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3.1 Presença de efeitos negativos e efeitos cicatriz nos salários, por gênero e nível de ensino

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do sexo masculino e feminino, trabalhadores em diferentes faixas etárias e trabalhadores com diferentes graus de participação anterior no setor formal. Tomados como um todo, esses resultados sugerem que os trabalhadores menos qualificados no Brasil e no Equador e os trabalhadores mais velhos no Brasil foram os mais gravemente prejudicados pela crise financeira global.

Voltando ao efeito cicatriz em novos ingressantes com base nas condições iniciais do mercado de trabalho, Moreno e Sousa (2021) constataram que os trabalhadores com formação somente até o ensino médio eram aqueles para os quais as condições iniciais do mercado de trabalho geravam efeitos mais negativos de longo prazo em seus resultados de emprego (Tabela 3.1). Embora os mecanismos específicos que causam o efeito cicatriz e a duração desse efeito possam variar entre homens e mulheres, a história geral é semelhante. Para homens e mulheres, o efeito cicatriz ocorre para aqueles com níveis mais baixos de escolaridade. Tanto para os homens quanto para as mulheres, o efeito cicatriz é improvável entre aqueles que têm formação superior, e é muito mais provável que ocorra na forma de resultados de emprego do que de salários mais baixos.

Esses resultados estão de acordo com pesquisas em países de alta renda. Uma vez que trabalhadores mais experientes podem ter maior produtividade e pode ser mais caro para a empresa para substituí-los (Jovanovic 1979), perder trabalhadores com níveis mais baixos de capital humano (incluindo capital humano específico da empresa) implica menores custos de transação para os empregadores. Em economias de alta renda, trabalhadores de baixa renda deixam a força de trabalho em números desproporcionais durante as retrações (Carneiro, Guimarães e Portugal, 2011; Solon et al., 1994), e a perda involuntária de emprego é mais provável entre os trabalhadores jovens e pouco qualificados do que entre outros tipos de trabalhadores (Devereux, 2004; Teulings, 1993). Pesquisas nos países da ALC sugerem tendências semelhantes. Estudando a crise econômica de 2009 no México, Campos-Vazquez (2010) e Freije, Lopez-Acevedo e RodriguezOreggia (2011) encontram maiores taxas de perda de empregos entre trabalhadores jovens e não qualificados do que entre outros trabalhadores.

A combinação de grandes setores informais e trabalhadores de vários níveis de qualificação na região da ALC sugere uma hierarquia nos custos de ajuste, em que os trabalhadores informais, que têm menos proteções trabalhistas, estão mais sujeitos a perder o emprego, independentemente da qualificação. Entre os trabalhadores formais, os trabalhadores de baixa qualificação e baixa renda teriam maior probabilidade de

TABELA 3.1 Presença de efeitos negativos e efeitos cicatriz nos salários, por gênero e nível de ensino

Homens Mulheres Ensino Médio Ensino superior Ensino médio Ensino superior

Menor participação na força de Trabalho inferior Brasil [4-6] México [1-3] N.D. Colômbia [4-12] México [1-9] N.D.

Maior desemprego Argentina [4-6] Brasil [4-9] N.D. Argentina [1-6] Brasil [4-12] Colômbia [1-3]

Maior informalidade Colômbia [4-12] México [10-12] Colômbia [10-12] Brasil [4-9] Colômbia [4-12] México [7-9] N.D.

Salários mais baixos México [1-3] N.D. Brasil [1-3] Brasil [1-3]

Fonte: Moreno e Sousa (2020). Nota: Esta tabela apresenta os países e os anos desde o ingresso no mercado de trabalho para os quais foram encontradas evidências do efeito cicatriz (definido como um coeficiente estatisticamente significativo). N.D. significa que não foram encontrados indícios do efeito cicatriz.

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