Emprego em Crise

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em Crise

FIGURA 3.8  Efeitos da crise financeira global sobre os trabalhadores no Brasil, por concentração setorial e propriedade estatal

0,25

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b. Média dos salários reais 0,02

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Efeitos dos choques de demanda induzidos pela crise financeira global em nível de empresa

a. Média de meses empregado

Fonte: Fernandes e Silva (2021). Nota: Este gráfico mostra os efeitos dos choques de demanda no nível das empresas, causados p​​ ela crise financeira global (2008), sobre o número médio de meses que os trabalhadores brasileiros tiveram um emprego formal e o salário real médio mensal entre 2009 e 2017 em setores de baixa e alta concentração, no primeiro grupo de barras. Os setores de alta concentração apresentam um índice de concentração de empregos de Herfindahl e Hirschman dentro do setor acima da mediana. O segundo grupo de barras do gráfico mostra os efeitos dos choques de demanda ao nível das empresas, causados ​​pela crise financeira global (registada entre 2008 e 2009), nas empresas públicas e nas empresas privadas. Estimativas negativas implicam em maiores reduções no resultado correspondente entre os trabalhadores ocupados no momento da crise financeira global em empresas que sofreram maiores reduções na demanda externa (em comparação com empresas menos afetadas). Cada gráfico mostra os coeficientes de duas regressões diferentes: uma para o primeiro grupo de duas barras e a outra para o segundo grupo de duas barras. ***, ** e * indicam os níveis de significância de 1%, 5% e 10%, respectivamente, do “teste-t”, que indica se a diferença nos coeficientes entre categorias de trabalhadores é significativa.

empresas controlam uma grande fatia do mercado, um choque negativo de demanda não resulta em perda de empregos - ao contrário, aumenta o emprego - e os salários não se ajustam. Esses resultados são consistentes com a ideia de que empresas com maior poder de mercado estão mais protegidas de choques adversos. Embora os trabalhadores desses setores estejam mais bem insulados da crise do que outros trabalhadores, os custos dessa proteção recaem sobre a economia como um todo. A existência de concorrência imperfeita nos mercados de produção é bem aceita pelos economistas (como afirmado por Card et al., 2018), e preocupações sobre a concorrência imperfeita nos mercados de produtos da América Latina têm surgido nas discussões sobre políticas (OCDE, 2015). As discussões sobre políticas giram em torno da fonte de concentração nesses mercados de

produtos. Existem várias fontes potenciais de concentração de mercado, incluindo barreiras econômicas à entrada (como grandes custos fixos), barreiras políticas à entrada (como proteção ou regulamentação governamental) e diferenças de produtividade em nível de empresa que resultam na expulsão das empresas menos produtivas pelas mais produtivas (Melitz, 2003). Trabalhos recentes sugerem que empresas rentistas predominam nos países em desenvolvimento e estão frequentemente associadas a conexões políticas na América Latina (Brugués, Brugués e Giambra, 2018) e em outros lugares (Rijkers, Freund e Nucifora, 2017). As empresas estatais são um exemplo extremo de empresas com fortes conexões políticas. Essas empresas são menos lucrativas em geral e têm uma proporção de trabalho para capital mais alta do que as empresas do setor privado (Dewenter e Malatesta, 2001).


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nos trabalhadores

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Conclusão

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Empresas: o custo da concorrência limitada no mercado

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sobre os trabalhadores

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Três dimensões das políticas de resposta

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