Importância da cultura caipira

Page 1

TÍTULO DO PROJETO:

TONICO E TINOCO: Uma história contada

A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA CAIPIRA

A cultura caipira vem da mistura indígena e europeia, e um pouco da influência africana. Dos portugueses foi herdado a religiosidades e dos índios a familiaridade com o mato, a arte das ervas e o ritmo do bate-pé. O termo caipira é utilizado muitas vezes como forma pejorativa, principalmente ao se referir a populações interioranas da região Paulistânia (estados de São Paulo, partes do Paraná, por partes do Triângulo Mineiro, pelo sul de Minas Gerais e de Goiás, pelos estados de Mato Grosso do Sul e partes de Mato Grosso).

Durante cerca de um século - entre a década de 1830 do século XIX e 1929 -, a viola ficou mais confinada à cultura interiorana brasileira, tornando-se o instrumento preferido do caipira e o acompanhando nos fandangos, festas de reis, folias e congados, comitivas. Várias danças herdadas pelos caipiras tinham muito das antigas danças aristocráticas de outrora, muitas delas acompanhadas pelo som das guitarras de cinco ordens em palácios franceses, espanhóis ou portugueses ao longo dos séculos XVII e XVIII.

Para o geógrafo e jornalista Mouzar Benedito, o caipira "não é uma cultura menor, é uma cultura diferente das outras, mas muito rica. O caipira é um cara que conhece sinais da natureza, sabe quando vem chuva. Acho que essa cultura caipira é a síntese dessa junção do tupi, dos índios todos, mais o português e um pouco da influência africana"

A cultura caipira, embora seja conhecida como uma cultura de resistência, está cada vez mais distante, principalmente da vida dos jovens que estão praticamente aprisionados dentro das tecnologias, que muitas vezes reforçam o preconceito da estereotipação.

Como diz Ivan Vilela “...não faz sentido tratarmos a cultura popular, a cultura camponesa como uma manifestação humana inferior, de menor qualidade. Esta atitude só pode ser justificada por uma visão de fundo positivista de tratarmos o moderno em oposição ao tradicional o que parece ter sido a tônica do crescimento urbano no Brasil a partir do advento da República.” Cantando a Própria História. Música Caipira e Enraizamento, 2013

A música caipira nos aproxima desta cultura e nos ajuda a se conectar com nosso passado, já que grande parte da população teve um parente distante (tataravô, bisavô) residente em períodos da

história brasileira era representada pela força da agricultura familiar. Vale ressaltar também que muitas letras a serem apresentadas no projeto TONICO E TINOCO: Uma história contada, aborda a importância familiar, a vida mais saudável vividos neste mundo tão diferente do urbano, e ensina através desta cultura valores há muito esquecidos.

O antropólogo Tiago de Oliveira entende que a música desempenha um importante papel na cultura: “O fato de permear tantos momentos nas vidas das pessoas, de organizar calendários festivos e religiosos, de inserir-se nas manifestações tradicionais, representando, simultaneamente, um produto de altíssimo valor comercial, quando veiculada pelas mídias e globalizando o mundo no nível sonoro, faz da música um assunto complexo e rico de possibilidades para a investigação e o saber antropológicos”. (PINTO, 2001, apud, MENEZES, 2004, p. 29).

E é justamente através da música, mesclada com o relato de fatos curiosos e históricos que o projeto

TONICO E TINOCO: Uma história contada, vai reconectar o público com a cultura caipira, já que as modas trazem narrações de fatos ou evento verídicos, identificados por Antônio Cândido (1998) como “A maneira como a moda de viola é executada também contribui para esse realismo. A moda tem ares de declamação, é uma poesia cantada e privilegia a sua compreensão, como se o violeiro fosse um contador de histórias.” e Menezes reforça “A música de origem caipira foi adquirindo contornos próprios, seja nos temas, na execução e nos instrumentos musicais. De exaltação das belezas do campo, passou a falar de histórias de amor e corações partidos. Enquanto a música caipira é executada de maneira mais lenta, com os versos quase falados, com melodias que se repetem e sempre levada em duo de vozes terçadas, com a utilização da viola, a música sertaneja abandonou a viola e introduziu novos instrumentos musicais.”

Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.