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e as entidades envolvidos

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Bibliografia

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3.7. Conhecer bem os problemas, as pessoas e as entidades envolvidos

Este ponto enquadra-se, primordialmente, na primeira fase estratégica, a da fundação, e deve congregar todo um dinâmico e variado processo de pesquisa, visando dotar-nos de dados pertinentes para a adequada sustentação das nossas decisões. A verdade é que não pode haver marketing sem pesquisa! As decisões estratégicas têm de basear-se em fundamentos rigorosos e esclarecedores. Dir-se-á que as organizações da economia social não dispõem, por vezes, de meios, de tempo, de quadros humanos capazes de sustentar um trabalho de pesquisa sólido e útil. É preciso, de facto, muita vontade para contrariar esta afirmação ou esta realidade, mobilizando meios próprios ou solicitando parcerias especializadas, pagas ou voluntárias. Importante é que tenhamos uma consciência clara do que queremos saber e esclarecer, evitando a acumulação de dados e informação que confunda, atrase e impeça a nossa progressão interventiva.

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A pesquisa estende-se por inúmeros métodos e processos. Existem, à partida, muitos dados disponíveis por parte de instituições e de estudos, quer nacionais, quer internacionais. Esta pesquisa, dita secundária, está hoje mais acessível através da Internet. Daí que um trabalho de recolha e análise de dados secundários, relacionados e úteis para a nossa intervenção, seja importante. Nomeadamente, as questões envolvidas na análise do contexto que envolve os problemas requerem assiduamente esta pesquisa secundária: quais as tendências económicas, políticas, sociais, tecnológicas ou demográficas são aspectos que têm importância para muitas decisões e mesmo para a nossa acção corrente.

Uma palavra, ainda que em língua estrangeira, a ter em conta é esta: benchmarking. Trata-se de pesquisar, com os meios de que dispomos, por esse país fora, por esse mundo fora, casos e intervenções que se relacionem com o nosso,

analisar os seus processos,

verificar se tiveram resultados positivos,

apreciar se poderão ter uma aplicação positiva no nosso caso

e pensar qual a melhor maneira de os adaptar à nossa situação.

Na pesquisa primária, aquela que nós próprios vamos conduzir, buscando dados originais, as opções são diversas. No estudo de novas situações, podemos conduzir observações mais ou menos informais; entrevistar informantes representativos, com mais ou menos profundidade e estruturação; realizar focus grupos, ou seja, reunir pessoas (num máximo de doze) relacionadas com os problemas, conduzidas por um animador que as incentiva a pronunciarem-se sobre os aspectos que queremos ver esclarecidos, visando a obtenção de algumas directivas. O quadro 7 lista alguns processos variados e acessíveis.

Por outro lado, sem grandes ou mesmo sem quaisquer custos, torna-se possível incluir perguntas próprias em pesquisas que outras entidades ou empresas possam desenvolver, assim como é possível, nomeadamente através de universidades, captar voluntários que sejam especialistas de pesquisa, mobilizando-os para os propósitos que nos interessam.

Podemos, ainda, implementadas as intervenções, promover inquéritos recorrentes sobre a satisfação dos beneficiários, no decurso do próprio fornecimento dos serviços, usando os seus resultados para a respectiva avaliação e para a evolução.

Em qualquer caso, os métodos de teste e de experimentação estão também ao nosso alcance, na mira de nos assegurarmos de que as opções tomadas são adequadas. Antes de nos envolvermos numa acção ampla, escolhamos uma situação ou um sector limitado e apliquemos aí as nossas definições, observando e avaliando os resultados. Com base nisso, avancemos da melhor maneira para uma acção generalizada.

Qualquer destes processos está ao nosso alcance e os seus resultados podem ser úteis, sendo que, havendo possibilidades de formação nas organizações, nelas devem incluir-se os estudos sobre pesquisa e seus métodos, porque esse conhecimento será bem produtivo.

Evidentemente que, com os meios certos, humanos e financeiros, as organizações da economia social podem também conduzir pesquisas de grande dimensão e com sofisticados métodos de recolha e análise. Basta, para tal, que se consigam esses meios e que os resultados visados sejam um contributo efectivo para o desejado trabalho.

MÉTODO Quadro 7 Alguns processos de recolha de dados

CARACTERÍSTICAS

. Arte ataca

. Cartões

. Causa e efeito

. Concluir

. Exposição visual

. Focus grupos

. Fórum online . Frente-a-frente

. Calçar os sapatos

. Dentro da caixa

. Estar preparado

. Mapa da jornada

. Mostrar e dizer

. Narrativa

. Observação . Questionários

. Querido diário

Encorajar os participantes, em grupos, a usarem materiais criativos, para demonstrarem comportamentos, objectos ou actividades específicas. Cada grupo ou participante apresentará o resultado do seu trabalho, gerando comentários e debate. Pedir aos participantes que escolham e disponham um certo número de cartões com assuntos que eles próprios escrevem ou que estão previamente escolhidos pela pesquisa. Testar as opiniões e atitudes antes e depois de submeter os participantes a um determinado estímulo. Pedir aos participantes que concluam uma dada frase incompleta, relacionada com o assunto em causa. Mostrar um slideshow de imagens relacionadas com o assunto em causa e promover, posteriormente, reflexão sobre este. Discussão entre um conjunto de participantes, através de um coordenador que a assegura e a conduz no objectivo desejado. Envolver participantes num fórum interactivo online, em tempo real. Pedir a cada participante, individualmente, que discuta um assunto específico. O investigador deve usar uma listagem de tópicos que guie a discussão. Pedir a participantes que assumam um papel em que percepções, sentimentos e motivações são exploradas, através de perguntas e discussão. Pedir aos participantes que recolham e apresentem um objecto pessoal relacionado com aspectos da sua vida. Antes de a pesquisa estar completada, pedir aos participantes que levem a cabo uma tarefa específica relacionada com o assunto em causa. Pedir aos participantes que registem os seus movimentos num determinado percurso ou período de tempo. Proporcionar aos participantes o conhecimento de determinada intervenção e pedir-lhes que digam quais as suas forças e fraquezas. Pedir aos participantes que verbalizem os seus pensamentos ao levarem a cabo uma determinada actividade. Envolver-se com e observar as pessoas no seu ambiente natural. Solicitar aos participantes que respondam a um conjunto de perguntas relevantes. Pode ser realizado online, na rua, porta-a-porta ou por telefone. Dotar cada participante com um diário e encorajá-los a documentarem um determinado comportamento, juntamente com sentimentos, pensamentos e raciocínios.

. Recortar e colar

Usando revistas, jornais ou outros materiais impressos, pedir aos participantes que criem visualizações criativas das suas ideias. . Um dia na vida Filmar as actividades e contextos que as pessoas em causa experimentam durante um dia inteiro. . Visualização gráfica Fazer uma visualização gráfica de pessoas, ideias, crenças e comportamentos relativos às áreas específicas relevantes.

Adaptação de ICE (Insight.Co-create.Engage) Research Deck

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