Vinte e um de setembro de 2017
Sabe aqueles contos de metrô? Hoje, cumprindo as rotinas labutárias, sentaram-se perto de mim uma idosa, um rapaz aparentando uns quarenta e poucos anos e um garoto. Como é muito comum em Salvador, na verdade um rito da baianidade, conhecer e conversar com desconhecidos, de repente, sem nos apresentarmos muito, passei para a idosa a informação de onde saltar na Estação Mussurunga. Aí o neto dela veio falar comigo: — Oi, tia! Eu sou Pedro, tenho 10 anos. Quando se tem quase 30, o ‘tia’ lhe acompanha, e eu já encarnei a tia. Eu disse: — Oi, Pedro. Ele disse: — Eu escrevo músicas, posso cantar para a senhora. De repente, a avó dele quase ia cortando o garoto, mas eu falei que ele podia cantar. Sabe aquele talento bem precoce, lindo, singelo, e ele superempolgado, me contando como tinha as ideias para escrever? Nisso, já estávamos os quatro entretidos nas inspirações de Pedro, inclusive aconselhei a avó a já comprar um violão para ele. Gente, achei tão fofo isso, dessas artimanhas da vida de colocar luz numa manhã de um dia aparentemente comum. Vamos deixar nossas crianças livres
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