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Dois de fevereiro de 2019

Um pescador falou que dia de Odoyá é dia de gente de todo tipo. Pediu a Mãe Inaê, Dona Janaína, na beira do mar, no Rio Vermelho, que lhe desse paciência para 2019. Aparentemente estava só e feliz, como ouvi sussurrando. Azul no mais profundo tom, branco de nuvens, flores brancas e azuis se tiram espinhos, não se presenteia ninguém espetando. O mais lindo de se ver é o povo de santo — candomblecistas, umbandistas — no mais profundo respeito. Turbantes, bordados, ojás, panos da costa, pulseiras, contas e muito o que se contar. Pelo que percebi, existem várias formas de se fazer presente em Iemanjá, como escutei muitos comentarem: pessoas que permanecem no alto de suas varandas nas proximidades da festa, pessoas que nem sequer ofertaram uma rosa, gente que só dá um close e se sai, pessoas abastadas que só faltam lhe derrubar para exibir e disputar entre os seus qual barquinha é mais bonita. Se acompanha com os olhos e o arquear das sobrancelhas a mais genuína simplicidade e a mais pura arrogância de posturas. Um velho muito sabido falou: “Filhinha, você não entendeu. Há Iemanjás e Iemanjás nesta cidade, sacou?”

Entendi perfeitamente o que o bom velho me disse. Pois então, minha saída, bem estratégica, foi às 12h do dia, a típica boa hora.

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