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Sete de dezembro de 2018

Singular é a arte de contar histórias. História tem cheiro de rua. Pela sedução noturna, o papo com as parcerias, pois ser conhecida é muiiiitoo bom, melhor que ser “tapado”, diz um certo amigo. Venho andando para o ponto de ônibus, com a mão nas cadeiras, hábito rotineiro, me param duas pessoas e uma me diz: — Negaaa! Vamos descer de barreira que é melhor.

Eu não neguei a trupe recém-formada e já fiz logo amizade porque sou dessas! Tinha um senhor de idade nesse trio, trajando uma camiseta vermelha e preta brilhante, cheio de marra, tirado a novinho, e me relatou sobre os antigos carnavais. Falamos sobre a Festa da Conceição, ele me disse gargalhando que festa boa é festa em que se arranja briga. Dei aquela olhada atravessada e ele disse: — Por acaso lhe ofendeu?

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Eu disse: — Negativo... para brigar comigo tem que ser muuuuito bom!

Ele disse: — Sim, poderosa! Dona do quarteirão do centro da Av Sete. Mas a senhorita é muita da ousada!

Acabamos rindo bem alto pela rua, uma moça que estava acompanhando também se embalou nas risadas e cada

um seguiu seu destino. Pensei: que gaiatice! Só aqui em Salvador essas resenhas surgem. No ponto de ônibus, o povo metendo dança, só no vrauuu! E eu na minha, me remexendo disfarçadamente, porque o quê de pagodeira raiz é inegável. Afinal, sextou!

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