
2 minute read
Vocação é chamado à vida com Cristo e em Cristo
A Igreja no Brasil vive a plenitude do terceiro Ano Vocacional. O tema e lema iluminam nossa reflexão: “Vocação: Graça e Missão” – “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33). “A vocação aparece realmente como um dom de graça e de aliança, como o mais belo e precioso segredo de nossa liberdade” (cf. Documento Final de nº 78). “Jesus chamou e enviou os que Ele mesmo quis” (Mc 3, 13-19): a origem, o centro e a meta de toda a vocação e missão é a pessoa de Jesus Cristo.
“Quando o olhar amoroso e criador de Deus nos atinge de maneira totalmente única em Jesus, nossa vida muda. E na medida em que o acolhemos, tudo se torna um diálogo vocacional, entre nós e Deus, entre nós e os outros. Um diálogo que, vivido em profundidade, nos revela quem somos. Na vocação ao Sacerdócio ordenado: ser instrumento da graça e da misericórdia de Cristo; na vocação à Vida Consagrada: ser louvor de Deus e profecia de uma nova humanidade; na vocação ao Matrimônio: ser dom recíproco e gerador e educador da vida” (cf. Francisco, Mensagem para o 59º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, Roma, 8 de maio de 2022).
Advertisement
A vocação é sempre uma surpresa, surge do Amor que Deus semeou em nossos corações no Batismo. Em um determinado momento, inflamado por este amor, somos convidados a dar sentido a toda nossa existência através do chamado de Deus. É como se fosse uma reação em cadeia ca- paz de suscitar transformações que pouco a pouco mudará o coração e transformará o mundo (Bento XVI, Homilia por ocasião da 20ª Jornada Mundial da Juventude, Colônia, 21 de agosto de 2005).

Recordar a obra criadora de Deus na própria vida, reconhecer o seu olhar amoroso e criativo que nos alcançou em Jesus e encontrar um espaço para contar a sua força e simplicidade é uma oportunidade para reavivar as raízes da própria vocação e contemplar a maravilhosa presença do Espírito que age em nossa vida. É um convite que a Igreja nos faz para redescobrir aquele traço essencial do “amor que foi semeador em nossos corações” para caminhar juntos no caminho da salvação, da santidade, da felicidade. (Bento XVI, Spe salvi, 11). É um caminho que não pode ser percorrido sozinho. Nele somos peregrinos e não errantes sem destino, somos convidados a manter o olhar fixo na meta do Reino dos Céus que nos espera e que começamos a devemos construir aqui e agora.
O chamado à uma vocação específica não exige nada de sensacional: o convite de Deus vem da realidade em que estamos inseridos, da Palavra e de nosso desejo de dar sentido à vida. Para ouvir o chamado e responder precisamos olhar ao nosso redor e ver o que Deus está realizando em mim e nos outros. Vamos recordar de tudo o que vivemos até aqui e perceber o caminho que Deus fez conosco e que marcaram a nossa vida. Foi o que aconteceu com Abrão, Moisés, Maria e muitos homens e mulheres que contemplaram a ação de Deus em suas vidas e aceitaram o chamado de Deus para servi-lo amando os irmãos e transformando o mundo.
“É preciso ter um sentimento de Igreja, ou seja, pertencer a uma comunidade e se sentir responsável por ela. Ninguém é chamado exclusivamente para uma determinada região, comunidade ou movimento eclesial, mas para a Igreja e para o mundo. A eclesialidade é o sinal de uma vocação autêntica e madura. Neste sentido, a comunidade se torna a casa e a família onde nasce a vocação. Isto faz com que a pessoa vocacionada aprenda a conhecer e amar os irmãos e irmãs criando vínculos fortes de comunhão” (Papa Francisco).





