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Nove de setembro de 2019

Afinal de contas, que fila gigante era aquela? A padaria sensação da Liberdade, tanta gente num tapete vermelho que não era o de Hollywood, mas a clientela em questão se sentia com suas altas risadas. Mulher, homem e aquelas crianças que saem arrastando o saco de pão respingando a água da chuva. A criança maior falou com a outra menor: — Mainha vai te dar um piau! Uma tapa que cê vai ver!

E como em toda resenha baiana, olha o cheiro de confusão! Duas mulheres no estica e puxa de uma embalagem que parecia um bolo... eu olhando de canto, na expectativa para ver o fuxico: —Eiiii! Salte meu brioche!

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A outra: — Epaaa! Peguei primeiro, é igual ao da mulher da novela dos ingleses!

Rapaz, viuuu que a Liberdade não decepciona? A galera com altas referências cults. E nesse estica e puxa, a briga pelo brioche virou amizade. Resolveram dividir e começaram a comer, pois iam comprar o pão. Tinha um velho nessa fila resmungando: — Cadê a fila de prioridade?

Um rapaz falou: — Meu senhor, quando o senhor fica na Piedade de manhã

cedo batendo papo e tomando parte da vida dozôto é gostoso, né? Dissscaradooo velho!

Diante de tanto lero-lero, encontrei um admirador que falou: — Nega, meu coração bateu!

Eu respondi: — Ótimo! Sinal de que está vivo... Dá licença que é minha vez de pegar meus oito pães por dois reais! Está valendo mais a pena.

Eu achei que falei baixo. Quem disse? O povo na fila rindo e um gaiato falou: — A dona do brioche é ela! Rainha da Inglaterra ela bota no chinelo porque aqui na Liberdade também tem majestade!

Cheio de osadia, porque baiano já nasce assim. Boa noite pra quem é de boa noite!

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