Oito de novembro de 2018
Sobre premonições de barracos de busão. Lá vou eu voltando do dentista, partindo para a práxis diária do trabalho, e então pego o buzu para aquela costumeira prática teile e zaga1 buzu ‒ metrô. Escrevo neste momento a história em pé. Não se perde o babado, senão foge da mente. Estava a maior discussão de três senhores sobre política, e eu, como observadora, me roendo para me meter na treta. Sabe quando o tinhoso que arde no mármore lhe espeta pra que você se meta? Aí o papo só era de quem votou no 13, aí citei, entre uma conversa e outra, uma das minhas formações: sou professora. Falamos das exigências do mercado, do caralho a quatro de forma pacífica. De repente, surge uma voz de mulher atrás de mim: — Esses professores jovens são todos malucos! Tá repreendido o espírito do lulismo! Queima, Jesus!
Refere-se à música de pagode da banda La Fúria, acompanhada da coreografia narrada pela pernambucana estudante de engenharia Alcione Alves, que explica o termo “teile” como a forma de empinar brutamente a bunda e “zaga” como o movimento do quadril feito de lado, indo até o chão. A dança surgiu em 2018, no período pré- eleitoral e virou meme nas redes sociais.
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