir e aplicar as orientações, de acordo com a nossa realidade.

Medida Que Caminham
Quando falamos na vocação de catequista é sempre bom lembrar os diversos vocacionados da Bíblia. Alguns exemplos como Moisés, Jeremias, Isaías, João Batista, Maria, e tantos outros, depois que respondem “sim” a Deus, precisam fazer uma longa caminhada. E neste caminho vão encontrando respostas, mas também dificuldades e dúvidas. Crescem na fé à medida que caminham, entre altos e baixos. Assim é também a vocação de cada cristão, incluindo os catequistas. Ao longo da jornada experimentam alegria, satisfações, serenidade de espírito, mas também as frustrações, o sentimento de derrota, a dificuldade de se comunicar com os seus catequizandos, a falta de respostas para várias perguntas. O importante é saber que o dono da missão não somos nós, mas o próprio Deus, e o seu Filho Jesus Cristo nos promete que estará conosco todos os dias até a consumação dos tempos (cf. Mt 28,20). Portanto, continuemos firmes no caminho, aproveitando sempre a presença revigorante do Mestre. Feliz Dia dos Catequistas!
Pe. Roberto Lopes de Souza Assessor diocesano da Animação Bíblico-catequética