Vinte e quatro de agosto de 2019
Cheiro de peixe exalando no buzu em plena ladeira do São Caetano! A novidade não é essa. Um rapazinho cego gracejava a sua própria condição e todos riam em meio àquele aroma de sardinha. Uma mulher disse: — Sardinha atabacada! Só podia ser nesse bairro! Um cara disse: — Ô bença! Primeiro lugar, boa tarde! Colé de mesmo que você tá falando de meu bairro? Se pique do buzu! Nisso, o rapaz que era cego disse: — Eu vejo mais do que vocês, suas disgraças! Estou voltando de um níver que vai render marmita pra três dias. Fiquem aí brigando qual favela é melhor. É por isso que eu fico na minha, que ninguém me bole, viu! Um cara, dando risada, falou: — É melhor que você feche seu cu, de menor! Não vêêêêêêê, mas fala demais. A galera inteira rindo e nada de o buzu sair da ladeira. Esquecemos o cheiro do peixe, e o protagonismo dessa história ficou na boca de geral! Quem guenta?
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