1 minute read

Vinte e dois de agosto de 2019

Daquela telenovela soteropolitana... — Olha que eu cheguei! Olha a banana, olha banana!

E ela passou bem sorrateira na banca de frutas, com seu saltinho alto, se sentindo a madame da Feira de São Joaquim. Como no filme da antiga Feira de Água de Meninos. Quando a avistou ele encheu o peitoral (Afeeemaria) e, com um chapéu de palha gigante e um short que a Liberdade inteira tem, se exibiu gritando: — Olha a banana graúuuuuda!

Advertisement

Dando risada, ela perguntou: — Bom dia, tem banana da prata?

Ele respondeu: — Da que você quiser eu invento, negona! Quer pra quantos quilos? Tem da terra, da água, do céu...

Ela, dando uma gargalhada, respondeu: — Depois eu pego!

Um cara de parte, na banca da melancia, disse: — Eita que hoje só tem caroço!

Na linguagem das vendas, caroço é aquela pessoa que olha e não compra nada. — É mole! O espião bocudo quase estraga o frete matinal!

Ele, bem sorridente, falou:

— Não demora de vir pegar não, hem? Quer meu zap pra comprar de quilo?

E aquele velho migué deixei de gelo e no mistério, só distribuindo sorrisos, pois com sorrisos se compram não só bananas, mas o mundo!

This article is from: