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Quatorze de setembro de 2018
from FUXICO, RESENHA, MEXERICO NAS ESQUEINAS E BUZUS DE SALVADOR | Caramurê Publicações | Selo João Uba
As peraltices em setembro. Aquela picula de uma ruma de guri correndo com as mochilas da escola pra pegar todo tipo de queimado no dia 27 não era história de livro de Jorge Amado, mas era uma vivência baiana com uma pitada de molequeira e muita alegria. Antes era uma sequência de carurus para ir em toda a vizinhança e adjacências... As tradições estão se perdendo aos poucos por “n” motivos: pessoas que aderiram a outras religiões, escassez de recursos para fazer caruru, gourmetização das sacolinhas de bala. Antigamente era cada doce da hora, agora até produto fit querem colocar, como vi no Face de alguém. Aí, camará, não tem santo que ajude! Tinha um caruru de sete meninos aqui na rua que colocavam os copinhos descartáveis com um dedo de vinho mais suco de uva, e a gente, com a mente de guri, se achava adulto; eu bebia uns três copinhos dos amiguinhos que não gostavam. Caruru de mão na panela... Ficar perto da parte que tinha mais galinha era tipo o prêmio. Aquela meleira com gosto de felicidade, expressa em recompensa com a blusa no meio da barriga, melada de vatapá e cheia de queimado de mel! Setembro e outubro têm um quê de esperança, parece até que é pra não nos esquecermos do guri doce que, no fundo, vive dentro de cada um de nós! Este
textão para dizer: me chamem para caruru e no final saio saltitante se guardar minha sacolinha de balas! Amo!
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