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Referências

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Visão gE ral 19

oscilações da demanda agregada (além de algumas crises domésticas auto infligidas e má gestão).

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Essa crise profunda chegou em um momento em que muitos governos da região enfrentavam desafios estruturais já bem conhecidos. Isso acelerou as mudanças estruturais de longo prazo que vêm mudando a natureza do trabalho, ampliando seu potencial de contribuir ainda mais para a redução das oportunidades de empregos tradicionalmente considerados “bons empregos” - ou seja, empregos-padrão, estáveis, protegidos e associados ao setor formal (Beylis et al., 2020).

Do ponto de vista do trabalho, a dinâmica dos empregos mencionada acima e observada em muitos países da ALC resultará em efeitos cicatriz consideráveis decorrentes da crise da COVID-19. Para alguns trabalhadores, as características dos diversos setores e locais provavelmente ampliarão esses efeitos ainda mais. No entanto, a estrutura tridimensional de políticas proposta neste estudo é um roteiro capaz de agregar resiliência ao processo de recuperação. A maneira como as políticas públicas e corporativas lidam com os desafios atuais será decisiva para o avanço das economias da região da ALC e o bem-estar de seus trabalhadores e cidadãos, com efeitos que duram décadas. O desafio é imenso e este é o momento de enfrentá-lo.

1. Segundo a definição de Végh e Vuletin e Vegh (2014) usada neste documento, as crises começam no trimestre em que o produto interno bruto (PIB) real cai abaixo da média móvel do quarto trimestre anterior e acabam no trimestre em que o PIB real retorna ao patamar pré-crise. Esta estatística foi calculada usando séries trimestrais do PIB da International Financial Statistics e da Haver Analytics. Embora o número específico de crises ocorridas neste período seja sensível à definição de crise utilizada, independentemente dessa definição esse resultado mostra que, ao contrário dos países desenvolvidos - onde a evolução da produção é caracterizada

por ciclos suaves - a América Latina sofre crises pronunciadas. 2. Há extensa literatura sobre a dinâmica de ajuste do mercado de trabalho às mudanças tecnológicas e ao comércio internacional. Veja, por exemplo, Acemoglu y Restrepo (2017); Autor et al. (2014); Autor, Dorn e Hanson (2015); Dauth,

Findeisen e Sudekum (2017); Dix-Carneiro e

Kovak (2017, 2019); e Utar (2018). 3. As características únicas da crise de COVID-19 incluem lockdowns e riscos à saúde associados ao contato pessoal que tiveram efeitos prejudiciais em muitos empregos, especialmente os empregos informais, e causou uma perda de empregos mais intensa nos setores em que o trabalho de casa não é possível. Outra característica importante desta crise é a incerteza prolongada que ela gerou, postergando investimentos e contratações e lançando novas dúvidas sobre as perspectivas de recuperação dos empregos. 4. Os autores estimaram estas estatísticas foram estimadas pelos autores com base nos dados da

Base de Dados Socioeconômicos para a América Latina e Caribe (Banco Mundial e Centro de Estudos Distributivos, Laborais e Setoriais). 5. Embora não seja um dos focos deste estudo, a migração representa mais uma margem de ajuste quantitativo no emprego. Esse fator é relevante em toda a região da ALC - por exemplo, nos grandes fluxos migratórios da

República Bolivariana da Venezuela para países vizinhos, principalmente a Colômbia.

O Caribe, em particular, é conhecido por seus altos índices de desemprego e egresso de migrantes; com frequência, trabalhadores deslocados deixam os países do Caribe quando perdem o emprego ou quando há excedente nos mercados de trabalho. 6. Esses estudos incluem Elsby, Hobijn and Sahin (2013) e Shimer (2005). 7. As políticas de estabilização monetária e fiscal são ferramentas poderosas de resposta às crises. Embora fundamentais para a mitigação das crises, essas políticas não são o foco principal deste estudo. 8. Em contraste com a experiência dos Estados

Unidos durante a crise de COVID-19, os programas de retenção de empregos de vários países europeus atenderam a milhões de trabalhadores. A magnitude da destruição do capital humano (efeitos cicatriz) que esses programas podem evitar depende: (a) das perdas estimadas de capital humano que teriam sido causadas

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