65
3.12. Definir alvos A decisão sobre os alvos específicos de cada uma das nossas intervenções, saídos da segmentação que fizemos, não é um problema fácil. A amplitude dos segmentos a considerar está relacionada com a natureza da intervenção em causa, mas também com a missão e os meios disponíveis na organização. Por vezes, para atingirmos mais adequadamente certos alvos, temos de nos dirigir, necessariamente, a outros, distintos mas relacionados. Se, por exemplo, nos focamos em crianças, dos dois aos seis anos, como alvo primário da nossa intervenção, poderemos ter de envolver, também, os pais, como alvo intermédio, mas muito importante para atingirmos o nosso alvo final. Por outro lado, quando se trata de problemas sociais, seleccionar alvos, podendo ser um factor de eficácia e de capacidade da organização, implica sempre um problema ético. Veja-se, por exemplo, uma selecção baseada em áreas geográficas. Porquê aquelas e não outras? Com que justiça? Com que critérios? Há situações como esta: temos um segmento com grande necessidade, mas com forte resistência à nossa intervenção; e temos um outro com menos necessidade, mas mais aberto à adopção dessa intervenção. Será justo, para mostramos uma mais imediata eficácia, concentrarmo-nos, de início, neste segundo segmento, obtendo resultados que nos vão ajudar a vencer a resistência do primeiro? Em última análise, um trabalho persistente e adequadas estratégias permitirão às organizações desenvolverem, ao longo do tempo e de acordo com os sucessivos meios disponíveis, intervenções que vão cobrindo cada vez mais segmentos envolvidos.